A procura por técnicas de reprodução assistida tem aumentado, à medida que as pessoas obtêm mais informações sobre essa área tão importante da medicina. Ainda há muitas dúvidas sobre como os tratamentos são feitos, mas o aumento do interesse leva os casais inférteis a compreenderem que com procedimentos simples, como na relação sexual programada (RSP), é possível ter mais chances de engravidar.
A RSP e a inseminação artificial ou intrauterina (IIU) são técnicas de baixa complexidade, indicadas para casais com fatores leves de infertilidade. Nesses tratamentos, há pouca intervenção médica e a fecundação do óvulo acontece como no processo natural de concepção, ou seja, em uma das tubas uterinas.
A técnica mais avançada da reprodução assistida — também indicada para um leque maior de problemas reprodutivos — é a fertilização in vitro (FIV). Consiste em uma sequência de procedimentos que permitem a formação de embriões fora do corpo feminino, para depois serem transferidos para o útero.
Com a leitura deste post, você poderá esclarecer possíveis dúvidas que tenha em relação ao tratamento de reprodução com a RSP. Confira as informações a seguir!
O que é relação sexual programada e como é feita?
A relação sexual programada ou coito programado é uma técnica empregada no âmbito da reprodução assistida para aumentar as chances de uma gravidez acontecer. É recomendada para casais que têm fatores brandos de infertilidade feminina.
Em síntese, consiste em orientar o casal a programar suas relações sexuais para os dias certos do ciclo menstrual da mulher, ou seja, aqueles próximos à ovulação, portanto, com chances de fecundação.
Esses dias são considerados o período fértil da mulher, o que acontece em torno do 14º dia do ciclo menstrual, contando a partir do primeiro dia da última menstruação. Esse cálculo tem por base os ciclos que duram, regularmente, cerca de 28 dias.
No entanto, cada mulher pode ter um ciclo menstrual com duração diferente. Quando há um intervalo maior que 35 dias entre uma menstruação e outra ou em casos de amenorreia (ausência de menstruação) por meses consecutivos, é importante procurar avaliação médica.
As irregularidades menstruais podem resultar de disfunções ovulatórias. Se a mulher não tem ovulação frequente, é bem mais difícil engravidar espontaneamente. É nessa condição que a relação sexual programada pode ser realizada.
A RSP requer poucos procedimentos, são eles: estimulação ovariana e indução da ovulação; acompanhamento ultrassonográfico do desenvolvimento folicular; programação das relações íntimas para os dias do período fértil.
A estimulação ovariana é feita com o uso de medicações hormonais, orais ou injetáveis, que fazem os ovários trabalharem mais. Esses órgãos são as gônadas femininas, são responsáveis por desenvolver os óvulos e produzir os hormônios reprodutivos, estrogênio e progesterona, que preparam o útero para a gravidez.
As medicações são administradas desde a primeira semana do ciclo menstrual. Enquanto os folículos ovarianos se desenvolvem, os quais guardam os óvulos, eles são monitorados por exames seriados de ultrassonografia pélvica. Dosagens hormonais também ajudam a prever a data da ovulação.
O momento fértil abrange período periovulatório (até dois dias antes da ovulação até um dia depois). É durante esse tempo que o casal precisa intensificar suas atividades sexuais para ter chances de que um óvulo seja fecundado.
Em quais casos essa técnica pode ser indicada?
As indicações para a relação sexual programada são restritas. Podem ter sucesso com esse tratamento os casais que não apresentam outros fatores de infertilidade, além das disfunções ovulatórias. Também é importante que a paciente tenha menos de 35 anos e tubas uterinas saudáveis. O limite da idade deve ser avaliado conjuntamente com o casal, pois depende muito de quantos filhos querem ainda ter.
Em resumo, a RSP é uma opção para mulheres jovens com problemas ovulatórios, os quais incluem:
- oligovulação — ovulação infrequente, ou seja, não ocorre em todos os ciclos;
- anovulação crônica — ausência de ovulação.
- infertilidade sem causa aparente;
- tempo de infertilidade superior a 24 meses;
- infertilidade masculina leve;
- quando apenas uma trompa é funcional.
A causa mais comum de disfunção ovulatória é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Essa é uma endocrinopatia de significativa prevalência entre mulheres em idade reprodutiva. A doença é caracterizada por hiperandrogenismo (excesso de hormônios masculinos), o que interfere na síntese dos hormônios que controlam o processo de ovulação. De tal forma, os folículos ovarianos não avançam em seu desenvolvimento, formando microcistos nos vários.
Outras condições que podem interferir no processo de ovulação incluem:
- hiper e hipotireoidismo;
- tumores hipofisários;
- excesso de prolactina;
- anorexia nervosa;
- desnutrição;
- obesidade;
- estresse elevado;
- prática excessiva de exercícios físicos;
- uso de anabolizantes e alguns tipos de medicação.
Por vezes, mudanças no estilo de vida e o tratamento das condições subjacentes pode ser suficiente para normalizar a função ovulatória. A RSP fica indicada para aumentar a atividade ovariana e, consequentemente, as chances de gravidez.
Ainda que as intervenções sejam mínimas, a relação sexual programada tem boas taxas de sucesso — entre 15% e 20% a cada ciclo de realização. Contudo, o êxito do tratamento depende de indicação apropriada, com base nos resultados dos exames e nas características da paciente. Para casos que envolvem mais fatores de infertilidade, não somente a disfunção de ovulação, técnicas mais complexas são escolhidas.
Aproveite para conhecer melhor essa opção de tratamento com a leitura do texto principal sobre relação sexual programada!