O aborto espontâneo é um processo muito delicado na vida de qualquer mulher, e se caracteriza pela interrupção de uma gestação antes da 20ª semana, de forma involuntária. De acordo com o Ministério da Saúde, este é um problema de saúde pública que acontece em aproximadamente 10% das gestações.
Apesar de ser popularmente conhecido como “aborto”, o nome correto do processo de perda de um feto é abortamento. O aborto é o resultado do abortamento, ou seja, o que é eliminado no processo.
Este é um problema que afeta a mulher de forma física e psicológica, e por isso é necessário que haja uma conduta de muito cuidado e atenção quando o abortamento acontece. O auxílio médico é fundamental para a recuperação e a possibilidade de uma gestação bem sucedida no futuro.
Para mais informações sobre o abortamento espontâneo, continue lendo este conteúdo:
O que é aborto espontâneo?
Segundo o Ministério da Saúde, “Abortamento é a interrupção da gravidez até a 20ª-22ª semana e com produto da concepção pesando menos que 500g. Aborto é o produto da concepção eliminado no abortamento.”
O abortamento é considerado espontâneo quando acontece de forma involuntária. Diversos fatores podem ser responsáveis por esse processo, e nem sempre é possível diagnosticar a causa de forma clara.
As causas mais comuns do abortamento espontâneo são:
- alterações uterinas;
- distúrbios hormonais;
- alterações no embrião;
- doença autoimune;
- infecções;
- maus hábitos durante a gestação, como uso excessivo de drogas, incluindo álcool e cigarro.
A idade da mulher também pode ser um fator causador do abortamento espontâneo, pois com o passar do tempo os óvulos vão perdendo a qualidade e as chances de formar um embrião com problemas genéticos são maiores.
Ainda, determinadas doenças podem causar distúrbios hormonais e alterações uterinas, por isso podem estar relacionadas ao abortamento.
Os principais sintomas do aborto espontâneo são dores abdominais fortes e sangramento.
Aborto espontâneo X abortamento de repetição
Uma dúvida comum é sobre a diferença entre abortamento espontâneo e de repetição, mas na verdade não há uma diferença. O abortamento espontâneo pode acontecer de forma casual, sem que haja uma causa específica. De acordo com a idade, pode variar de 15% a mais de 30% das vezes. O abortamento de repetição se caracteriza por três ou mais abortamentos espontâneos. As possíveis causas são as mesmas, assim como os sintomas.
O que é importante entender sobre o abortamento de repetição, é que ele pode estar associado a algum tipo de alteração que faz com que a gravidez não evolua, repetidamente. Quando isso acontece, é importante investigar as causas do problema antes de realizar uma nova tentativa de gravidez. Na grande maioria das vezes, infelizmente não conseguimos identificar a causa.
Abortamento e reprodução assistida
O abortamento espontâneo pode acontecer em qualquer gestação, seja ela alcançada de forma natural ou por reprodução assistida.
Para que a gestação chegue até o fim de forma saudável e em condições adequadas para a mãe e para o feto, é importante que todo o organismo feminino esteja em perfeito funcionamento.
Por isso, quando há alguma alteração, distúrbio ou qualquer outro problema, as chances de abortamento existem independentemente de como a mulher engravidou.
Mesmo com a reprodução assistida, a partir do momento em que a gestação se inicia as condições são as mesmas de uma gravidez natural. A diferença é que a reprodução assistida possui métodos que permitem identificar e solucionar determinados problemas que poderiam causar o abortamento, e por isso as chances de perder o bebê são diminuídas — mas não são nulas.
Conduta posterior e tratamento
Após um abortamento espontâneo, é extremamente importante que a mulher busque ajuda médica o mais rápido possível para que uma avaliação seja feita.
Existem chances de o aborto ou a placenta não serem eliminados por completo, e nesses casos é necessária uma intervenção médica. Caso isso não seja feito, uma infecção pode ser desenvolvida, causando consequências mais graves para a mulher.
Após a realização de exames, se necessário, é importante investigar a causa do abortamento. Com essa informação é possível encontrar o tratamento adequado, que possibilite uma gestação bem sucedida.
No caso de doenças, o tratamento deve ser realizado antes de uma nova tentativa de gravidez. Em outros casos, a reprodução assistida pode ser indicada.
Atualmente existem três técnicas principais, mas a mais indicada para casos de abortamento é a fertilização in vitro (FIV). Além de ser uma técnica com processos mais avançados, ela permite a realização de procedimentos complementares.
Por exemplo, se o casal tem uma idade mais avançada e há a suspeita de abortamento por má qualidade do embrião ou problemas genéticos, é possível realizar o PGT (teste genético pré-implantacional) para identificar qualquer alteração antes da transferência embrionária.
Outra opção é a doação de gametas ou embriões, que também é uma solução para abortamento por causas genéticas.
Quando existem alterações uterinas que impedem o desenvolvimento do feto, é possível optar pelo útero de substituição, ou barriga de aluguel.
Estas são apenas algumas das possibilidades que podem auxiliar as mulheres que passam por abortamentos espontâneos. Para mais informações, leia o conteúdo sobre a fertilização in vitro.