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Prolapso uterino: o que é?

Por Equipe Origen

Publicado em 09/02/2023

Prolapso uterino é uma condição que pode causar apreensão, portanto, precisa ser bem conhecida e compreendida. É uma dentre tantas alterações que podem afetar a aparelho genital da mulher, chegando a interferir na função sexual, na possibilidade de gravidez (em casos mais graves) e na qualidade de vida.

O útero tem relação com a menstruação e tem papel importantíssimo nas funções reprodutivas, sendo o órgão responsável por sustentar e proteger o feto na gravidez. Sua formação anatômica e histológica, bem como a posição do útero na cavidade pélvica, é fundamental para seu funcionamento adequado.

Leia este texto e entenda como o útero é posicionado na pelve, o que é prolapso uterino e como tratar essa condição!

Qual é a estrutura e a posição normal do útero?

O útero é um órgão oco, com formato semelhante ao de uma pera invertida e que mede entre 6 e 10 cm em estado não gravídico. Existem variações de tamanho, de acordo com a idade e a atividade reprodutora da mulher.

Anatomicamente, o órgão é dividido em colo uterino ou cérvice, istmo e corpo do útero. Quanto à sua formação histológica, são três camadas de tecidos que constituem a parede uterina: superfície serosa, miométrio e endométrio.

Em sua posição normal, o útero está localizado na pelve, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto, sendo sustentado na cavidade pélvica pelos ligamentos largos. Além disso, recebe as duas tubas uterinas nas laterais de sua porção superior e, na parte inferior, liga-se à vagina.

Todas essas características são importantes para que o órgão possa cumprir adequadamente suas funções na reprodução.

O que é prolapso uterino?

Prolapso uterino é o deslocamento do útero de seu lugar original. Ocorre quando o órgão sai de sua posição e desce em direção à vagina, podendo, nos casos mais graves, ultrapassar o introito vaginal.

Também denominado histerocele, o prolapso uterino faz parte do prolapso dos órgãos pélvicos (POP), um conjunto de alterações decorrentes da perda de sustentação dos compartimentos do assoalho pélvico. Com isso, pode ocorrer a exteriorização desses órgãos. Além do útero, o problema pode envolver a descida da bexiga, da uretra e até do intestino.

Portanto, o prolapso uterino resulta do enfraquecimento dos músculos e dos ligamentos que sustentam o útero na cavidade pélvica. Em graus iniciais pode não causar muito incômodo, mas, em casos de maior deslocamento, os sintomas incluem: dor, sensação de pressão e de haver uma saliência dentro da vagina, dor lombar, dificuldade na penetração sexual e alterações urinárias.

Atualmente, utiliza-se o sistema de quantificação POP-Q — Pelvic Organ Prolapse-Quantification — que define os seguintes graus de prolapso:

  • I- o útero desce, mas permanece mais de 1 cm acima do hímen, portanto, não pode ser visto fora da vagina;
  • II- o prolapso chega à abertura da vagina, mas nem sempre é exteriorizado;
  • III- o útero se projeta até 1 cm para fora;
  • IV- ocorre a eversão completa, isto é, o útero é totalmente exteriorizado.

O que pode causar o prolapso uterino?

A causa do prolapso uterino é a perda de sustentação dos órgãos dentro da pelve, devido ao enfraquecimento do tecido conjuntivo e dos ligamentos. Existem alguns fatores que aumentam o risco para desenvolver esse problema, tais como:

  • multiparidade (história de 2 ou mais gestações);
  • parto normal prolongado;
  • obesidade;
  • envelhecimento;
  • alterações hormonais que intensificam a redução de colágeno e elastina;
  • algumas doenças musculares e genéticas.

Em relação às consequências, se o prolapso uterino não for tratado pode culminar em lacerações no colo do útero, sangramentos, problemas urinários e prolapso da bexiga com risco aumentado para infecções urinárias e complicação renal.

Como se faz o tratamento do prolapso uterino?

A conduta depende do grau do prolapso. Em casos leves e assintomáticos, não é necessário fazer tratamento, mas é importante acompanhar a progressão do quadro.

Pacientes com prolapso em grau I e II podem ter melhoras com exercícios de fisioterapia para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico. Recomenda-se, também, a perda de peso para pacientes com obesidade, com o objetivo de reduzir a pressão intra-abdominal.

O uso de pessários — dispositivos de borracha ou silicone que são colocados na vagina para melhorar o suporte estrutural — é uma opção para casos sintomáticos. Já as cirurgias reconstrutivas são indicadas para as condições mais graves.

Em graus avançados, dependendo da idade da paciente e de suas intenções reprodutivas, a histerectomia (retirada parcial ou total do útero) também pode ser feita. Contudo, esse tipo de cirurgia afeta as chances de uma futura gravidez.

O prolapso uterino em graus leves não causa infertilidade. Em casos severos, tanto as funções uterinas quanto a atividade sexual são prejudicadas. Portanto, é recomendado que o tratamento seja feito para que a mulher recupere sua possibilidade de engravidar e ter uma gestação sem intercorrências.

Após a cirurgia reconstrutiva, é possível que a fertilidade seja completamente restaurada. Entretanto, qualquer cirurgia uterina pode aumentar o risco de formação de sinequias (pontes de tecido cicatricial que obstruem a cavidade do útero) e endometrite (inflamação no revestimento interno do útero). Essas duas condições podem cursar de forma assintomática, mas causar infertilidade.

Diante do que foi abordado, mulheres com história de prolapso uterino, que não conseguem engravidar após a cirurgia, podem investigar suas condições uterinas e procurar a reprodução assistida. A técnica indicada para esses casos é a fertilização in vitro (FIV) — caso a paciente tenha feito histerectomia, o tratamento é feito com útero de substituição ou cessão temporária.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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