A cólica é um sintoma comum, principalmente nas mulheres durante o período pré-menstrual e nos dias de menstruação. A dor também pode estar associada ao mau funcionamento do intestino, dos rins ou do ducto biliar.
Embora nem sempre seja indício de alguma disfunção, a cólica pode ser uma manifestação de uma série de doenças femininas, principalmente as que afetam o útero. Sendo assim, a frequência e a intensidade da dor devem ser observadas. Se ocorrer de modo anormal, é importante que um médico seja consultado.
O assunto parece simples, mas existem muitas dúvidas a respeito. Por isso, elaboramos este post com o objetivo de explicar o que é cólica e o que pode causar esse sintoma.
Confira!
O que é cólica e quais são os tipos?
A cólica, de modo geral, é uma dor intermitente que pode acontecer por várias razões. Manifesta-se em órgãos ocos, como útero e intestino, sendo caracterizada por ciclos de dor que pode aumentar de intensidade gradualmente.
Entre os tipos mais conhecidos, estão:
- cólica menstrual;
- cólica intestinal;
- cólica renal;
- cólica biliar;
- cólica do lactente.
As principais causas de cólica em mulheres adultas são o período menstrual e a síndrome do intestino irritável. O sintoma pode ser amenizado com o uso de medicamentos. No entanto, quando há disfunções associadas, é necessário fazer o tratamento específico.
O que é cólica menstrual?
A cólica menstrual, cujo termo clínico é dismenorreia, é a dor que antecede a menstruação. É uma manifestação comum, que pode se caracterizar apenas pela dor intervalada no baixo ventre ou pode vir acompanhada de outros sintomas, como dor de cabeça e mal estar.
Existem dois tipos de cólicas menstruais: a primária é a mais comum e não está associada a nenhuma condição patológica, sendo um sintoma associado à fisiologia da menstruação, que inclui modificações cíclicas no corpo da mulher; a cólica secundária é resultante de doenças no sistema reprodutor que agravam a dor típica do período menstrual.
As cólicas menstruais resultam de um aumento na liberação de prostaglandina, substância que age promovendo vasodilatação, vasoconstrição e contração da musculatura uterina para expulsar o endométrio quando não há implantação embrionária.
O tecido endometrial é o revestimento interno da parede do útero. No decorrer do ciclo feminino, os hormônios estrogênio e progesterona modificam esse tecido para deixá-lo em condições de iniciar uma gravidez. Na ausência de um óvulo fecundado para se implantar, o endométrio descama para ser renovado no ciclo seguinte.
Portanto, a cólica ocorre porque a camada muscular do útero contrai em resposta à ação da prostaglandina para eliminar o tecido endometrial, causando a menstruação.
Quais doenças podem causar cólica?
Cólicas intensas, que chegam a incapacitar a mulher de realizar suas atividades habituais, que ocorrem fora do período menstrual ou associadas a outros sintomas, como dor na relação sexual e sangramento anormal, devem ser investigadas.
Essas dores podem estar associadas a doenças ginecológicas, como:
Endometriose
A endometriose é uma patologia que causa inflamação em várias partes da região pélvica, devido à presença de tecido endometrial fora do útero. A dismenorreia é um dos principais sintomas dessa doença, inclusive, pode ser intensa a ponto de prejudicar a produtividade e a qualidade de vida da portadora.
Mioma
Mioma é um tipo de tumor benigno que se desenvolve na camada muscular do útero. Além de provocar cólicas, é uma das principais causas de sangramento uterino anormal. Apesar disso, muitas portadoras são assintomáticas. Dependendo do tamanho, da quantidade e da localização dos miomas, os sintomas são mais evidentes.
Adenomiose
A adenomiose também é caracterizada por células endometriais que aparecem fora de seu sítio normal, mas, nesse caso, o endométrio invade sua camada uterina vizinha, o miométrio. Esse é o tecido muscular e mais espesso da parede do útero, e sua contratilidade é alterada pelo processo inflamatório, o que pode aumentar as cólicas.
Doença inflamatória pélvica (DIP)
A DIP é, na maior parte dos casos, decorrente de infecção por microrganismos. Os processos infecciosos podem afetar o colo do útero, o endométrio, as tubas uterinas, os ovários e o peritônio pélvico, causando vários sintomas. Uma das principais manifestações é a dor no baixo ventre, que pode ser confundida com cólica.
Como tratar a cólica?
Quando a dor incomoda e prejudica o desempenho das tarefas diárias, a mulher é orientada a fazer uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Entretanto, se alguma doença for diagnosticada, o tratamento pode envolver outras condutas, inclusive cirurgia.
As patologias ginecológicas associadas à cólica também podem causar infertilidade. Nesse caso, as técnicas de reprodução assistida estão entre as alternativas de tratamento, que é personalizado de acordo com as especificidades de cada casal.
As condições mais simples de infertilidade são, muitas vezes, superadas com relação sexual programada ou inseminação artificial, que são técnicas de baixa complexidade. Os casos mais complexos podem precisar de fertilização in vitro (FIV). Portanto, a investigação detalhada do casal é importante para chegar à indicação mais adequada.
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