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Endometriose infiltrativa profunda: o que é?

Por Equipe Origen

Publicado em 15/07/2020

Caracterizada pela presença de focos de tecido endometrial em locais do corpo que não o útero, a endometriose tem o potencial de afetar diversos órgãos, como tubas uterinas, ovários, peritônio, bexiga e intestinos. Assim, as manifestações da doença são as mais diversas, bem como seus sintomas e consequências para a saúde física e emocional da mulher.

Para algumas pacientes, a doença pode ser silenciosa. Nesses casos, é comum que a suspeita surja somente quando há queixa de infertilidade. Quando presente, a infertilidade pode trazer consequências emocionais e familiares, principalmente porque a endometriose é uma doença de difícil diagnóstico, portanto a mulher pode sentir que a sua dificuldade de engravidar é um problema sem solução.

A infertilidade, no entanto, não acontece em todas as mulheres com a doença, e é apenas uma das consequências que ela pode trazer. Entre os possíveis sintomas estão ainda dores que podem vir a ser incapacitantes, prejudicando a qualidade de vida da mulher.

Neste artigo vamos falar sobre a endometriose infiltrativa profunda, um dos tipos da doença, que mais frequentemente causa infertilidade. Continue a leitura para saber mais.

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença que consiste na presença de células semelhantes às do endométrio, porém fora do útero. Essas células respondem à ação dos hormônios da mesma forma que o endométrio tópico (dentro do útero), causando um processo inflamatório capaz de provocar dores pélvicas, durante as relações sexuais e fortes cólicas menstruais, entre outros sintomas.

A doença também pode causar aderências nas tubas uterinas ou próximas a elas, dificultando o transporte dos espermatozoides e sua chegada até o óvulo e, consequentemente, a fertilização. Mesmo em casos mais leves, porém, em que não há comprometimento tubário, a endometriose pode causar infertilidade, possivelmente por conta do quadro inflamatório e outras alterações no ambiente pélvico de maneira geral.

A doença pode estar presente em 20% das mulheres em idade fértil e em 30% a 50% das que têm infertilidade.

Não se sabe ao certo por que a endometriose ocorre, portanto não há como preveni-la, mas existem algumas teorias que visam explicá-la. A teoria mais aceita é a da menstruação retrógrada, isto é, durante a menstruação, algumas células do endométrio fariam o caminho inverso, subindo, pelas tubas, em direção a outros órgãos e se instalando em outros órgãos pélvicos.

Tipos de endometriose

Existem três tipos de endometriose, a saber:

  • Superficial peritoneal: implantes restritos ao peritônio e de até 5 mm de profundidade;
  • Ovariana cística: focos de endometriose nos ovários, desenvolvimento de cistos de cor achocolatada (endometriomas);
  • Infiltrativa profunda: implantes com mais de 5 mm de profundidade e presentes em outros órgãos além do peritônio. Nesse tipo de endometriose é mais comum ocorrer infertilidade e sintomas severos, que afetam a qualidade de vida da mulher.

Endometriose infiltrativa profunda

Estima-se que 20% das mulheres que sofrem com a doença tenham endometriose infiltrativa profunda, tipo que mais causa infertilidade.

Como mencionamos anteriormente, esse tipo da doença é caracterizado por focos de tecido semelhante ao endometrial que penetram em mais de 5 mm no peritônio e atingem outros locais do corpo, como o saco de Douglas (espaço entre o útero e o reto), espaço vesicouterino, septo retovaginal, paredes da vagina e do reto, entre outros.

A endometriose infiltrativa profunda pode causar sintomas como dor pélvica crônica, dores profundas durante as relações sexuais e sintomas intestinais e urinários, além da infertilidade. Em alguns casos, no entanto, a doença pode ser assintomática, dependendo principalmente da localização dos implantes.

Reprodução assistida e endometriose

As mulheres com endometriose infiltrativa profunda (ou de qualquer outro tipo), que apresentem infertilidade e tenham o desejo de engravidar, podem utilizar técnicas de reprodução assistida, se essa for a recomendação médica.

Em casos mais graves da doença, a indicação normalmente é pela fertilização in vitro (FIV), principalmente quando as tubas uterinas foram afetadas.

Isso porque, na FIV, técnica mais complexa de reprodução assistida, os óvulos são retirados dos ovários, e a fertilização é realizada em laboratório para posterior transferência dos embriões ao útero. Dessa forma, as tubas não são necessárias durante a fecundação.

Dependendo da avaliação médica, a FIV pode ser realizada após cirurgia para remover os focos de endometriose ou não. Quando a mulher é assintomática e os implantes não tendem a interferir diretamente no processo de fecundação e implantação do embrião, é possível que a indicação seja de partir direto para a reprodução assistida.

A endometriose, portanto, é uma doença capaz de afetar significativamente a qualidade de vida e fertilidade da mulher, sobretudo quando se trata de endometriose infiltrativa profunda.

Se você quiser saber mais sobre a doença, seus outros tipos, sintomas e formas de tratamento, toque aqui.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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