Os exames feitos como preparação para gravidez podem trazer resultados inesperados, como o diagnóstico de útero bicorno. Essa é uma das malformações uterinas mais frequentes, e sua incidência varia entre as mulheres férteis e inférteis.
Na maior parte das vezes, esse diagnóstico ocorre após abortos espontâneos repetidos. Porém, em alguns casos, o útero bicorno pode ser observado em um exame de rotina.
No momento de sua descoberta, surgem dúvidas, como: o quanto isso pode afetar a possibilidade de ter filhos? Quais são os tratamentos indicados para esse caso?
Vamos esclarecer algumas dessas dúvidas e fornecer informações para que você possa entender melhor o que é e quais as consequências do útero bicorno para a sua saúde.
Causas da formação do útero bicorno
Os órgãos reprodutivos internos formam-se na menina após a 9ª semana da gestação, a partir da fusão dos ductos de Müller. Um útero normal tem o formato de uma pera, que se liga às tubas uterinas dos dois lados e desemboca no canal vaginal.
Porém, esse processo pode não ocorrer corretamente. Os distúrbios na formação uterina ocorrem em aproximadamente de 2% a 7% das mulheres e podem produzir:
- Útero unicorno: apresenta uma só câmera com metade do volume normal e esta liga-se a apenas uma das tubas;
- Útero bicorno: a fusão não se completa, criando um órgão dividido parcialmente em dois e com formato de um coração. Cerca de 40% dos casos de malformação uterina.
- Útero didelfo: aqui não ocorreu a fusão. Há as duas câmeras uterinas distintas que podem se ligar a uma mesma vagina ou, mais raramente, a presença de dois canais vaginais aos quais cada uma das câmeras de liga separadamente.
- Útero septado: possui uma membrana que divide o útero de modo parcial ou que se estende até o colo uterino.
Diagnóstico do útero bicorno
Queixas de fortes cólicas menstruais, sangramento muito intenso, abortos repetidos e infertilidade podem estar ligados a essa malformação. Contudo, muitas mulheres não apresentam sintomas.
A histerossalpingografia pode indicar ao médico que há problemas na formação uterina. O diagnóstico definitivo é feito pela histeroscopia. Outros exames de imagem, como a ultrassonografia 3D e a ressonância magnética (RM), também podem ajudar no diagnóstico.
Consequências para a fertilidade
Em geral, os dois cornos desse tipo de útero não têm o mesmo tamanho. Apesar de a implantação do embrião ocorrer normalmente, existe um aumento do risco de ele não se desenvolver, levando a um aborto. O útero bicorno não é a única causa de abortos espontâneos, mas é uma das mais importantes.
Contudo, é no lado maior do útero que estão as maiores chances de desenvolvimento, mesmo que nesse lado o espaço seja insuficiente e o feto tenha dificuldade em crescer para que chegue até o final da gestação. Também será mais difícil a movimentação e o encaixe para o parto.
Em casos raros, pode ocorrer a ruptura da parede do útero conforme a gestação avança devido à pouca capacidade de o músculo uterino se distender.
No entanto, o útero bicorno é considerado um complicador na gestação e no parto, mas não um impedimento. Há relatos de mulheres cuja gravidez e trabalho de parto dão-se normalmente.
Cuidados da gestante com útero bicorno
Um estudo detalhado da condição do útero antes da gravidez é aconselhável. Por meio dos exames, é possível verificar se o canal vaginal é muito curto ou se a capacidade de distensão da parede uterina é baixa. Esses são fatores que levam a complicações na gravidez.
Por se tratar de uma gravidez considerada de risco, no caso da portadora de um útero bicorno, o acompanhamento médico com uma equipe especializada é fundamental para a segurança da mãe e do bebê.
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