Iniciamos este post adiantando que a sigla TSH tem relação direta com a tireoide, que é uma glândula do sistema endócrino. As substâncias produzidas e secretadas pela tireoide participam do equilíbrio do organismo, uma vez que regulam o metabolismo.
Com formato semelhante ao de um laço ou borboleta, a glândula tireoidiana se situa na parte frontal do pescoço, mas não é possível senti-la com a palpação. Quando aumentada — condição chamada bócio, um sinal de disfunções, a exemplo do hipotireoidismo —, é possível ver uma saliência, muitas vezes, bem destacada.
A tireoide produz os hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), responsáveis por regular uma série de funções do organismo. A ação tireoidiana também tem relação com a fertilidade, como veremos ao longo do post.
Continue a leitura para saber mais sobre a importância do TSH!
O que é TSH e qual é sua função?
TSH é a sigla para hormônio estimulador da tireoide. É secretado pela glândula hipófise, situada na base do cérebro, em uma cavidade óssea denominada sela túrcica.
Vários outros hormônios são produzidos no eixo hipotálamo-hipófise, incluindo os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), chamados de gonadotróficos, pois agem diretamente sobre as gônadas (ovários e testículos), estimulando suas funções.
A função do TSH, como fica claro por sua denominação, é estimular a glândula tireoide a produzir os hormônios T3 e T4, que regulam o funcionamento de vários órgãos, incluindo os do sistema reprodutor.
De modo geral, as funções tireoidianas incluem:
- controle da temperatura, dos batimentos cardíacos e da pressão arterial;
- manutenção do peso corporal e do tônus muscular;
- regulação do sistema gastrintestinal;
- crescimento físico na infância e na puberdade;
- desenvolvimento físico e amadurecimento do aparelho sexual;
- desenvolvimento cerebral e cognitivo, incluindo aspectos como emoção, atenção e memória;
- equilíbrio das funções reprodutivas.
Como o TSH está relacionado à infertilidade?
O ciclo reprodutivo feminino é diretamente regulado pelos hormônios da hipófise FSH e LH e pelos hormônios estrogênio e progesterona, secretados pelos ovários. A fertilidade masculina também depende da ação de LH e FSH, além da testosterona, produzida nos testículos.
Substâncias secretadas por outras glândulas endócrinas, como a tireoide e as suprarrenais, não são mencionadas como fundamentais para o processo reprodutivo, mas também são importantes para o equilíbrio do organismo e o bom funcionamento do sistema reprodutor.
Os hormônios tireoidianos, por exemplo, interagem com os hormônios hipofisários e contribuem no processo de foliculogênese — crescimento dos folículos ovarianos e amadurecimento dos óvulos que estão dentro destes folículos. Assim, as substâncias secretadas pela tireoide participam da ovulação e da regularidade dos ciclos menstruais.
No caso do homem, a tireoide tem participação indireta na produção de testosterona e dos espermatozoides, além de estimular a libido e a função sexual.
Vemos que, se o TSH é responsável por estimular o funcionamento da tireoide, também é um dos hormônios importantes para a saúde do sistema reprodutor. Então, alterações nos níveis de TSH podem levar à infertilidade ou a abortos.
A maior parte dos casos de disfunções tireoidianas — hipertireoidismo ou hipotireoidismo — é causada por problemas na própria glândula. Entretanto, uma fração resulta de alterações hipofisárias que acarretam produção insuficiente ou excessiva de TSH, por consequência, há um estímulo reduzido ou aumentado da tireoide.
O desequilíbrio de TSH e o mau funcionamento da tireoide podem acarretar:
- irregularidades menstruais;
- ovulação infrequente ou fora do período adequado;
- insuficiência da fase lútea, fase em que os hormônios ovarianos preparam o útero para receber o embrião;
- aborto;
- falhas na produção de espermatozoides;
- redução do desejo sexual;
- dificuldade de iniciar ou manter uma ereção (disfunção erétil).
Quando procurar os serviços de reprodução assistida?
As técnicas de reprodução assistida são indicadas quando o casal não consegue chegar a um resultado positivo, após tentar a gravidez por 1 ano. Mulheres com mais de 35 anos devem buscar ajuda especializada após 6 meses de tentativas.
É feita uma avaliação detalhada do casal e vários exames são solicitados, incluindo dosagens hormonais — FSH, LH, TSH, e T4 livre, prolactina, estradiol, entre outras. Técnicas de diagnóstico por imagem também são importantes, como a ultrassonografia pélvica e a histerossalpingografia.
Com base nos resultados dos exames, é possível dizer quais são os fatores de infertilidade e as possibilidades de tratamento. Nos casos de desequilíbrio hormonal, sem que sejam detectados problemas mais graves, pode ser indicada, inicialmente, a terapia com medicamentos para regularizar os níveis dos hormônios alterados.
Entre as técnicas de reprodução assistida, a relação sexual programada e a inseminação artificial associadas à estimulação ovariana são alternativas para casais com condições simples de tratar, como as disfunções ovulatórias. Para esses tratamentos, considerados de baixa complexidade, é preferível que a mulher tenha menos que 35 anos e tubas uterinas saudáveis.
A fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade, é a melhor opção para casais com fatores graves de infertilidade, incluindo alterações espermáticas, idade materna avançada, problemas uterinos e tubários.
Com base no que você leu neste post, é importante observar os sinais e sintomas de desequilíbrios hormonais e procurar um especialista para uma avaliação correta. Afinal, os níveis adequados dos hormônios, inclusive do TSH, são necessários para a saúde do sistema reprodutor e do organismo em geral.
Aproveite para ler nosso texto que aborda outras condições associadas à infertilidade feminina!