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Câncer de testículo e infertilidade

Câncer de testículo e infertilidade

Tanto o sistema reprodutor feminino quanto o masculino precisam estar saudáveis e funcionando normalmente para que o casal consiga ter uma gravidez espontânea. As chances são reduzidas por um grande número de doenças que levam à infertilidade, incluindo o câncer de testículo.

A infertilidade conjugal é definida como a ausência de gravidez após, pelo menos, 1 ano de tentativas — no caso de casais jovens, que têm relações sexuais com frequência e não utilizam contracepção. O período de tentativas que precede a avaliação médica cai para 6 meses, se a mulher tiver mais que 35 anos.

Por muito tempo, creditou-se somente à mulher a culpa pela infertilidade do casal. Atualmente, sabemos que o homem também é responsável por muitos casos. Os índices de infertilidade masculina têm aumentado nas últimas décadas. O estresse oxidativo causado pelo estilo de vida atual pode estar por trás desse aumento.

Neste artigo, vamos mostrar a relação entre câncer de testículo e infertilidade, abordando também o impacto dos tratamentos oncológicos e a possibilidade de preservação da fertilidade, encontrada na reprodução assistida. Confira essas informações!

Quais são os aspectos principais da fertilidade masculina?

Os fatores que influenciam diretamente a fertilidade masculina são os níveis hormonais, a produção e a qualidade dos espermatozoides e as condições anatômicas dos órgãos reprodutores. O estilo de vida, a saúde do organismo em geral e até o estado psicológico são aspectos que também podem impactar o potencial reprodutivo, de forma indireta.

Os hormônios que participam das funções sexuais do homem são FSH (folículo-estimulante) e LH (luteinizante), ambos liberados pela glândula hipófise, e a testosterona, produzida nos testículos.

O aparelho reprodutor é formado pelos testículos, que são as gônadas produtoras de gametas, além dos epidídimos, canais deferentes, vesículas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais e uretra. É preciso que cada um desses órgãos esteja saudável, sem infecção ou obstrução, para permitir o processo completo de produção, amadurecimento e transporte dos espermatozoides até o sêmen.

A espermatogênese, ou produção de espermatozoides (células reprodutivas masculinas), ocorre nos túbulos seminíferos, nos testículos, a partir do estímulo hormonal. Depois, essas células amadurecem nos epidídimos, são transportadas pelos canais deferentes e se misturam às secreções das glândulas acessórias (vesículas seminais e próstata), formando o sêmen ou esperma.

Na ejaculação, o sêmen recebe ainda fluídos das glândulas bulbouretrais e passa pela uretra, sendo ejetado para o meio externo. Dessa forma, o esperma, contendo os espermatozoides e todos os componentes do plasma seminal, entra no trato reprodutivo feminino, onde a fecundação pode acontecer.

O que é câncer de testículos e por que causa infertilidade?

O câncer de testículo é uma doença neoplásica com alta probabilidade de cura que afeta, principalmente, homens em idade fértil, com maior incidência os jovens de 15 a 35 anos. Nessa faixa etária, grande parte dos pacientes não tem paternidade prévia, o que torna o risco de infertilidade algo preocupante.

Neoplasia, de modo geral, é uma condição caracterizada pelo crescimento desordenado de células em um determinado local do corpo, as quais se agrupam formando tumores. O câncer é uma neoplasia maligna que pode invadir tecidos próximos ao ponto de origem do tumor, órgãos vizinhos e até locais distantes, em um processo denominado metástase.

O câncer de testículo, quando diagnosticado precocemente, tem baixo índice de mortalidade e pode ser facilmente curado com as terapias oncológicas disponíveis atualmente. Mesmo quanto é detectado em estágio avançado, há chances de cura.

Um ponto que tende a retardar o diagnóstico desse câncer é que ele pode ser, inicialmente, confundido com outras doenças escrotais, como inflamação nos testículos (orquite) ou nos epidídimos (epididimite). Essas patologias são comuns em homens jovens, visto que uma das causas principais é o contágio por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Independentemente do estágio em que a doença é diagnosticada, o câncer do testículo oferece o risco de infertilidade. A perda de tecido testicular devido ao crescimento do tumor é um fator óbvio para explicar o prejuízo à produção de novos espermatozoides.

Além disso, os impactos da doença envolvem diretamente fatores endócrinos e autoimunes, pois ocorrem, respectivamente, importantes alterações hormonais e aumento dos anticorpos antiespermatozoides.

Já os aspectos psicológicos, como o estresse de lidar com toda a situação, e outros fatores, incluindo a má nutrição e a perda excessiva de peso, também podem alterar o funcionamento das glândulas que regulam as funções reprodutivas.

Como o tratamento do câncer afeta a fertilidade?

O câncer de testículo em si pode causar infertilidade, como vimos acima. Entretanto, os tratamentos oncológicos, que envolvem cirurgia, radioterapia e quimioterapia, também colocam em risco o potencial reprodutivo dos pacientes.

A cirurgia para retirada do tumor pode provocar perda do tecido testicular, assim como a presença do tumor. A terapia de radiação na bolsa testicular também é agressiva às células germinativas, interferindo tanto na produção quanto na qualidade dos espermatozoides.

Por sua vez, a quimioterapia, que é um tratamento sistêmico, é eficaz contra o câncer, mas também pode destruir células saudáveis. Com isso, o paciente tende a enfrentar vários efeitos colaterais e repercussões no organismo, em curto e longo prazos.

Homens submetidos a terapias oncológicas correm o risco de desenvolver azoospermia, condição caracterizada pela ausência de espermatozoides no líquido ejaculado. Sendo assim, o paciente tem o direito de ser previamente informado sobre os riscos do tratamento e conhecer as alternativas da medicina reprodutiva para preservar sua fertilidade.

É possível preservar a fertilidade nesses casos?

Sim, é possível. Isso porque a reprodução assistida trabalha com diferentes técnicas para a superação de dificuldades reprodutivas. Nesse contexto, surgiu a possibilidade de realizar a preservação da fertilidade por meio do congelamento de gametas ou embriões.

A princípio, essa técnica era, justamente, destinada a pacientes oncológicos. Atualmente, a indicação se estende a outras situações, inclusive à escolha pessoal pelo adiamento da gravidez — fator que tem mais peso para a mulher, que tem sua fertilidade reduzida a partir dos 35 anos.

Então, o homem que desenvolve câncer testicular e infertilidade tem a opção de realizar a preservação da fertilidade antes do tratamento, passando pelo exame de espermograma, coleta e preparo seminal. Com isso, o sêmen pode ser congelado por vários anos para um tratamento posterior de reprodução assistida com inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV).

Gostaria de conhecer outras condições que podem deixar o homem infértil? Confira o texto sobre infertilidade masculina!

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