A infertilidade pode estar se tornando um problema maior para os homens do que para as mulheres. Segundo pesquisa da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em 52% dos casos, o tratamento para combater a infertilidade masculina supera a técnica utilizada em mulheres que querem ter filhos e não conseguem.
Tradicionalmente, a infertilidade afeta ambos os sexos na mesma proporção. Mas a queda na qualidade do esperma – devido a toxinas ambientais – está entre os fatores que contribuem para o aumento da infertilidade masculina.
De acordo com o especialista em Reprodução Assistida Marcos Sampaio, os fatores ambientais se tornaram uma grande preocupação.
“O crescimento urbano desgovernado, o número cada vez maior de automóveis nas ruas, o uso de inseticidas e solventes – todos esses fatores podem atingir a fertilidade do ser humano. É um problema de saúde pública que merece atenção”, explica.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que os homens são responsáveis por 40% dos casos de esterilidade. Na Clínica Origen, que é especializada em Reprodução Humana Assistida, esse número se repete.
Entre as causas mais comuns da infertilidade masculina estão a dilatação anormal das veias dos testículos, infecções e inflamações no aparelho reprodutivo masculino, falha na descida dos testículos, alterações hormonais, traumas cirúrgicos, produção de anticorpos antiespermatozoides e anomalias genéticas.
Álcool, fumo e drogas também levam à infertilidade.
“O aspecto psicológico, ainda que controverso, também deve ser levado em consideração. O estresse pode levar a alterações do sistema nervoso central, fazendo com que a hipófise funcione de forma debilitada. Assim, a produção de hormônios que atuam nos testículos diminui e há queda na produção de espermatozoides”, explica o especialista Marcos Sampaio.
Espermograma
O espermograma é o primeiro exame a ser feito quando há suspeita de infertilidade masculina. A partir da análise do sêmen, são constatadas a qualidade e a vitalidade dos espermatozoides.
Para se chegar a um diagnóstico definitivo, o exame deve ser repetido pelo menos três vezes, a cada 21 dias, pois os espermatozoides passam por um processo de renovação e maturação a cada 74 dias.
Quando o resultado do exame detecta qualidade ou quantidade muito abaixo do necessário para uma gravidez natural, é possível recorrer às técnicas de reprodução assistida, como Inseminação Artificial e FIV (Fertilização in Vitro).