O espermograma é um instrumento de grande valor na avaliação da fertilidade masculina. Somente com esse exame, é possível descobrir se existem alterações espermáticas que estejam dificultando a concepção de um casal.
Muitas vezes, o homem pode ter ejaculação normal e não sentir nenhuma dor ou outro sintoma que indique uma doença nos órgãos genitais. Várias disfunções são assintomáticas e os impactos na produção ou na qualidade dos espermatozoides não são visíveis, de modo que é preciso fazer as análises laboratoriais específicas.
O sistema reprodutor masculino é formado pelos seguintes órgãos: testículos, epidídimos, vasos deferentes, próstata, vesículas seminais, ducto ejaculatório e uretra. A fertilidade do homem depende da saúde de todos esses órgãos, que devem estar livres de infecções e obstruções. Além disso, as funções sexuais e reprodutivas são estimuladas por hormônios, portanto, o equilíbrio hormonal é fator determinante para a fertilidade.
Neste artigo, vamos destacar a importância do espermograma e o que é o método swim-up. Acompanhe e descubra!
O que é espermograma?
Também chamado de análise seminal, o espermograma é um exame laboratorial feito em duas etapas: avaliação macroscópica e microscópica. O objetivo é identificar anormalidades no sêmen e nos espermatozoides.
O sêmen ou esperma é o líquido que o homem expele na ejaculação, já os espermatozoides são as células reprodutivas ou gametas masculinos. Mesmo que o fluído seminal pareça normal (por exemplo, volume e coloração), podem existir alterações espermáticas que tornam o homem infértil, como baixa quantidade de gametas.
Na primeira parte do espermograma, que é a análise macroscópica, observa-se a composição física do sêmen, incluindo os aspectos: volume, coloração, viscosidade e tempo de liquefação. Em seguida, com a avaliação microscópica, é possível verificar a concentração dos espermatozoides (quantidade por ml de sêmen e na amostra total), a motilidade (capacidade de se mover) e a morfologia (formato da célula).
O espermograma é solicitado na investigação da infertilidade conjugal, assim como vários exames são indicados para avaliar a mulher. A análise seminal também deve ser feita para acompanhar os resultados de cirurgias, como vasectomia, reversão de vasectomia e correção de varicocele.
Os resultados do exame podem indicar que os parâmetros seminais estão dentro do normal, de acordo com os valores de referência propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também podem ser reveladas diversas alterações, por exemplo:
- azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen);
- oligozoospermia (baixa contagem de espermatozoides);
- astenozoospermia (baixo percentual de espermatozoides com motilidade progressiva);
- teratozoospermia (alto percentual de espermatozoides com morfologia anormal).
Diante de alterações nos resultados do espermograma, o paciente recebe orientação médica para realizar outros exames a fim de investigar as causas das alterações, como dosagens hormonais, ultrassonografia da bolsa testicular, exames genéticos e cromossômicos, entre outros.
Como é o espermograma com swim-up?
O espermograma pode ser feito com os objetivos de análise do sêmen e capacitação espermática. Os métodos de capacitação são empregados para selecionar os espermatozoides com potencial de fertilização, eliminando aqueles que não teriam condições para chegar ao óvulo e fecundá-lo.
O swim-up, que significa nadar para cima, é um dos métodos de capacitação espermática utilizados nos tratamentos de reprodução assistida. Para isso, a amostra de sêmen é colocada em meio de cultura e centrifugada. As células mortas e imóveis ficam na superfície do meio de cultura e são removidas. Ao final do processo, os espermatozoides com motilidade direcional nadam para o alto da pipeta, permitindo a seleção de uma amostra seminal de boa qualidade.
Qual é o papel do espermograma na reprodução assistida?
O espermograma tem importante papel na investigação da infertilidade masculina e é útil para nortear o tratamento de reprodução assistida. Quando o exame revela alterações leves na morfologia e na motilidade dos espermatozoides, pode-se tentar a gravidez com a inseminação artificial, que é uma técnica de baixa complexidade. Já as alterações mais graves são superadas com a fertilização in vitro (FIV).
A escolha da técnica de reprodução assistida também depende de outros fatores, como idade da mulher, condições da reserva ovariana e das tubas uterinas. Se o casal tiver dificuldades de concepção somente por fatores leves masculinos e a parceira tiver menos de 35 anos e trompas permeáveis, a inseminação artificial é uma boa alternativa.
Também chamada de inseminação intrauterina, essa é uma técnica simples, realizada em 3 etapas: estimulação ovariana para desenvolver mais folículos e aumentar as chances de ter um óvulo maduro; preparo seminal com métodos de capacitação espermática, como o swim-up; introdução do sêmen no útero da parceira. O tratamento também pode ser feito em ciclos não estimulados, apenas acompanhando o processo natural de ovulação da paciente
Para casos de fatores masculinos graves identificados no espermograma, como a azoospermia, ou casos de oligozoospermia, astenozoospermia e teratozoospermia moderada ou grave, indica-se a FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Se não forem obtidos na amostra do ejaculado, os gametas podem ser colhidos dos órgãos reprodutores do homem com procedimentos de recuperação espermática, que envolvem biópsia testicular ou aspiração do epidídimo.
Veja mais informações no texto principal sobre espermograma!