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Estrogênio e endometriose: saiba mais sobre essa relação

Por Equipe Origen

Publicado em 28/02/2024

Há uma relação direta entre estrogênio e endometriose que precisamos abordar. Mulheres que sofrem com essa doença — ou convivem com os sintomas, ainda sem terem sido diagnosticadas — precisam se informar melhor sobre o assunto. A informação é o primeiro passo para buscar um tratamento efetivo.

A endometriose é uma doença crônica e estrogênio-dependente que se apresenta com processos inflamatórios e, geralmente, com sintomas dolorosos que reduzem a qualidade de vida da mulher. Além da dor — que pode ser incapacitante, em alguns casos — essa doença pode causar infertilidade feminina.

Abordaremos, neste post, a relação entre estrogênio e endometriose, além de mencionar os impactos na fertilidade e as opções de tratamento. Preste atenção!

O que é estrogênio e quais são suas funções?

Estrogênio é o nome dado a um grupo de hormônios esteroides sexuais que atuam no sistema reprodutor feminino e em outras funções do corpo da mulher. Os estrogênios ou estrógenos naturais são:

  • estradiol (o principal estrógeno);
  • estrona;
  • estriol.

A maior parte da produção de estrogênio ocorre nos ovários, durante a vida reprodutiva da mulher. Em pequenas quantidades, o hormônio também é produzido nas glândulas suprarrenais ou adrenais, tecido gorduroso e, no caso dos homens, nos testículos. Além disso, durante a gravidez, a placenta se encarrega de secretar estrogênio e progesterona, outro hormônio fundamental para as funções reprodutivas femininas.

Nos ovários, o estrogênio tem sua síntese regulada pelas gonadotrofinas, que são os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), liberados pelo eixo hipotálamo-hipófise. Essas substâncias hipofisárias estimulam os ovários a desenvolverem folículos ovarianos para a ovulação.

Durante o crescimento dos folículos ovarianos, essas pequenas estruturas produzem estrogênio para modificar as características do tecido intrauterino (endométrio), preparando o útero para uma possível gravidez.

No ciclo reprodutivo, a grande função do estrogênio é ativar a proliferação das células endometriais para deixar esse tecido mais espesso e adequado para a implantação de um embrião.

Outras funções estrogênicas são:

  • regulação dos ciclos menstruais, alternando sua ação com os hormônios progesterona, FSH e LH;
  • desenvolvimento e manutenção das características sexuais secundárias femininas, como crescimento das mamas, do quadril e de pelos pubianos;
  • lubrificação íntima;
  • produção do muco cervical;
  • distribuição da gordura corporal;
  • reabsorção de sódio pelo organismo;
  • manutenção da saúde óssea;
  • síntese de várias proteínas.

Qual é a relação entre estrogênio e endometriose?

Como vimos, a principal função do estrogênio no ciclo reprodutivo é a multiplicação das células do endométrio. Na endometriose, ocorre o crescimento de tecido endometrial ectópico, isto é, fora de seu local habitual, que é dentro do útero.

O tecido endometriótico pode ser encontrado em outras partes da região pélvica, como peritônio, tubas uterinas, ovários, ligamentos que sustentam o útero e até em órgãos responsáveis por funções fisiológicas básicas, como o intestino e a bexiga.

Da mesma forma que as células do endométrio intrauterino são ativadas pelo estrogênio e crescem, o tecido endometrial ectópico responde à ação estrogênica, passando por alterações ao longo do ciclo menstrual. A presença desses implantes em locais onde o endométrio não deveria existir ativa respostas de defesa do organismo, gerando processos inflamatórios.

Assim, temos uma relação bem estabelecida entre estrogênio e endometriose, sendo essa considerada uma doença hormônio-dependente.

Por que a endometriose pode causar infertilidade?

Existem vários mecanismos fisiopatológicos envolvidos na relação entre endometriose e infertilidade. Veja:

  • inflamação crônica — a doença provoca processos inflamatórios que tornam o ambiente pélvico desfavorável para os eventos da concepção, afetando a movimentação dos espermatozoides, o desenvolvimento folicular, a qualidade oocitária e a interação entre os gametas no momento da fecundação;
  • presença de aderências pélvicas — a formação de tecido cicatricial pode distorcer ou obstruir as tubas uterinas, dificultando a captação do óvulo, o encontro entre os gametas e o transporte do embrião para o útero;
  • modificações no processo de implantação embrionária — o aumento do estrogênio em relação à progesterona pode interferir no ambiente uterino, deixando o endométrio menos receptivo para um embrião se implantar.

Precisamos deixar claro que nem todas as mulheres com endometriose são inférteis. No entanto, essa é uma das principais causas de infertilidade feminina e requer investigação diagnóstica e tratamento adequado.

Como tratar a endometriose e restaurar a fertilidade?

O tratamento da endometriose pode incluir opções como medicamentos hormonais, cirurgia para remover o tecido endometriótico e técnicas de reprodução assistida para pacientes que desejam engravidar.

Cada caso deve ser avaliado de forma criteriosa, com um olhar individualizado, para personalizar o tratamento e aumentar as chances de restauração da qualidade de vida. Em caso de infertilidade, é importante contar com médicos especialistas em reprodução humana para adotar a abordagem mais adequada.

Na reprodução assistida, as alternativas para melhorar as chances de gravidez são:

Com a leitura deste post, você compreendeu que existe uma relação clara entre estrogênio e endometriose. Felizmente, existem métodos efetivos de tratamento para superar os impactos da doença na fertilidade feminina.

Amplie suas informações ao ler mais um texto sobre endometriose!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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