Os ovários são as gônadas ou glândulas sexuais femininas. É nesses órgãos que ocorre o desenvolvimento dos gametas, ou seja, os óvulos. Também é função ovariana produzir os hormônios estrogênio e progesterona, fundamentais para a fertilidade da mulher.
Tanto os folículos quanto o corpo-lúteo, também chamado de corpo amarelo, ficam nos ovários e fazem parte de importantes processos durante o ciclo reprodutivo, antes e depois da ovulação.
O ciclo feminino passa por diferentes etapas. Começa com a menstruação, passa pela fase folicular, depois a ovulação e a fase lútea. Em cada uma dessas etapas, acontecem eventos biológicos determinantes para a fertilidade feminina.
Neste post, você vai entender o que é folículo ovariano, o que é corpo-lúteo, qual a relação entre eles e sua importância no processo reprodutivo. Confira!
O que é folículo ovariano?
O folículo ovariano é a unidade funcional dos ovários, é como a “casa” do óvulo. Dentro dos ovários existem milhares de folículos e dentro de cada um deles há um ovócito, que ainda poderá se desenvolver e amadurecer sob estímulo de hormônios.
O total de folículos também é chamado de reserva ovariana. Essa reserva está completa até os seis meses de vida intrauterina, já havendo uma redução significativa quando a menina nasce, e não se renova ao longo da vida, portanto há uma redução contínua da quantidade de óvulos durante toda a vida até a menopausa.
No nascimento, a menina tem milhões de folículos ovarianos, mas muitos deles sofrem atresia folicular, que é um processo de degeneração ou involução das células. Ao chegar na puberdade, o número de folículos disponíveis é menor que 500 mil.
Em cada ciclo menstrual, esse número reduz, pois vários folículos são recrutados para o desenvolvimento. Geralmente, somente um deles chega à ovulação, enquanto os outros se degeneram. Dessa forma, ao chegar próximo dos 40 anos, a mulher tem a reserva ovariana reduzida e poucas chances de concepção natural.
Os folículos ovarianos se desenvolvem e amadurecem sob o estímulo dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), que são secretados pela hipófise ou glândula pituitária. Essa primeira etapa do ciclo reprodutivo é a fase folicular e abrange as duas primeiras semanas, a partir do início da menstruação.
Em seguida, ocorre a ovulação e a fase lútea, que é caracterizada justamente pela ação do corpo-lúteo, o qual vamos apresentar agora.
O que é corpo-lúteo?
O corpo-lúteo é uma glândula endócrina temporária que fica dentro do ovário e tem a função de produzir hormônios, sobretudo progesterona. Esse hormônio, assim como o estrogênio, é responsável por deixar o endométrio (tecido interno da parede uterina) em condições adequadas para receber um embrião.
O estrogênio é secretado ainda na fase folicular, pelos folículos ovarianos em crescimento. Sua função no ciclo reprodutivo é estimular a proliferação das células do tecido endometrial para deixá-lo mais espesso. Por sua vez, a progesterona inibe a atividade mitótica causada pela ação estrogênica, reorganiza as células do endométrio e o deixa receptivo ao embrião para que uma implantação embrionária aconteça.
A ação do corpo-lúteo marca a fase lútea do ciclo menstrual. Caso um óvulo seja fertilizado e o embrião complete seu processo de implantação no endométrio, começa a ser produzido o hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana), que mantém a integridade do corpo-lúteo.
Do contrário, isto é, se não houver fecundação e fixação embrionária, o corpo-lúteo se desintegra, por consequência os níveis de hormônios ovarianos diminuem e o endométrio passa por descamação. Os fragmentos do tecido que se desprendeu são eliminados em forma de menstruação.
Qual é a relação entre corpo-lúteo e folículo ovariano?
A relação é clara: o folículo ovariano que se rompe para liberar o óvulo fica no ovário e se transforma em corpo-lúteo após a ovulação.
O hormônio LH é determinante tanto para a ovulação quanto para a formação do corpo-lúteo. Esse hormônio tem um aumento súbito no final da fase folicular, promovendo a maturação final e a ruptura do folículo ovariano mais desenvolvido. Assim, o óvulo é liberado, recolhido pela tuba uterina e levado para o local da fertilização.
O folículo rompido é convertido em corpo-lúteo sob ação do hormônio LH. Se a gravidez acontecer, essa glândula mantém a produção de progesterona, estrogênio e relaxina, deixando o útero em condições adequadas para abrigar o embrião em desenvolvimento. Essa atividade é mantida até que a placenta se torne capaz de assumir a produção hormonal. Então, o corpo-lúteo atrofia lentamente a partir do segundo mês de gestação.
Como vimos, os folículos ovarianos e o corpo-lúteo têm grande importância na fertilidade feminina. No entanto, várias condições podem interferir no desenvolvimento folicular ou na secreção de progesterona, reduzindo as chances de gravidez.
Diante da infertilidade, é importante realizar uma avaliação especializada — tanto a mulher quanto o homem precisam ser examinados. Ao constatar os fatores que tornam o casal infértil, pode-se realizar o tratamento das doenças identificadas, bem como contar com técnicas de reprodução assistida, como relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).
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