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Progesterona e anticoncepcionais

Por Equipe Origen

Publicado em 09/12/2022

Além de ser importante para a fertilidade, os hormônios femininos são utilizados em fármacos para a contracepção. É o caso do uso de progesterona em anticoncepcionais. Entretanto, para abordar essa relação, precisamos falar sobre a ação hormonal no sistema reprodutor feminino.

O ciclo reprodutivo da mulher é regulado por vários hormônios. O FSH e o LH — hormônios folículo-estimulante e luteinizante — são secretados pela hipófise e estimulam a ovulação. Os estrógenos e a progesterona são produzidos nos ovários e agem no preparo do útero para uma possível gravidez.

Níveis insuficientes de quaisquer desses hormônios podem deixar a mulher infértil, pois desregulam as funções do sistema reprodutor. Então, se são responsáveis pela fertilidade, por que os próprios hormônios reprodutivos funcionam como forma de anticoncepção?

Leia mais sobre o assunto neste post, veja a resposta para a pergunta acima e compreenda a relação entre progesterona e anticoncepcionais!

Quais são os tipos de anticoncepcionais?

Existem vários métodos de contracepção, os quais podem ser hormonais ou não hormonais. O objetivo de todos eles é evitar uma gestação não planejada.

Os preservativos sexuais (camisinha masculina e feminina), o diafragma e o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre são classificados como métodos de barreira, uma vez que impedem a entrada dos espermatozoides no trato reprodutivo superior feminino.

Os contraceptivos hormonais alteram a ação cíclica dos hormônios reprodutivos, intervindo no processo ovulatório. Nesse grupo, estão os anticoncepcionais orais e injetáveis, os que podem ser inseridos via vaginal ou implantados sob a pele, além do DIU à base de levonorgestrel (um tipo de progesterona sintética).

Alguns casais também evitam a gravidez com métodos comportamentais. Isso inclui o coito interrompido (prática de ejacular fora) e o cálculo do período fértil, popularmente chamado de tabelinha. Contudo, vale esclarecer que essas alternativas não têm a mesma eficácia que os contraceptivos hormonais ou de barreira.

Por fim, existem os métodos de contracepção definitiva. São as cirurgias de esterilização: vasectomia para os homens e laqueadura para as mulheres. Essas indicações são feitas com cautela e cumprindo algumas determinações, como a idade mínima de 25 anos ou 2 filhos vivos.

O que são anticoncepcionais hormonais?

Os anticoncepcionais hormonais são compostos por substâncias sintéticas dos hormônios reprodutivos femininos, estrógenos e progesterona. Alguns fármacos são de ação combinada, enquanto outros são elaborados somente com progestágenos.

As opções de anticoncepção hormonal incluem:

  • pílulas;
  • injeção;
  • adesivo cutâneo;
  • DIU hormonal;
  • implante subdérmico;
  • anel vaginal.

Os anticoncepcionais hormonais são de administração cíclica ou de uso contínuo e agem de várias formas no corpo da mulher. Podem impedir a ovulação, deixar o muco cervical mais espesso para dificultar a passagem dos espermatozoides ou tornar o ambiente uterino inóspito.

Dentre os métodos que foram mencionados, as pílulas ainda são os anticoncepcionais mais utilizados, em razão de vantagens como custo acessível, fácil uso e normalização dos ciclos menstruais. Por outro lado, sua eficácia reduz quando há esquecimentos.

Progesterona e anticoncepcionais: qual é a relação?

O uso de progesterona em anticoncepcionais pode ser isolado ou combinado com estrógenos, dependendo do método. Os contraceptivos orais, por exemplo, normalmente levam os dois hormônios em sua composição.

Vamos, agora, retomar as principais funções da progesterona endógena no organismo da mulher. Em seguida, abordaremos como se dá a ação contraceptiva do hormônio sintético.

Ação da progesterona endógena

A progesterona é naturalmente produzida pelo corpo-lúteo, nos ovários e, em menor quantidade, nas glândulas suprarrenais ou adrenais. Na gravidez, a placenta também é responsável por secretar o hormônio.

As ações da progesterona incluem:

  • regulação do ciclo menstrual, junto com estrogênio, LH e FSH;
  • preparação do útero para a implantação embrionária;
  • manutenção da gravidez, inibindo as contrações uterinas;
  • preparação das glândulas mamárias para a produção de leite materno.

Ação dos anticoncepcionais com progesterona

Os anticoncepcionais com progesterona e estrogênio agem suprimindo a ovulação. Como vimos lá no início do post, o processo ovulatório é estimulado pelos hormônios hipofisários, FSH e LH. Portanto, os contraceptivos hormonais reprimem a liberação dessas duas substâncias, impedindo que um óvulo se desenvolva e seja liberado.

Quando a composição inclui apenas progesterona nos anticoncepcionais, a ação é semelhante. O funcionamento básico ocorre pela inibição da ovulação, assim como pelo espessamente no muco cervical.

As pílulas que contém somente progestágenos, também chamadas de minipílulas, podem ser utilizadas com segurança durante a amamentação. A prescrição também é feita às mulheres que não podem fazer uso de medicação com estrógenos, como nos casos de: histórico de câncer de mama; trombose venosa profunda; acidente vascular cerebral; entre outras condições específicas que necessitam de avaliação médica.

Para finalizar, é oportuno acrescentar que, além do uso de progesterona em anticoncepcionais, esse hormônio tem importante papel nos tratamentos de reprodução assistida. O uso de progestagênios tem sido feito em praticamente todos os tipos de tratamento — relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV) — para promover inibição da ovulação precoce e também para o suporte à fase lútea, deixando o útero adequado para o embrião.

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