A endometriose é uma das doenças que mais atingem as mulheres, e frequentemente causa dor severa, diversos incômodos físicos e psicológicos, além de dificuldades no dia a dia.
Costuma aparecer por volta dos 30 anos de idade, podendo, porém, se manifestar em adolescentes ou em mulheres acima dos 40 anos. É comum que as mulheres com endometriose apresentem sintomas com intensidades variáveis, que podem desaparecer completamente na menopausa.
O principal é a cólica menstrual intensa, com potencial para prejudicar de maneira significativa o dia a dia da mulher, já que por causa das dores, além do sofrimento em si, ela fica impossibilitada de realizar sua rotina diária.
A infertilidade também é uma consequência possível da doença, especialmente quando os focos endometrióticos estão localizados nos ovários e nas tubas uterinas. Outro quadro favorecido pela endometriose e que pode se tornar grave é a gravidez ectópica.
As fases iniciais, quando o tratamento pode ser feito de maneira simples, com medicamentos hormonais, são de difícil diagnóstico, especialmente pela falta de sintomas expressivos. Nos casos mais avançados, a solução mais recomendada geralmente é a realização de uma cirurgia para a remoção dos focos.
Fique conosco na leitura do texto para saber mais sobre a relação entre a endometriose e a gravidez ectópica. Boa leitura!
O que é a endometriose?
O endométrio é a camada que reveste a cavidade interna do útero. A cada ciclo menstrual sofre modificações e, quando não acontece uma gravidez, é eliminado durante a menstruação.
Uma das principais teorias para o surgimento da doença é a da menstruação retrógrada. Segundo ela, fragmentos do endométrio, que deveriam ser eliminados pelo sangue menstrual, retornam pelas tubas uterinas formando focos endometrióticos em outras estruturas. Além das próprias tubas, os locais mais comuns são o peritônio, os ovários, a bexiga e o intestino.
À presença de focos endometrióticos em regiões do organismo fora da cavidade uterina é dado o nome de endometriose.
A endometriose é uma doença estrogênio-dependente, assim como os pólipos endometriais e os miomas uterinos, ou seja, os sintomas e o desenvolvimento de todas essas doenças estão diretamente relacionados à ação desse hormônio no organismo da mulher.
Gravidez ectópica: do que se trata?
Normalmente, quando um óvulo maduro é liberado pelos ovários, essa célula aguarda a fecundação por um espermatozoide no interior das tubas uterinas.
Com a formação do embrião, as tubas realizam movimentos peristálticos que o levam até a cavidade uterina, local em que deve acontecer a nidação, ou seja, a fixação do embrião na parede do útero, para iniciar a gestação.
Existem casos em que, devido a alguma alteração, como pode ocorrer na endometriose, o óvulo faz a nidação nas tubas uterinas, ao invés de se fixar no endométrio, como deveria.
Esse problema é conhecido como gravidez ectópica e é uma situação extremamente grave, já que o desenvolvimento do embrião fora da cavidade uterina significa perda gestacional, além de colocar em risco a vida da mulher.
Qual a relação entre a endometriose e a gravidez ectópica?
A gravidez ectópica tem mais chances de acontecer como consequência da endometriose quando a doença afeta as tubas uterinas. Se os focos endometrióticos estiverem instalados nas tubas, seu crescimento e o processo inflamatório disparado por eles podem obstruir a passagem no interior dessas estruturas, impedindo o encontro entre gametas e a fecundação.
Dependendo do grau de obstrução, é possível que alguns espermatozoides consigam passar por ela e fecundar o óvulo. Contudo, como a obstrução causada pela endometriose geralmente impede que o embrião seja transportado para a cavidade uterina, a nidação pode acontecer nas próprias tubas, o que chamamos gravidez ectópica.
A gravidez ectópica oferece um risco para a vida da mulher, já que as tubas uterinas não suportam o desenvolvimento de um feto.
Nesses casos, o tratamento pode ser expectante, medicamentos e em alguns casos a mulher precisa se submeter a uma cirurgia para a retirada do embrião. Essa cirurgia geralmente é feita por laparoscopia e a tuba uterina em que a gravidez ectópica se formou, normalmente precisa ser removida.
Se a endometriose já afetou de maneira significativa ambas as tubas uterinas, costuma-se realizar a remoção total dessas estruturas. Esse procedimento leva à infertilidade feminina, deixando a mulher impossibilitada de ter filhos de forma natural.
Como a reprodução assistida pode auxiliar nesses casos?
As mulheres com endometriose que passam pela gravidez ectópica e precisam retirar as tubas uterinas, normalmente não conseguem mais gerar filhos de maneira natural.
Mesmo quando apenas uma das tubas é removida na cirurgia, é possível que a mulher tenha mais dificuldade em obter uma gravidez. Para esses casos, a reprodução assistida é a única maneira de voltar a ter filhos.
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais indicada para as mulheres que passaram pela gravidez ectópica e encontram dificuldades para ter filhos após o evento. Por ser uma técnica bastante avançada, permite que os gametas sejam coletados, selecionados e fecundados em laboratório, dispensando o papel das tubas uterinas.
Os embriões formados são então transferidos para o útero, o que permite contornar completamente os obstáculos oferecidos pela perda das tubas em decorrência de uma gravidez ectópica anterior.
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