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Mioma subseroso: o que é?

Por Equipe Origen

Publicado em 07/09/2023

Também chamados leiomiomas, os miomas uterinos então entre as doenças feminina mais comuns. São tumores benignos que se desenvolvem a partir de uma única célula do miométrio, camada intermediária do útero.

Muscular, oco e em formato de pera invertida, o útero é o maior órgão do sistema reprodutor feminino. Morfologicamente, é dividido em corpo do útero, istmo do útero e colo do útero. O corpo do útero tem três camadas de revestimento, o endométrio, a interna, o miométrio e o perimétrio, a externa.

Apesar de o mioma se formar no miométrio, pode se projetar para as outras camadas uterinas, por isso a doença é classificada em tipos de acordo com a localização dos tumores, critério associado ainda a diferentes sintomas que podem comprometer a qualidade de vida das portadoras, incluindo infertilidade.

Por sua complexidade, o mioma acaba gerando muitas dúvidas, o que é bastante normal. Este texto explica sobre o mioma subseroso, um dos principais tipos, destacando os possíveis sintomas e as formas de tratamento. Continue a leitura até o final e confira!

Entenda como os miomas são classificados

Embora até o momento a causa exata de miomas não seja conhecida pela ciência, sabe-se que seu desenvolvimento é motivado pelo estrogênio, principal hormônio feminino, cuja atuação no ciclo menstrual é promover o espessamento do endométrio, camada em que o embrião se implanta para dar início à gestação.

Estudos sugerem ainda outros fatores de risco, como genética, obesidade e diferença racial, uma vez que foi observada maior incidência em mulheres que possuem parentes de primeiro grau com a doença, nas de pele negra e obesas. Além disso, indicam maior prevalência em mulheres com mais de 40 anos, o que é justificado pelo tempo de exposição ao estrogênio.

É possível ter um ou vários miomas, que recebem uma classificação de acordo com sua localização no útero. O local de crescimento influencia igualmente nos sintomas e tamanho que podem atingir, variando de poucos milímetros a vários centímetros.

O sistema de classificação proposto pela da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) considera três tipos como principais; mioma intramural, localizado apenas no miométrio, mioma submucoso, que se projeta para o interior da cavidade uterina, próximo ao endométrio e mioma subseroso.

O que é o mioma subseroso?

Mioma subseroso é o que cresce no miométrio e se projeta em direção à camada externa, o perimétrio ou camada serosa. Por ter mais espaço para se desenvolver, pode atingir grandes dimensões, causando inchaço e compressão de órgãos próximos, como a bexiga ou o intestino, resultando em diferentes sintomas.

Quase sempre assintomáticos, os miomas subserosos podem apresentar sintomatologia, sendo as mais comuns:

  • inchaço abdominal, muitas vezes confundindo com uma gravidez;
  • pressão pélvica;
  • micção frequente e urgente;
  • retenção urinária e dor ao urinar;
  •  constipação e dor ao evacuar.

Porém, na maioria das vezes, o mioma subseroso é assintomático e mesmo atingindo grandes dimensões não interfere na capacidade reprodutiva das mulheres quando se desenvolvem durante a idade fértil.

O mioma submucoso é o tipo mais associado à infertilidade feminina. Por estar localizado próximo ao endométrio pode interferir na implantação do embrião, provocando falhas e abortamento. O intramural, por sua vez, é associado a riscos em tamanhos maiores, quando pode causar distorções anatômicas dificultando o desenvolvimento da gravidez, resultando em perda.

O diagnóstico do mioma subseroso inicia no exame físico, quando é feito o acolhimento dos sintomas e é possível detectar alterações como o aumento do volume uterino. Posteriormente podem ser solicitados imagens de imagem para confirmar a presença, bem como critérios como tamanho, quantidade e se estão localizados em outras camadas uterinas, por exemplo.

Geralmente, a ultrassonografia é o primeiro a ser solicitado, a versão clássica ou com uso de soro fisiológico para expansão do útero, que recebe a denominação de histerossonografia. Também podem auxiliar em precisar a localização e o tamanho tanto a tomografia como a ressonância magnética.

A vídeo-histeroscopia diagnóstica, técnica que permite a visualização direta da cavidade uterina por um histeroscópio está ainda entre as opções, solicitada como primeira opção ou de forma complementar, quando os resultados são inconclusivos sobre a interferência ou não na cavidade uterina.

Tratamento do mioma subseroso

O tratamento do mioma subseroso considera a presença e severidade dos sintomas. Quando são menores e assintomáticos, por exemplo, a conduta pode ser apenas expectante, de observação, particularmente se a mulher estiver próxima a menopausa, quando tendem a retroceder naturalmente com o rebaixamento dos níveis de estrogênio.

Já se os sintomas forem apenas leves, podem ser prescritos medicamentos hormonais que promovem a suspensão da menstruação e, assim, a exposição ao estrogênio, levando à diminuição dos miomas com consequente alívio dos possíveis sintomas causados por eles. Porém, é um tratamento indicado apenas se não houver o desejo de engravidar no momento.

Para as mulheres com sintomas mais severos, por sua vez, bem como as que têm mais de um tipo de mioma, é indicada a cirurgia, cujo objetivo é a remoção. O procedimento, chamado miomectomia, pode ser feito por vídeo-histeroscopia cirúrgica ou videolaparoscopia cirúrgica. Ambas são técnicas pouco invasivas, definidas de acordo com critérios como localização, número e tamanho.

Mulheres com mais de um tipo de mioma e quadros de infertilidade, que não conseguem engravidar naturalmente após a remoção, podem contar com a reprodução assistida para auxiliar.

O tratamento, nesse caso, é feito por fertilização in vitro (FIV), técnica mais avançada em que a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões acontecem em laboratório, de forma controlada. Depois de alguns dias de desenvolvimento os embriões são transferidos diretamente ao útero materno.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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