Desde o momento em que a mulher ovula até a confirmação do teste de gravidez, ocorre um processo fisiológico complexo e que passa por várias etapas — encontro dos gametas nas tubas uterinas, fecundação do óvulo, multiplicação celular, deslocamento do embrião até chegar ao útero e, finalmente, a implantação do embrião na parede uterina. Mas existem problemas que podem mudar o desfecho desse processo, como a endometrite.
A endometrite é um processo inflamatório que afeta a primeira camada do útero e altera as condições do tecido que acolhe o embrião. O resultado disso é que a gravidez não ocorre devido às falhas de implantação embrionária, dando origem a um quadro de infertilidade feminina.
Leia as informações que trouxemos neste post e saiba mais sobre o que é endometrite e quais os principais sintomas da doença. Veja ainda como são feitos o diagnóstico e o tratamento e descubra se a gestação por reprodução assistida também é dificultada por essa doença!
O que é endométrio e o que é endometrite?
O útero é dividido em três camadas. A mais interna, que reveste a parede do órgão, é chamada de endométrio. Esse tecido é rico em vascularização e sua espessura passa por modificações em todo ciclo reprodutivo para permitir a implantação do embrião.
A endometrite se caracteriza por uma inflamação que acomete o endométrio. Como consequência, a mulher pode experimentar sintomas incômodos e dolorosos, além de correr o risco de ficar infértil.
A doença é provocada principalmente pela presença de agentes patógenos, como as bactérias causadoras de clamídia, gonorreia e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mas também pode estar associada a lesões uterinas decorrentes de curetagem ou parto.
Quais são os principais sintomas da endometrite?
Assim como outras patologias que afetam o sistema reprodutor feminino, a endometrite pode ocorrer de forma assintomática e dificultar um diagnóstico precoce. Em boa parte dos casos, a infertilidade pode ser um sintoma silencioso e o motivo principal para a busca de avaliação médica.
Quando a mulher sente que há algo errado com seu corpo, ela pode experimentar os seguintes sintomas da endometrite:
- dor e desconforto na pelve;
- sensação de peso no baixo ventre;
- sangramento uterino anormal;
- dor durante as relações sexuais;
- constipação ou desconforto para evacuar;
- corrimento vaginal anormal, com odor ou cor incomuns;
- distensão e dor abdominal;
- febre e mal-estar, sobretudo quando a doença se manifesta de forma aguda.
Além dos sintomas descritos, outros problemas ginecológicos também podem estar associados ao surgimento da endometrite, como inflamação das tubas uterinas (salpingite) e doença inflamatória pélvica (DIP). Ambas são infecções do trato genital causadas, em geral, por microrganismos.
Uma questão que vale a pena acentuar é que apesar de a endometriose também ser uma doença relacionada ao endométrio, trata-se de uma condição diferente da endometrite e não tem relação entre ambas. Na endometriose, outros órgãos são afetados por um processo inflamatório quando células do endométrio se espalham sobre eles, em vez de serem expelidas com a menstruação.
Como é feita a investigação diagnóstica da endometrite?
O combinado padrão para avaliação diagnóstica da endometrite inclui investigação clínica, histeroscopia ambulatorial, cultura microbiana e análise histológica. Primeiramente, o especialista faz um levantamento dos sintomas relatados pela paciente e a encaminha para os exames de sangue e de urina.
Com a histeroscopia, o médico consegue inspecionar o interior da cavidade uterina e coletar uma amostra do tecido endometrial. O material coletado é enviado para análise histológica para confirmação do tipo de agente causador da infecção.
Qual é a melhor forma de tratamento para endometrite?
De acordo com os resultados dos exames, o médico determina um tratamento específico. Mas vale adiantar que o principal método para tratar a endometrite é a intervenção medicamentosa.
Os antibióticos orais ou intravenosos são utilizados para combater as bactérias responsáveis pelo processo inflamatório. Em muitos casos, o tratamento também deve se estender ao parceiro da paciente para garantir resultados efetivos.
A endometrite pode prejudicar os tratamentos de reprodução assistida?
Da mesma forma que a gravidez natural pode ser impedida pela inflamação no endométrio, as técnicas de reprodução assistida também podem ter sua eficácia reduzida em mulheres com endometrite. Isso acontece porque, como vimos, a doença tende a modificar as condições do tecido endometrial e prejudicar a implantação embrionária.
Portanto, diante do diagnóstico de infertilidade, a mulher deve passar por uma investigação detalhada para descobrir os fatores que estão interferindo em suas tentativas de gravidez. Se a endometrite não for identificada antes do tratamento com reprodução assistida, existe o risco de todo o processo culminar em falhas de implantação.
A endometrite é uma doença séria e que requer a devida atenção, uma vez que pode provocar sintomas desconfortáveis, levar à infertilidade e prejudicar a qualidade de vida da mulher. Somente um tratamento especializado pode atenuar os efeitos do problema.
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