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Clamídia e reprodução assistida

Por Equipe Origen

Publicado em 20/12/2022

Clamídia é a infecção sexualmente transmissível (IST) de maior prevalência, seguida por gonorreia, tricomoníase, herpes genital e outras. É causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, um bacilo gram-negativo intracelular com alto poder de contágio. Pode afetar homens e mulheres com vida sexual ativa.

A infecção por clamídia pode cursar como uma doença assintomática, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento precoce. Também por ser, muitas vezes, uma doença silenciosa, é de fácil propagação. Sem saber que estão infectadas, as pessoas passam o patógeno para outras quando não utilizam preservativos nas relações sexuais.

O tratamento correto é fundamental para evitar complicações no aparelho genital. Isso porque a infecção não tratada pode deixar sequelas nos órgãos reprodutores, resultando em infertilidade.

Ao ler este post, você vai compreender a relação entre clamídia e infertilidade, além de saber qual é o papel da reprodução assistida no tratamento.

Continue a leitura!

Por que a clamídia pode causar infertilidade?

A clamídia afeta o sistema genital, justamente onde estão os órgãos que cumprem as funções de reprodução. A ação infecciosa dos patógenos provoca um estado de inflamação nesses órgãos, podendo prejudicar:

  • o processo de gametogênese (desenvolvimento dos óvulos e espermatozoides);
  • a qualidade das células reprodutoras;
  • o transporte dos gametas pelo trato reprodutivo, devido a obstruções que se formam;
  • falha de implantação embrionária.

Veja os danos que a doença pode causar nos homens e nas mulheres:

Clamídia e infertilidade masculina

A maioria das vezes é assintomática, mas os homens podem desconfiar de clamídia ou de outras infecções genitais ao apresentar os seguintes sintomas:

  • dor nos testículos;
  • ardência ao urinar;
  • secreção uretral purulenta;
  • presença de sangue na urina ou no ejaculado;
  • dor durante a relação sexual.

A infertilidade masculina ocorre porque a ação bacteriana pode provocar inflamação na uretra (uretrite) e avançar para os outros órgãos do trato reprodutivo, atingindo os epidídimos (epididimite) e os testículos (orquite). O estado inflamatório pode formar um tecido cicatricial nesses órgãos, obstruindo a passagem dos espermatozoides.

Quando os gametas não chegam ao líquido seminal, o homem tem ejaculação normal, mas o sêmen não contém as células reprodutivas que são necessárias para realizar a fecundação. Assim, considera-se que a infertilidade é causada por azoospermia obstrutiva.

A clamídia também pode deixar o homem infértil por afetar a produção ou qualidade dos espermatozoides quando a inflamação chega aos testículos e epidídimos.

Clamídia e infertilidade feminina

Cerca de 70% das mulheres não apresentam sintomas de clamídia. Quando a infecção é sintomática, as manifestações mais frequentes são:

  • dor na parte inferior do abdome;
  • corrimento vaginal com aspecto purulento;
  • dor na relação sexual;
  • dor para urinar;
  • sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual.

A clamídia e outras ISTs são a principal causa de doença inflamatória pélvica (DIP), condição que pode acometer, simultaneamente, o colo do útero, o endométrio (revestimento interno do corpo uterino) e as tubas uterinas. Em poucos casos, os ovários e o peritônio pélvico também são afetados.

A infertilidade feminina, nesses casos, ocorre principalmente quando a inflamação lesiona o endométrio e as tubas uterinas, desencadeando endometrite e salpingite.

A endometrite prejudica a receptividade endometrial, aspecto necessário para que o embrião possa se implantar. Além de falhas de implantação, a doença aumenta o risco de abortamento espontâneo.

A salpingite pode se agravar e causar hidrossalpinge (acúmulo de fluídos dentro da tuba). Isso interfere na motilidade tubária e provoca obstrução, dificultando a passagem dos espermatozoides, assim como a captação e o transporte do óvulo. Ainda, esse problema está associado à incidência de gravidez ectópica (fora do útero).

Como tratar a clamídia e a infertilidade?

O tratamento precoce é fundamental para evitar as sequelas da clamídia nos órgãos reprodutores. Por isso, a importância de observar possíveis sintomas e buscar avaliação diagnóstica, mesmo que os sinais de infecção sejam brandos.

As formas de tratar a infecção por clamídia e suas sequelas incluem:

Tratamento medicamentoso

O uso de antibióticos é a conduta necessária para interromper a ação dos agentes bacterianos. Os fármacos são administrados via oral ou intramuscular. A posologia e a dosagem variam conforme prescrição médica.

Geralmente, são prescritos medicamentos da classe das tetraciclinas e dos macrolídeos, a exemplo da doxiciclina e da azitromicina. A medicação também é indicada às parcerias sexuais dos pacientes diagnosticados com clamídia.

Reprodução assistida

Os serviços de reprodução humana assistida são indicados às pessoas que ficam com infertilidade devido às sequelas da infecção por clamídia. O tratamento mais apropriado para cada caso depende de todas as características do casal, sendo em alguns casos necessária uma cirurgia prévia.

Como, normalmente, a infertilidade decorrente de infecções genitais envolve fatores complexos, como alterações uterinas, tubárias ou masculinas, a fertilização in vitro (FIV) é mais promissora.

Em síntese, a FIV consiste na fertilização dos óvulos em laboratório, após os gametas femininos e masculinos serem coletados dos órgãos reprodutores. Depois de serem fecundados, os óvulos são monitorados em incubadoras. Aqueles que apresentam desenvolvimento pré-embrionário conforme o esperado são transferidos para o útero.

Ainda que a reprodução assistida ofereça técnicas avançadas para superar a infertilidade, casos de inflamação crônica decorrente de clamídia, como a endometrite, devem ser tratados com medicação antes das tentativas de gravidez.

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Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.