As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que antes eram chamadas de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), são condições que podem afetar gravemente o aparelho sexual, chegando a causar infertilidade feminina e masculina, entre outras complicações, se a pessoa infectada não procurar tratamento médico.
A nomenclatura mudou, de DST para IST, porque indica que o indivíduo pode contrair e transmitir os microrganismos infecciosos — bactérias, vírus, protozoários e fungos —, ainda que não apresente sinais e sintomas de uma doença.
Entretanto, é importante divulgar informações a esse respeito para conscientizar as pessoas que mesmo as infecções assintomáticas podem ter repercussões graves na saúde, sobretudo nas funções sexuais e reprodutivas.
Entenda, com a leitura deste post, o que são e quais são as ISTs mais comuns, como elas podem afetar a fertilidade de homens e mulheres e o que fazer para evitar e tratar essas infecções!
Afinal, o que são ISTs?
ISTs, como diz a própria terminologia, são infecções que podem ser transmitidas por meio do contato sexual sem uso de preservativos — seja o contato vaginal, anal, oral ou manual.
Nem sempre causam sintomas, de forma que a pessoa infectada pode não saber que contraiu o patógeno e continuar suas práticas sexuais desprotegidas, aumentando as taxas de propagação das infecções.
Quando há sintomas, eles podem surgir como dor pélvica, dor e queimação ao urinar, dor na relação sexual, secreção vaginal ou peniana, verrugas, bolhas e outras anormalidades genitais.
Os agentes etiológicos das ISTs são, como já dito, vírus, bactérias, protozoários e alguns tipos de fungos. Os microrganismos infecciosos podem estar presentes em vários fluídos corporais, incluindo a secreção vaginal fisiológica, o sêmen e o sangue.
Embora sejam transmitidas principalmente por via sexual, algumas ISTs também podem ser propagadas por meio do compartilhamento de objetos, como o uso de seringas, ou por transmissão vertical, isto é, da mulher para o seu feto durante a gestação ou o parto.
Além disso, existem os fatores de risco para o contágio por ISTs, incluindo:
- não usar preservativos nas relações sexuais;
- ter múltiplos parceiros sexuais;
- não buscar avaliação e tratamento diante dos primeiros sintomas de infecção;
- ter contraído outra IST
Quais são as ISTs mais comuns?
São várias as infecções que podem ser transmitidas sexualmente, as mais comuns são:
- clamídia;
- gonorreia;
- HPV;
- herpes simples;
- sífilis;
- tricomoníase;
- hepatites B e C;
- HIV;
- HTLV.
Apesar do índice de transmissão e das demais consequências à saúde, nem todas essas ISTs são potencialmente agressivas à fertilidade. As mais relacionadas aos prejuízos reprodutivos são a clamídia e a gonorreia.
A clamídia é a IST de maior incidência no mundo, sendo mais frequente na população jovem. Em mulheres, comumente, é uma condição assintomática. Quando há sintomas, a infecção pode provocar secreção vaginal anormal, dor no baixo abdome, dor na relação sexual e sangramento fora do período menstrual. O homem pode apresentar dor e inchaço nos testículos, secreção peniana, dor ao urinar e sangramento retal.
A gonorreia é outra IST de alta incidência e pode afetar não somente o trato genital, mas também o reto, os olhos e a garganta. Os sintomas, quando presentes, são parecidos com os da clamídia. No corpo masculino, essa infecção costuma ser mais agressiva.
Quais são as formas de prevenção e tratamento das ISTs?
As ISTs podem ser evitadas com o uso de preservativos nas relações sexuais. Também é importante observar o próprio corpo e não ignorar ao notar alguma anormalidade nos órgãos genitais.
Ao primeiro sinal, um médico deve ser procurado para estabelecer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento enquanto há controle no processo evolutivo da infecção. Quanto antes a pessoa infectada for medicada, menor será o risco de complicações e de propagação dos patógenos.
O tratamento das ISTs é feito com o uso de medicamentos — antibióticos, antivirais ou antifúngicos —, orais ou injetáveis, prescritos conforme os microrganismos detectados nos exames. Os parceiros sexuais também precisam receber a medicação.
ISTs e infertilidade: a reprodução assistida pode ajudar?
A relação entre IST e infertilidade se dá por vários motivos. Na mulher, essas infecções, sobretudo a clamídia, estão entre as principais causas de obstrução das tubas uterinas. Quando os patógenos ascendem para o trato reprodutivo superior podem causar a doença inflamatória pélvica (DIP), lesionando o colo do útero, o endométrio (revestimento interno do útero), as tubas e, raramente, os ovários.
A inflamação nas tubas (salpingite) pode levar ao acúmulo de fluído seroso, condição chamada hidrossalpinge, que provoca a obstrução. Já a inflamação no endométrio (endometrite) interfere na receptividade uterina, prejudicando o processo de implantação embrionária.
No homem, as ISTs podem causar inflamação na uretra (uretrite), na próstata (prostatite), nos epidídimos (epididimite) e, em alguns casos, alcançar os testículos (orquite). A formação de tecido cicatricial, em resposta ao processo inflamatório, pode provocar obstruções no trato reprodutivo, impedindo que os espermatozoides se unam ao sêmen. A ausência de gametas no líquido seminal é uma condição grave de infertilidade masculina, chamada de azoospermia.
Em todas essas situações de infertilidade decorrentes das sequelas de ISTs, a fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade da reprodução assistida, pode ser indicada para superar os fatores que impedem a concepção espontânea.
Entenda mais sobre o assunto com a leitura do texto sobre infecção por clamídia!