A fertilização in vitro (FIV) é considerada a técnica mais complexa da reprodução assistida. O tratamento passa por várias etapas, que envolvem um controle minucioso do processo de fecundação. Além disso, a técnica ainda conta com uma série de procedimentos complementares que aumentam as chances de gravidez, mesmo diante de condições específicas de infertilidade feminina ou masculina.
Apesar da alta complexidade e eficácia da FIV, determinados fatores ainda podem acarretar falhas na implantação embrionária, como a endometrite — uma das patologias que dificultam tanto a concepção natural quanto as técnicas de reprodução assistida. Portanto, antes de iniciar o tratamento, a saúde da paciente deve ser profundamente investigada.
Acompanhe este texto para entender o que é endometrite e como a doença deve ser tratada durante a FIV!
O que é endometrite?
A endometrite é um quadro inflamatório que afeta o endométrio — tecido que reveste a parede uterina. Com frequência, a patologia é causada por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como clamídia e gonorreia, embora também possa estar associada a lesões uterinas provocadas por intervenções cirúrgicas, parto ou curetagem. Doenças circulatórias, obesidade e diabetes podem ser fatores de risco.
Os sintomas comumente presentes nos quadros de endometrite são:
- dor pélvica e abdominal;
- sangramento uterino anormal;
- dispareunia (dor durante a penetração sexual);
- pressão no baixo ventre;
- distensão do abdômen;
- corrimento vaginal com alterações na cor e no odor;
- episódios de febre nos quadros agudos da doença.
Como condição isolada, a endometrite já oferece riscos à fertilidade da mulher. No entanto, a patologia nem sempre vem desacompanhada. Outras condições também podem se manifestar, sobretudo quando o problema é contraído por meio de ISTs. É o caso da salpingite (inflamação nas tubas uterinas) e da ooforite (inflamação nos ovários) — a soma das três infecções representa um quadro de doença inflamatória pélvica (DIP).
Por que a endometrite pode causar infertilidade?
A endometrite é um problema que provoca apreensão em mulheres que querem engravidar. Isso acontece porque a inflamação no tecido endometrial altera a receptividade da cavidade uterina e prejudica a implantação do óvulo fertilizado.
Importante ressaltar que o endométrio é a camada do útero que fica responsável pela fixação embrionária. Para isso, o tecido se torna mais espesso após a fase ovulatória, ao passo que aumenta sua vascularização para propiciar um ambiente adequado para o desenvolvimento do embrião.
O processo inflamatório, contudo, modifica as condições do endométrio e, além da dificuldade de nidação, também pode provocar abortamentos no início da gestação.
Quando a doença faz parte de um quadro de DIP, ainda existe o risco do acúmulo de pus nas tubas uterinas, formando um abscesso tubo-ovariano. Da mesma forma, a mulher pode desenvolver hidrossalpinge, com posterior distensão tubária, inviabilizando a gravidez.
Como é feito o tratamento da endometrite?
Um ponto agravante diante de qualquer problema de saúde é a demora pela busca de diagnóstico e tratamento. Quando a doença é assintomática, como em alguns casos de endometrite, a mulher corre o risco de descobrir sua condição somente após tentativas frustradas de gravidez ou até abortamentos.
Para chegar ao diagnóstico de endometrite, a paciente deve passar por exames de sangue e de urina, histeroscopia com biópsia endometrial e análise histológica do material coletado. Após esse percurso de avaliação, e a partir dos resultados da cultura microbiana, é definido o tratamento.
Como se trata de uma infecção, a intervenção mais comum é a base de antibióticos. Em alguns casos, o tratamento pode incluir o parceiro da paciente.
Quando a infertilidade da mulher prevalece, a melhor alternativa para obter a gestação é a reprodução assistida, com destaque à FIV.
A endometrite pode prejudicar a FIV?
As falhas de implantação causadas pela endometrite representam um obstáculo tanto nas tentativas de reprodução natural quanto na FIV. Portanto, o ideal é que a paciente esteja definitivamente curada antes do tratamento para engravidar.
Dessa forma, para assegurar as condições de saúde da paciente, inúmeros exames diagnósticos são realizados durante a investigação da infertilidade feminina, inclusive a biópsia endometrial, que ajuda a detectar a endometrite.
Como dissemos no início deste post, a FIV oferece a vantagem de contar com técnicas específicas que complementam o tratamento para obter mais chances de êxito.
Como vimos, a endometrite é mais uma das condições que afetam o sistema reprodutor feminino e interferem na capacidade reprodutiva. Diante de qualquer sinal dessa patologia, a mulher deve procurar o devido acompanhamento médico, principalmente se seus propósitos incluem uma gravidez.
Para completar suas informações em relação aos temas que acabamos de abordar, leia também nosso texto específico sobre a fertilização in vitro e conheça os detalhes da técnica.