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O que ISCA (infertilidade sem causa aparente)

Por Equipe Origen

Publicado em 10/03/2021

A infertilidade é habitualmente definida como a incapacidade de conceber após 1 ano de relações sexuais desprotegidas. Embora historicamente os problemas de fertilidade de um casal fossem atribuídos às mulheres, sabe-se, hoje, que podem sem provocados por fatores femininos e masculinos em igual proporção.

A avaliação da infertilidade normalmente ocorre após tentativas frustradas de engravidar. No entanto, o período de 1 ano é recomendado para casais mais jovens, até 35 anos. Acima dessa idade a investigação deve iniciar após 6 meses.

Avanços significativos ocorreram nos métodos diagnósticos nas últimas décadas, o que proporcionou a detecção da maioria das causas que podem resultar em dificuldades reprodutivas. Contribuindo, inclusive, para aumentar as taxas de sucesso nos tratamentos de reprodução assistida.

Apesar dos índices positivos, entretanto, aproximadamente 10% dos casais serão considerados com infertilidade sem causa aparente (ISCA) após a investigação diagnóstica.

Continue a leitura até o final e saiba o que é ISCA, quando é determinada, como é investigada e quais as formas de tratamento se houver o desejo de engravidar.

O que é ISCA?

Um casal recebe o diagnóstico de infertilidade sem causa aparente quando tem dificuldades para conceber, e a investigação padrão falha em detectar a causa. A ISCA, portanto, é essencialmente um diagnóstico negativo, ou seja, a equipe médica sabe que há um problema, mas a causa permanece desconhecida.

As causas mais comuns de infertilidade feminina são distúrbios de ovulação, obstruções nas tubas uterinas e anormalidades na anatomia do útero, provocadas por diferentes condições, como por exemplo, endometriose, miomas uterinos, pólipos endometriais, síndrome dos ovários policísticos (SOP), inflamações nos órgãos reprodutores, doenças da tireoide, autoimunes, genéticas ou defeitos congênitos (desde o nascimento).

Além disso, a capacidade reprodutiva feminina se torna cada vez menor com o envelhecimento.

Já a infertilidade masculina é consequência de alterações na estrutura dos espermatozoides – morfologia (forma) e motilidade (movimento) –, no DNA e no processo de produção, na qualidade do sêmen e, de obstruções, que dificultam ou impedem o transporte para fecundar o óvulo.

Desequilíbrio hormonal, processos inflamatórios, cistos e tumores, problemas na função sexual, doenças como caxumba e varicocele, ou mesmo superexposição ao calor e toxinas, estão entre as causas mais comuns.

O estilo de vida também influencia em ambos os casos, como alimentação pouco saudável, sedentarismo ou excesso de exercício físico, baixo peso ou sobrepeso, hábitos como alcoolismo e tabagismo.

Como a infertilidade é diagnosticada como sem causa aparente (ISCA)?

O diagnóstico de ISCA é definido após a exclusão dos fatores mais conhecidos de infertilidade feminina e masculina. Para isso, são realizados diferentes exames laboratoriais e de imagem.

A infertilidade feminina pode ser inicialmente avaliada pelo teste de avaliação da reserva ovariana. Ele possibilita a indicação da quantidade de folículos (bolsas que armazenam os óvulos) presentes nos ovários no momento da realização do teste, incluindo os pré-antrais e antrais, que possuem capacidade para posteriormente ovular.

Toda mulher nasce com uma reserva ovariana, que naturalmente diminui na puberdade e, posteriormente, a cada ciclo menstrual. As alterações nos níveis, entretanto, podem ocorrer durante a fase reprodutiva como consequência de diversas condições.

Para investigar a fertilidade masculina, por outro lado, o exame padrão é o espermograma, que identifica possíveis alterações na quantidade e qualidade dos espermatozoides, incluindo morfologia e motilidade, ao mesmo tempo que detecta anormalidades no sêmen.

Homens e mulheres também são avaliados por exames de imagem, para investigar possíveis alterações nos órgãos reprodutores, assim como testes de sangue e de urina, que indicam a presença de bactérias causadoras de processos inflamatórios e, hormonais, para avaliar os níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo.

Se houver suspeita de infertilidade causada por fatores genéticos, o rastreio também pode ser indicado.

Apenas após a realização dos testes, quando nenhuma causa é identificada, o diagnóstico passa a ser de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Ser diagnosticado com ISCA significa que a fertilidade pode ser comprometida por outros fatores não reconhecidos pelos exames tradicionalmente realizados. De acordo com diferentes estudos, alguns são apontados como causas prováveis, entre eles:

Nas mulheres

  • Endometriose nos estágios iniciais;
  • Pequenas alterações nas tubas uterinas, dificilmente identificadas pelos exames tradicionais;
  • A infertilidade também tem sido associada a doenças autoimunes. Para identificá-las, é necessário a realização de exames específicos, exemplos incluem Lúpus e tireoide de Hashimoto que, nesse caso, devem ser identificadas por exames específicos.

Já nos homens, o principal problema apontado por estudos é a fragmentação do DNA espermático: espermatozoides com dano no DNA têm os genes comprometidos, assim, embriões formados por eles também terão uma saúde frágil dificultando ou impedindo a nidação (processo pelo qual implanta no endométrio iniciando a gestação), levando a falhas na implantação e abortamento.

Dessa forma, uma investigação adicional dessas possíveis causas pode contribuir para a definição da abordagem terapêutica mais adequada em cada caso, embora as técnicas de reprodução assistida, consideradas o tratamento padrão para infertilidade, aumentem as chances de gravidez mesmo se o diagnóstico for de ISCA.

Quais as indicações de tratamento para quem quer ter filhos e foi diagnosticado com ISCA?

As principais técnicas de reprodução assistida – relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV) – proporcionam a gravidez quando o diagnóstico é de ISCA e são, portanto, a principal indicação de tratamento.

A mais adequada para cada paciente considera critérios como a idade da mulher, saúde das tubas uterinas e dos espermatozoides.

RSP e IA são consideradas de baixa complexidade, pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas. Por isso, são indicadas para mulheres com até 36 anos que tenham as tubas uterinas saudáveis e quando o sêmen está normal ou com alterações leves.

Na RSP, como um dos objetivos é programar o melhor momento para intensificar a relação sexual, aumentando, dessa forma, as chances de engravidar, os espermatozoides também deverão estar dentro dos padrões de normalidade apontados pelo espermograma.

Enquanto na IA, eles são previamente selecionados por técnicas de preparo seminal e posteriormente depositados no útero durante o período fértil, o que possibilita do tratamento mesmo nos casos há pequenas anormalidades.

A FIV, de maior complexidade, pois prevê a fecundação em laboratório, é indicada particularmente para mulheres acima dos 36 anos e quando há maiores alterações dos espermatozoides.

Todas elas aumentam as chances de gravidez de casais diagnosticados com ISCA.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.