Embrião é o nome dado ao estágio de desenvolvimento inicial do futuro potencial indivíduo até a 8ª semana da gravidez. É formado a partir da fusão do óvulo e espermatozoide, processo conhecido como fecundação, que pode acontecer durante o período fértil da mulher, quando os ovários liberam um óvulo para ser fecundado.
O óvulo, após ser fecundado, é chamado zigoto (pronúcleo), que passa por sucessivas divisões celulares até formar o embrião. Nos primeiros dias de vida as células embrionárias também se dividem (estágio de clivagem) e entram no útero entre o 2º e o 3º dia de vida. No quinto dia (blastocisto), ocorre a primeira diferenciação celular e, a partir do 6º dia, ele pode se fixar (implantação) no endométrio, iniciando a gestação.
Para saber o que é implantação embrionária, como ela acontece na reprodução assistida e na gestação natural, é só continuar a leitura até o final.
Endométrio e ciclo menstrual
Endométrio é um tecido altamente vascularizado que reveste internamente a cavidade uterina. Possui duas camadas, uma basal e uma funcional. A camada basal se liga ao útero, enquanto a funcional sofre variações durante o ciclo menstrual.
O ciclo menstrual é divido em três fases, estimuladas pela ação de diferentes hormônios. Na primeira delas, chamada fase lútea, o hormônio folículo-estimulante (FSH), promove o crescimento de vários folículos (bolsas que contém o óvulo primário), um deles se torna dominante e amadurece. Durante essa fase a camada funcional do endométrio começa a ser preparada pelo estrogênio para receber o embrião, tornando-se mais espessa com o objetivo de proporcionar um ambiente adequado.
No 14º dia de um ciclo regular, de 28 dias, acontece a ovulação: quando o folículo que abrigava o óvulo rompe liberando-o para fecundação. Nessa fase o endométrio já possui uma espessura três vezes maior.
Na fase lútea, última do ciclo menstrual, o folículo rompido transforma-se em corpo lúteo, estrutura responsável pela liberação de progesterona, que age em conjunto com o estrogênio para promover o espessamento final do endométrio que, nessa fase, atinge uma espessura de aproximadamente 6mm.
Por outro lado, quando não há concepção, os níveis hormonais decrescem e a camada funcional descama originando a menstruação, iniciando um novo ciclo.
O que é implantação embrionária e como ela ocorre?
O termo implantação do embrião é usado para definir o processo pelo qual o embrião se fixa ao endométrio. Na gestação natural, ocorre entre o quinto e sexto dia do desenvolvimento embrionário, chamado blastocisto. Envolve a interação direta do embrião com o endométrio, em um processo altamente coordenado e complexo, regulado por múltiplos fatores.
Para implantar, o embrião precisa realizar a eclosão ou hatching: quando ele sai da zona pelúcida para se fixar no endométrio. Zona pelúcida é uma membrana formada por glicoproteínas, que o envolve e nutre nos primeiros dias de vida.
Historicamente também chamada de ‘nidação’, que se origina da palavra ‘nidus’, cujo significado é ninho ou local de procriação, a implantação do embrião é a primeira interação física e fisiológica entre o epitélio do blastocisto e o revestimento endometrial materno. Os pré-requisitos para ser bem-sucedida incluem o desenvolvimento adequado do embrião pré-implantação e competência do blastocisto para implantação, além da diferenciação do endométrio para um estado receptivo.
Há um período durante o ciclo menstrual que o endométrio se torna mais receptivo para receber o embrião. Conhecido como janela de implantação, é fundamental para o sucesso da implantação, na gestação natural e nos tratamentos de reprodução assistida.
Além do útero, entretanto, o embrião também desempenha um papel importante nesse sucesso. Quando eles não são saudáveis, ocorrem falhas e abortamento, o que pode ser consequência de anormalidades cromossômicas no óvulo ou espermatozoide, condição comum ao envelhecimento, ou se houver erros durante a divisão celular do embrião.
Como a implantação do embrião acontece nos tratamentos de reprodução assistida?
Os tratamentos de reprodução assistida são compostos, atualmente, por três técnicas principais, divididas em baixa e alta complexidade. Nas técnicas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) ou coito programado e inseminação artificial (IA) ou inseminação intrauterina (IIU), a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, assim, a implantação também é um processo natural.
No entanto, mulheres em tratamento que sofrem falhas na implantação do embrião, podem ter o endométrio preparado por medicamentos hormonais, que podem melhorar a receptividade endometrial.
Na fertilização in vitro (FIV), por outro lado, técnica de maior complexidade, a fecundação acontece em laboratório, após a seleção e coleta de óvulos espermatozoides.
Para obter os óvulos, a mulher é submetida à estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais. Quando eles atingem o tamanho ideal são coletados por punção folicular e os óvulos extraídos e selecionados em laboratório.
Enquanto os espermatozoides são capacitados e selecionados a partir de técnicas de preparo seminal, aplicadas às amostras de sêmen coletadas.
Atualmente, o método mais utilizado é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, assim, uma quantidade maior de óvulos é fecundada com sucesso e, consequentemente, mais embriões são formados.
Os embriões são posteriormente cultivados por até seis dias em laboratório, podendo ser transferidos para o útero em estágio de clivagem ou blastocisto.
Na FIV, o endométrio também é preparado para melhorar sua receptividade.
Para conhecer detalhadamente o funcionamento da fertilização in vitro (FIV) e saber quando a técnica é indicada, clique aqui.