A gravidez é uma das fases mais especiais e delicadas da vida da mulher, assim como é um acontecimento muito esperado, principalmente para casais que estavam, há tempos, tentando engravidar. Contudo, intercorrências podem surgir ao longo da gestação, colocando em risco o sonho do casal — uma delas é a eclampsia.
Eclampsia e pré-eclâmpsia são condições muito discutidas no contexto da gravidez, visto que podem interferir no desenvolvimento gestacional, levando a desfechos fatais se não houver uma conduta de acompanhamento e prevenção. São casos que, realmente, exigem mais atenção e cuidados especiais quando são identificados durante a gestação.
Por aqui, sempre trazemos conteúdos sobre fatores de infertilidade feminina e masculina e técnicas de reprodução assistida. Como o objetivo dos casais que procuram nossos serviços é a gravidez, também é oportuno abordarmos esse tema.
Veja as informações que reunimos neste post e entenda o que é eclampsia, quais são os fatores de risco associados e por que essa condição representa perigo para a gestante e o feto!
Afinal, o que é eclampsia?
Eclampsia é uma doença convulsiva que afeta mulheres grávidas. É uma condição rara, mas de alta morbimortalidade, sendo uma das principais causas de morte materna e perinatal. A pré-eclâmpsia é mais frequente, porém pode ser acompanhada com rigor no pré-natal, com a finalidade de evitar desfechos negativos.
Na gestação, ocorrem diversas transformações anatômicas e fisiológicas, buscando adaptar o corpo da mulher ao novo estado. A fisiologia gestacional, em alguns casos, pode complicar condições de saúde que a gestante já apresentava, como a hipertensão arterial, aumentando o risco de pré-eclâmpsia e, quando mais grave, eclampsia. No entanto, nem sempre há fatores predisponentes.
A pré-eclâmpsia é classificada como síndrome hipertensiva específica da gravidez e caracterizada pelo agravamento da hipertensão arterial após a 20ª semana gestacional com presença de proteinúria (perda de proteína pela urina).
As síndromes hipertensivas têm repercussão em vários sistemas vitais da gestante, podendo causar alterações cerebrais, hepáticas, hidroeletrolíticas e uteroplacentárias. Quanto ao feto, pode ocorrer retardo no crescimento intrauterino, descolamento da placenta, redução do líquido amniótico, interrupção do fluxo sanguíneo placentário e parto prematuro.
A diferença entre eclampsia e pré-eclâmpsia é a presença de convulsões generalizadas que colocam em risco a vida da mulher. Nessa condição, descarta-se o diagnóstico de epilepsia, meningite, sepse e outros problemas que desencadeiam crises convulsivas.
Quais são os fatores de risco para eclampsia?
Na gravidez, é preciso que ocorra uma interação fisiológica entre as células do sistema de defesa materno e os trofoblastos (células placentárias) para que o corpo da mulher não rejeite o feto.
Nos casos de pré-eclâmpsia e eclampsia, essa interação celular falha, provocando a quebra da tolerância imunológica e, por consequência disso, ocorrem desequilíbrios na função antioxidativa da placenta, danos nos vasos sanguíneos, vasoconstrição e hipertensão arterial.
Existem alguns fatores de risco para essas alterações:
- idade abaixo de 15 ou acima de 35 anos;
- primeira gravidez;
- gestação gemelar;
- hipertensão arterial preexistente;
- obesidade;
- pré-eclâmpsia ou eclampsia em gravidez anterior;
- bebê natimorto em gestação anterior;
- história de síndrome hipertensiva da gravidez em familiares (mãe ou irmã);
- associação com outros diagnósticos, como diabetes, trombofilias, distúrbios autoimunes e nefropatias.
Por que a reprodução assistida é uma opção para mulheres com histórico de eclampsia?
A reprodução assistida é uma área da medicina que acompanha casais inférteis e, por meio de diferentes técnicas, ajuda esses casais a realizarem seus planos de gravidez. Tanto a mulher quanto o homem podem ter fatores de infertilidade. Assim, é preciso que ambos sejam minuciosamente avaliados para chegar à indicação mais apropriada de tratamento.
No caso de mulheres que já tiveram uma gravidez, apresentaram eclampsia, além de terem outros fatores de risco para essa condição, como a idade superior a 35 anos, a fertilização in vitro (FIV) com útero de substituição é uma alternativa.
A FIV é uma técnica complexa e avançada, realizada com uma sequência de procedimentos que permitem o controle do processo de reprodução humana, desde o desenvolvimento dos óvulos até a colocação dos embriões no útero materno.
Devido a sua alta complexidade, a FIV é indicada para os casos mais sérios de infertilidade masculina ou feminina, como alterações espermáticas graves, idade materna avançada, baixa reserva ovariana, obstrução das tubas uterinas e patologias intrauterinas.
O útero de substituição — também chamado de barriga solidária, cessão temporária de útero ou gestação de substituição — é uma opção dentro do contexto da FIV para mulheres que não podem carregar o filho em seu próprio útero, bem como para reprodução de casais homoafetivos masculinos.
Com essa alternativa, ter um filho ainda é possível para mulheres que não podem gestar. A indicação é feita em casos de malformações uterinas congênitas, realização prévia de histerectomia (cirurgia de retirada do útero) ou condições que impõem riscos à saúde e à vida materna, como doenças cardíacas ou renais graves e a própria eclampsia.
Quer informações sobre outras condições que afetam as chances de gravidez? Leia nosso texto que aborda os vários fatores associados à infertilidade feminina!