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Endometriose profunda e FIV. Preciso operar antes?

Por Equipe Origen

Publicado em 23/07/2025

A endometriose profunda é uma doença ginecológica benigna que causa inflamações em diferentes partes da pelve. É considerada uma das principais causas de infertilidade feminina, visto que acomete órgãos reprodutores e torna o ambiente pélvico desfavorável para o processo reprodutivo. No entanto, nem toda mulher com endometriose será infértil.

As lesões endometrióticas são causadas devido ao crescimento do endométrio — tecido que reveste o interior do útero — fora de sua localização habitual. Esse tecido ectópico pode se implantar nos ovários, nas tubas uterinas, no intestino e em outras partes da região pélvica, provocando inflamação crônica e, muitas vezes, sintomas dolorosos, como cólicas intensas, dor pélvica e dor na relação sexual. 

A fertilização in vitro (FIV), técnica avançada de reprodução humana assistida, tem sido uma alternativa eficaz para mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar devido à endometriose. 

No entanto, uma dúvida recorrente entre as pacientes é se a cirurgia para remoção dos focos de endometriose profunda deve ser realizada antes da FIV. Você também tem essa dúvida? Então, acompanhe o post e veja a resposta!

Como a endometriose é classificada?

A endometriose é classificada de acordo com suas características morfológicas. Portanto, conforme a localização e a profundidade das lesões, a doença é dividida em três tipos principais:

  • superficial peritoneal — os implantes de tecido endometriótico estão restritos ao peritônio, membrana que reveste a cavidade abdominal e pélvica, ou seja, ainda não se infiltraram nos órgãos;
  • cisto endometriótico ovariano ou endometrioma — é um tipo de cisto que se forma no ovário em decorrência do acúmulo de fragmentos de tecido endometrial ectópico. Embora, de forma isolada, não cause sintomas dolorosos, trata-se da forma de endometriose mais associada à infertilidade feminina;
  • endometriose profunda — esse é o tipo mais avançado da doença, que atinge órgãos que estão protegidos pelo peritônio, como intestino, bexiga e ureteres, podendo comprometer funções essenciais do corpo (evacuação e micção).

A endometriose profunda também pode apresentar sintomas mais intensos e variados, dependendo das estruturas que foram lesionadas. Nesse caso, os implantes de tecido endometriótico penetram no peritônio e se infiltram nos órgãos pélvicos, causando nódulos, aderências e até obstruções.

Por que essa doença pode causar infertilidade?

A relação entre a endometriose profunda e a infertilidade, quando ocorre, é complexa e pode envolver diferentes mecanismos, incluindo:

  • inflamação crônica — o crescimento e sangramento cíclico do endométrio ectópico provoca uma resposta inflamatória exacerbada, deixando o ambiente pélvico inóspito para os gametas e o embrião; 
  • alteração da anatomia pélvica — em casos avançados, a doença pode causar aderências que provocam distorção anatômica dos órgãos, dificultando, por exemplo, a captação dos óvulos pelas tubas uterinas;
  • obstrução tubária — além de distorcidas, as tubas podem ficar obstruídas devido à presença do tecido endometriótico e das aderências, o que prejudica a movimentação dos gametas, a fertilização e o transporte do embrião para o útero;
  • impacto na reserva ovariana — quando os ovários são acometidos pela endometriose, pode ocorrer perda de tecido saudável e redução da reserva ovariana, além de alteração no processo de desenvolvimento folicular e na qualidade dos óvulos.

Quando a FIV pode ser indicada?

A fertilização in vitro é uma opção para mulheres com endometriose que enfrentam dificuldades para engravidar naturalmente. O tratamento pode ser especialmente necessário nos seguintes casos:

  • obstrução das tubas uterinas;
  • endometriose ovariana;
  • falhas repetidas em tentativas de concepção natural ou outros tratamentos menos complexos de reprodução assistida, como a inseminação artificial.

Com a FIV, a fecundação ocorre em ambiente laboratorial, contornando muitos dos obstáculos impostos pela endometriose ao processo natural de fertilização. Entretanto, essa indicação pode ser feita somente após uma avaliação completa e personalizada do casal, visto que nem sempre é necessário recorrer a um tratamento de alta complexidade.

Afinal, é preciso operar de endometriose antes da FIV?

Na maioria dos casos, não. É necessário avaliar onde estão os nódulos e observar se há outros riscos à saúde da mulher, como de obstrução urinária ou intestinal. Se não houver sintomatologia intensa e alteração funcional dos órgãos, podemos fazer a FIV com segurança e sem cirurgia prévia.

Em ciclos repetidos de FIV, já foi possível notar que os focos de endometriose profunda não aumentam de forma preocupante e não impõem riscos de complicações gestacionais. 

No entanto, quando a doença causa sintomas incapacitantes que não melhoram com outras formas de tratamento e prejuízos anatômicos e funcionais aos órgãos, a cirurgia pode ser considerada, sendo aconselhável o congelamento dos óvulos previamente.

Outra situação a observar é se a paciente tem endometriose profunda e endometrioma, pois as duas formas da doença podem ser diagnosticadas na mesma mulher. Nesse caso, a cirurgia para retirada do cisto ovariano é uma possibilidade. No entanto, como o procedimento cirúrgico também pode causar danos a reserva ovariana, recomenda-se primeiramente o congelamento de óvulos.

Importante enfatizar que, em caso de endometriose profunda, é fundamental realizar uma avaliação detalhada e individualizada, de preferência com equipe multidisciplinar, para obter cuidados gerais com a saúde e melhorar os resultados, tanto do tratamento da doença quanto da FIV.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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