A gravidez ectópica é relativamente rara, porém, é uma condição grave que pode ser fatal para a mulher. Por isso, quanto antes ela for diagnosticada, melhor. Como o embrião não tem espaço para se desenvolver fora do útero, esse tipo de gestação é inviável e precisa ser interrompida. Em casos graves, a paciente pode ter a sua tuba uterina rompida, diminuindo as suas chances de engravidar naturalmente no futuro.
Muitas pessoas têm dúvidas sobre a gravidez ectópica, principalmente sobre por que ela acontece e se as técnicas de reprodução assistida podem minimizar os seus riscos. Pensando nisso, neste texto vamos mostrar a relação entre a gravidez ectópica e a reprodução assistida.
Boa leitura!
O que é gravidez ectópica?
O termo ectópico significa “em local anormal”, ou seja, a gravidez ectópica ocorre com a implantação e o desenvolvimento do embrião fora do útero. Na grande maioria dos casos, nas tubas uterinas, mas também pode acontecer nos ovários, na região abdominal e, muito raramente, no fígado.
Em condições normais, após a fecundação o embrião segue da tuba uterina em direção ao útero para se implantar no endométrio e iniciar a gestação. Porém, se ele se fixar em outro local chamamos de gravidez ectópica.
Essa gestação não é capaz de evoluir porque o único local onde o embrião tem espaço e nutrientes para se desenvolver é no útero. Por isso, ela deve ser interrompida o quanto antes para que a paciente não corra o risco da tuba uterina se romper e provocar uma hemorragia que pode ser fatal.
Na maioria dos casos é impossível prever a gravidez ectópica, sendo a melhor forma de preveni-la manter uma consulta anual com o ginecologista para identificar possíveis problemas de saúde. Quando os primeiros sintomas da gravidez ectópica aparecem, principalmente sangramento vaginal e dor, a mulher deve procurar ajuda médica com urgência.
Quais são os riscos da gravidez ectópica?
A gravidez ectópica é uma condição grave e deve ser tratada com emergência por conta dos seus riscos para a saúde da mulher. Em geral, a suspeita de gravidez ectópica ocorre entre a 6ª e a 10ª semana de gestação.
Ela acontece devido a processos inflamatórios nas tubas uterinas, o que altera o seu funcionamento e dificulta a trajetória do embrião até o endométrio. Esses danos estão associados a alguns fatores de risco, entre eles:
- Histórico de gravidez ectópica;
- Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
- Doença inflamatória pélvica (DIP);
- Endometriose;
- Cirurgia tubária;
- Idade avançada.
O tratamento da gravidez ectópica depende de vários fatores, como o tempo de gestação, a gravidade dos sintomas e a saúde da paciente. Entre as alternativas, há a conduta expectante, que consiste em esperar e acompanhar, o tratamento medicamentoso e o cirúrgico.
A opção com mais riscos para a mulher é a cirurgia, indicada para os casos mais graves. Ela consiste em remover a gravidez ectópica e, em muitos casos, a tuba uterina. A decisão deve ser tomada de forma individual, considerando o desejo da paciente de engravidar no futuro e saúde da tuba uterina que foi afetada.
Nos casos de emergência em que a mulher corre risco de vida por conta do rompimento da tuba, a cirurgia é realizada o quanto antes para estancar o sangramento, remover a gravidez e a tuba uterina.
É possível ter uma gravidez ectópica na reprodução assistida?
Mesmo nos casos em que a paciente teve uma das tubas uterinas retiradas devido à gravidez ectópica, ainda é possível que ela consiga engravidar naturalmente. Porém, caso apresente alguma dificuldade, o casal pode recorrer à reprodução assistida.
Um ponto importante é que a gravidez ectópica pode ocorrer tanto na gestação natural, quanto na reprodução assistida. Com relação a essa última, a probabilidade é menor porque a mulher passa por uma avaliação detalhada de tudo o que poderia atrapalhar a gestação antes do tratamento. Apesar de a preparação não eliminar as chances de uma gravidez ectópica acontecer.
Entre as técnicas de reprodução assistida, a mais indicada para pacientes com histórico de gravidez ectópica é a fertilização in vitro (FIV). Ela é classificada como de alta complexidade por utilizar métodos mais modernos e ter a maior taxa de sucesso.
Para realizá-la, os gametas do casal são coletados e preparados, para que apenas os mais saudáveis participem do processo. A fecundação é realizada no laboratório por meio da técnica ICSI, em que o espermatozoide é inserido diretamente no óvulo. Assim, as tubas uterinas não têm função. Os embriões formados, após serem cultivados alguns dias, são transferidos ao útero para implantar naturalmente.
A gravidez ectópica ocorre fora do útero, principalmente, nas tubas uterinas. Nesses casos, a gravidez não evolui e deve ser interrompida. Após o ocorrido, se o casal estiver com dificuldade para engravidar, é possível recorrer à FIV.
A gravidez ectópica, pode ocorrer tanto nos casos de gestação natural, quanto por reprodução assistida. Por isso, é fundamental que a paciente mantenha as consultas em dia para que a condição seja detectada o mais rápido possível, evitando riscos para a saúde da mulher.
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