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Ciclos menstruais irregulares podem ser sinal de infertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 19/11/2024

O ciclo menstrual é um processo natural e recorrente no corpo da mulher em idade reprodutiva – ou seja, entre a puberdade e a menopausa –, que prepara o organismo para uma possível gravidez. Ele é contado do primeiro dia de um período menstrual até o dia anterior ao início do próximo ciclo.

Embora ciclos menstruais irregulares não signifiquem necessariamente infertilidade, podem dificultar a previsão do período fértil, tornando a concepção mais desafiadora.

Por isso, mulheres em idade reprodutiva que experimentam ciclos menstruais irregulares ou ausência prolongada de menstruação devem procurar orientação médica, especialmente se estiverem tentando engravidar.

Neste artigo, vamos mostrar quando ciclos menstruais irregulares podem ser sinal de infertilidade. Boa leitura!

Como saber se tenho ciclos menstruais irregulares?

Os ciclos menstruais são fundamentais para a fertilidade feminina. Várias mudanças hormonais e fisiológicas ocorrem durante cada ciclo, que naturalmente culmina na ovulação, quando um óvulo maduro é liberado pelos ovários e pode ser fecundado nas tubas uterinas. Se a fecundação não ocorrer, o revestimento do útero, chamado endométrio, descama, resultando na menstruação.

Nesse sentido, é saudável que os ciclos menstruais ocorram regularmente, mostrando que a dinâmica dos hormônios sexuais está equilibrada. Um ciclo menstrual regular é aquele em que o tempo entre uma menstruação e outra não varia ou varia pouco.

O ciclo mais conhecido é de 28 dias, mas um ciclo regular pode variar entre 21 e 35 dias, desde que a variação seja mínima, de até 6 dias. Por exemplo, se em um mês o ciclo dura 25 dias e no mês seguinte 35, isso é considerado irregular.

O que pode contribuir para os ciclos menstruais irregulares?

Apresentar ciclos menstruais irregulares não é uma situação incomum entre as mulheres e diversos fatores podem contribuir para essa inconsistência na regularidade menstrual, além das doenças e condições mais conhecidamente associadas a essa alteração, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos).

Estresse

É normal que situações estressantes provoquem um aumento pontual na produção de hormônios como a adrenalina e o cortisol, mas a ocorrência sistemática dessas situações ou a manutenção de uma rotina de vida estressante podem fazer com que essas alterações afetem a dinâmica dos hormônios sexuais.

No caso dos da dinâmica hormonal da fertilidade, o estresse costuma ser um fator de risco para redução dos níveis de estrogênio, hormônio que participa diretamente tanto da ovulação como do preparo endometrial, podendo por isso resultar em ciclos de duração variáveis, ou ciclos menstruais irregulares.

Medicamentos

Alguns medicamentos, especialmente antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos, que atuam na produção e recaptação de neurotransmissores como a dopamina, costumam desencadear mudanças secundárias na dinâmica dos hormônios sexuais, desregulando o ciclo menstrual durante seu uso.

A dopamina, por exemplo, interage com a prolactina, aumentando sua concentração no corpo e acentuando um dos efeitos desses hormônios, que é a inibição da produção de estrogênio. É comum que os períodos de tratamento com essas medicações sejam acompanhados de mudanças significativas no ciclo menstrual e até mesmo amenorreia em função dessas interações.

Paralelamente, o uso inadequado de anticoncepcionais e da pílula do dia seguinte também podem afetar a dinâmica dos hormônios sexuais, causando também irregularidades menstruais.

Atividade física intensa e sedentarismo

Além das situações estressantes, a prática muito intensa de exercícios físicos também aumenta a produção e circulação de adrenalina e cortisol, interferindo no ciclo menstrual da mesma forma que uma rotina estressante o faz, como comentamos anteriormente.

O que nem todo mundo sabe é que o oposto da prática intensa de atividade física, ou seja, o sedentarismo, também pode afetar a dinâmica dos ciclos menstruais – principalmente se acompanhado de uma dieta desequilibrada e pobre em nutrientes essenciais, o que é muito comum.

Outro fator a ser considerado é que a falta de exercício físico pode contribuir para o desenvolvimento da resistência à insulina, que favorece o surgimento de quadros de diabetes – uma condição que pode estar associada ao desequilíbrio hormonal ligado à ocorrência de ciclo menstruais irregulares.

SOP: quando os ciclos menstruais irregulares são sinal de desequilíbrios hormonais

A SOP é uma doença metabólica relativamente comum, encontrada em aproximadamente 10% a 25% das mulheres em idade reprodutiva e normalmente associada a desequilíbrios na produção e processamento da testosterona, que se mostra aumentada.

Essas alterações causam sintomas específicos, que incluem a presença de múltiplos cistos nos ovários e hiperandrogenismo, além, claro, de irregularidades menstruais – um dos sintomas mais conhecidos da SOP.

Embora a causa exata da SOP não seja completamente compreendida, acredita-se que resistência à insulina e fatores genéticos e ambientais possam contribuir com o desenvolvimento da doença.

A irregularidade menstrual da SOP acontece porque esse excesso de hormônios masculinos vem também acompanhando de uma redução na produção de estrogênios, interferindo tanto no desenvolvimento normal dos folículos ovarianos, responsáveis pela liberação do óvulo durante a ovulação, como no preparo do endométrio para receber um possível embrião.

Como resultado, a ovulação pode não ocorrer regularmente, levando a ciclos menstruais irregulares ou mesmo à ausência de menstruação (amenorreia).

Existe relação entre SOP e infertilidade?

Sim – na verdade a relação entre a SOP e a infertilidade é bastante evidente: de 50% a 80% das mulheres com dificuldades reprodutivas por fatores ovulatórios costumam receber o diagnóstico dessa doença.

Isso acontece justamente porque a anovulação é uma das principais consequências das alterações hormonais por trás da SOP e, como sabemos, sem ovulação – ou seja, sem liberação de um óvulo maduro para ser fertilizado nas tubas uterinas – a fecundação não é possível.

Em algumas situações, mesmo quando ocorre a ovulação, a qualidade do óvulo pode ser comprometida devido aos desequilíbrios hormonais associados à SOP e óvulos de baixa qualidade têm naturalmente menor probabilidade de serem fertilizados e de se desenvolverem em uma gravidez saudável.

Além disso, as irregularidades menstruais podem levar a um espessamento inadequado do endométrio, criando um ambiente desfavorável para a implantação do embrião e favorecendo tanto falhas de implantação como perdas gestacionais precoces.

Para entender melhor este e outros fatores que podem causar quadros de infertilidade feminina, toque neste link.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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