A relação entre miomas uterinos e infertilidade é um tema que desperta muitas dúvidas entre as mulheres que sonham em engravidar. A resposta é que eles podem, sim, dificultar uma gestação, mas isso nem sempre acontece. Isso depende do tamanho, quantidade e localização do mioma, além de outros aspectos da fertilidade do casal.
Para muitas mulheres, os miomas não representam um grave problema e nem mesmo necessitam de tratamento, exigindo apenas uma conduta expectante e acompanhamento regular com um especialista.
Entretanto, caso a dificuldade para engravidar persista ou você tenha outros sintomas, como sangramento uterino anormal e dor pélvica, é importante avaliar a condição e buscar o tratamento adequado.
Entenda mais sobre mioma e infertilidade com a leitura deste artigo!
O que são miomas?
Miomas são formações tumorais benignas que surgem a partir da proliferação anormal de células de musculatura lisa na camada medial da parede do útero. Apesar de benignos e, muitas vezes, assintomáticos, esses tumores podem ter características variáveis, chegando a causar sintomas que afetam a qualidade de vida de algumas mulheres.
A causa exata do desenvolvimento de miomas ainda não é completamente compreendida, mas há uma relação direta com fatores hormonais, principalmente com o estrogênio, que ativa o crescimento das células uterinas.
Por terem relação com os hormônios reprodutivos femininos, os miomas tendem a crescer durante os anos de vida fértil da mulher e a regredir após a menopausa.
Além disso, fatores genéticos desempenham um papel importante. Mulheres com histórico familiar de miomas têm risco maior de desenvolvê-los. Outros fatores de risco incluem obesidade, menarca precoce e nuliparidade (não ter tido filhos).
Quais são os tipos de mioma?
Os miomas são classificados de acordo com sua localização nas camadas do útero. Essa classificação é fundamental para determinar o impacto que eles podem ter na fertilidade e no desenvolvimento da gestação.
A classificação FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) é utilizada para detalhar os miomas em 9 subtipos, mas os três tipos principais são:
- submucosos — crescem em direção à camada interna do útero (endométrio) e podem invadir o espaço da cavidade uterina. Esses miomas são os que mais podem interferir na fertilidade feminina, pois eventualmente dificultam a implantação do embrião ou aumentam o risco de aborto espontâneo;
- intramurais — desenvolvem-se dentro da parede do útero, na camada muscular (miométrio). Dependendo do tamanho, podem alterar a anatomia uterina, prejudicar o fluxo sanguíneo e afetar a contratilidade do órgão;
- subserosos — localizam-se na camada externa do útero, sob a camada serosa. Geralmente não afetam a fertilidade, mas, se crescerem muito, podem pressionar os órgãos vizinhos, causando sintomas urinários e intestinais.
Entender o tipo e a localização dos miomas é essencial para avaliar se há ou não impacto na fertilidade e qual é o melhor tratamento em cada caso.
Afinal, os miomas causam infertilidade?
A resposta depende de uma combinação de fatores, como tamanho, localização e quantidade de miomas, além das condições de saúde geral da mulher. Em linhas gerais, miomas submucosos são os mais associados à infertilidade, enquanto os intramurais e subserosos tendem a causar menos impacto.
Em resumo, os miomas podem causar infertilidade devido aos seguintes fatores:
- distorção da parede uterina, o que dificulta a implantação do embrião e aumenta o risco de abortamento;
- redução do fluxo sanguíneo para o endométrio;
- obstrução das tubas uterinas, quando os miomas se localizam próximo aos óstios tubários;
- produção de substâncias inflamatórias, tornando o ambiente uterino desfavorável para o desenvolvimento gestacional.
As opções de tratamento dos miomas incluem conduta expectante, medicação, cirurgia e, para as mulheres que desejam engravidar, técnicas de reprodução humana assistida. A conduta depende de vários fatores, como idade da mulher, sintomas, localização e tamanho do mioma.
A conduta expectante pode ser recomendada para mulheres com miomas pequenos e assintomáticos. Nesse caso, exames de imagem são feitos periodicamente para monitorar se os tumores estão crescendo.
Tratamentos com medicações hormonais são opções para reduzir o tamanho dos miomas antes da cirurgia ou para controlar os sintomas em mulheres que não desejam engravidar. Já a cirurgia é uma possibilidade para remover os miomas volumosos que pressionam os órgãos adjacentes, bem como os que distorcem a cavidade uterina e causam infertilidade.
Quando a dificuldade para engravidar persiste, as técnicas de reprodução assistida, destacando-se a fertilização in vitro (FIV), podem ser indicadas. Essa indicação é individualizada e baseada na avaliação completa do casal, e não somente da mulher.
Embora nem todos os miomas causem infertilidade, esse pode ser um fator significativo em algumas situações. Consultar profissionais especialistas em medicina reprodutiva é o melhor caminho para alcançar a gestação. Com os avanços das técnicas de reprodução assistida, muitas mulheres diagnosticadas com miomas conseguem alcançar seu propósito de gravidez.
Você está enfrentando dificuldades para engravidar? Não hesite em buscar ajuda médica especializada, e agora leia outro texto sobre mioma para entender mais sobre os possíveis impactos na fertilidade feminina, além de informações sobre sintomas, causas, diagnóstico e tratamento!
