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O que é a fase lútea do ciclo menstrual e qual sua importância para a fertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 24/06/2022

O ciclo menstrual é um fenômeno biológico feminino que acontece desde a puberdade até a menopausa. A característica mais notável é o sangramento vaginal, mas vários outros processos ocorrem no sistema reprodutor durante o ciclo.

Tal fenômeno é chamado de “ciclo” devido às atividades que se cumprem de forma recorrente (mês após mês), passando sempre por três períodos: fase folicular, ovulação e fase lútea. Na verdade, são dois ciclos envolvidos, o ovulatório e o endometrial (uterino), e ambos são influenciados por variações nos níveis de hormônios secretados pelo eixo hipotálamo-hipófise-gonadal.

Para trazer este post, reunimos informações sobre as fases do ciclo menstrual, a relação da fase lútea com a fertilidade e as possíveis causas de insuficiência lútea. Entenda!

Quais são as fases do ciclo menstrual?

O ciclo menstrual tem duração média de 28 dias e passa por três fases. A primeira é a fase folicular, que tem início no primeiro dia da menstruação e dura até 14 dias. É assim chamada porque se caracteriza pelo desenvolvimento de um grupo de folículos ovarianos para que um deles (o folículo dominante) alcance o estágio ovulatório.

O ciclo ovariano depende da complexa interação entre os hormônios gonadotróficos (hipofisários) e esteroides (ovarianos). Inicialmente, o hormônio folículo-estimulante (FSH), como seu nome indica, estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Já o hormônio luteinizante (LH) desencadeia a ovulação.

A fase ovulatória ocorre entre o 12º e o 14º dia do ciclo menstrual. O folículo dominante cresce de 1,2 a 2 mm por dia durante a fase folicular até atingir entre 18 e 26 mm, enquanto os demais folículos interrompem seu crescimento. Antes da ovulação, a amplitude dos pulsos de LH aumenta de forma acentuada e 36 horas após o pico de LH acontece a ruptura folicular e a liberação do óvulo.

Ao fim da ovulação, começa a fase lútea que dura até o início da outra menstruação. Assim que o óvulo deixa o folículo, as células presentes nos resíduos foliculares permanecem no ovário, aumentam de tamanho e são transformadas em células lúteas.

Forma-se, então, uma estrutura denominada corpo-lúteo que produz estrogênio e progesterona — hormônios que regulam o ciclo endometrial. Esses hormônios esteroides controlam sua própria produção por um sistema regulatório intraovariano e pela interação com o eixo hipotálamo-hipófise.

A concentração sérica de progesterona chega ao seu máximo na fase lútea média, cerca de 8 dias após a ovulação. Nessa fase do ciclo menstrual, o endométrio uterino apresenta espessura adequada e receptividade para um possível embrião se implantar.

Se não houver nidaçao, o corpo-lúteo involui e reduz a produção de estrogênio e progesterona. Essa alteração nos níveis hormonais provoca a descamação do tecido endometrial e a consequente menstruação, aproximadamente 14 dias após a ovulação.

Por que a fase lútea é importante para a fertilidade?

A fase lútea é fundamental para a fertilidade, pois nessa fase o endométrio adquire receptividade para possibilitar a nidação — momento em que o embrião se prende à mucosa intrauterina.

O estrogênio é responsável por estimular a proliferação das células endometriais, ainda na fase folicular, deixando o tecido com sua espessura máxima até a ovulação. Já a progesterona, que aparece em níveis elevados na fase lútea, inibe a atividade mitótica endometrial e estimula as alterações secretórias do endométrio, que são indispensáveis para a implantação embrionária.

Portanto, ocorrida a ovulação, a concentração crescente de progesterona provoca importantes mudanças na mucosa endometrial, cessando as mitoses e reorganizando as glândulas do endométrio, que adquire um fenótipo receptivo para o óvulo fecundado.

Quando um embrião se implanta, começa a produzir gonadotrofina coriônica humana pelo trofoblasto, o hormônio hCG. A função dessa substância é manter o corpo-lúteo ativo. Após a placentação, os níveis necessários de progesterona são mantidos pela placenta, visto que também se trata de um hormônio essencial para a manutenção da gestação.

Vemos que, ao longo do ciclo menstrual, sobretudo na fase lútea, a camada funcional do endométrio passa por várias modificações celulares, glandulares e vasculares. Tais variações podem ser observadas com exames de ultrassonografia, sendo esse um importante recurso nos tratamentos de reprodução assistida.

Insuficiência da fase lútea e infertilidade: como proceder?

Algumas doenças podem acarretar disfunções hipofisárias ou ovarianas, resultando em: insuficiência folicular, ausência de ovulação, deficiência da fase lútea, alterações menstruais e hiperandrogenismo (excesso de hormônios masculinos).

A insuficiência da fase lútea é uma condição caracterizada pela baixa produção de progesterona pelo corpo-lúteo, tendo como consequência a falta de receptividade endometrial, falha de implantação embrionária e infertilidade.

Entre as condições clínicas que podem prejudicar a fase lútea, estão: endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), hipotireoidismo, hiperprolactinemia, presença de tumores na hipófise ou nos ovários, obesidade, magreza extrema, entre outras.

As causas de insuficiência da fase lútea devem ser corretamente avaliadas e tratadas para que a gravidez aconteça. A reprodução assistida também é indicada e o tratamento é definido de acordo com as características de cada caso. As técnicas utilizadas incluem inseminação artificial ou relação sexual programada para os problemas mais simples e fertilização in vitro (FIV) para as condições mais graves de infertilidade.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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