O ápice da fertilidade da mulher ocorre por volta dos 24 anos de idade, sendo que, a partir dos 35, a possibilidade de ter filhos cai em um ritmo mais acelerado. Ao chegar à menopausa, quando a mulher para de menstruar, ela cessa por completo.
A menstruação é um importante indicador da fertilidade, porque ela é um sinal de que a mulher ovulou e que, como o óvulo não foi fecundado, a superfície do endométrio, camada que reveste o útero e aumentou de tamanho para receber um embrião, foi eliminada, com o objetivo de preparar o corpo para uma nova ovulação e concepção.
Muitas mulheres em idade fértil, porém, optam por não ter filhos e, como solução, recorrem à cirurgia de laqueadura das trompas. Mas o que acontece quando a mulher passa pela cirurgia e depois busca fazer a reversão do procedimento?
Neste artigo, vamos falar sobre a reversão de laqueadura e as opções que têm as mulheres nessa situação.
O que é a laqueadura tubária?
A laqueadura tubária é um procedimento simples, que consiste em bloquear as tubas uterinas, o que pode ser feito por meio de diversas técnicas, como clipes, pontos cirúrgicos e eletrocoagulação. Dessa forma, mesmo que a mulher ovule normalmente, os espermatozoides não terão como chegar até o óvulo para fecundá-lo.
A cirurgia hoje é permitida pela lei brasileira quando a mulher tem mais de 25 anos de idade ou dois filhos vivos. Além disso, devem ter se passado no mínimo 60 dias entre o momento em que a mulher manifestou o desejo de fazer o procedimento até a realização da laqueadura.
O Brasil é um dos países com um dos mais altos índices de esterilização feminina, sendo que 21,1% das mulheres de 25 a 29 anos já fizeram a laqueadura. Dos 30 aos 34 anos, o percentual é de 42,7%. Além disso, entre 2 e 13% dessas mulheres se arrependem da decisão, seja pelo falecimento de filhos, por terem um novo parceiro, entre outros motivos.
O que é a reversão de laqueadura e como ela é realizada
A reversão de laqueadura consiste em um procedimento para desobstruir as trompas, permitindo que a fecundação do óvulo pelo espermatozoide ocorra de forma natural. Ela pode ser realizada por laparotomia (intervenção cirúrgica tradicional) ou laparoscopia, com o auxílio de uma pequena câmera introduzida na cavidade peritoneal.
Caso a mulher engravide após o procedimento, são maiores as chances de uma gravidez ectópica, ou seja, que acontece fora do útero. É importante ressaltar que a reversão nem sempre é possível e depende de alguns fatores, como a reserva ovariana da mulher e a técnica usada na laqueadura. Além disso, há casos em que a mulher continua sem conseguir engravidar após o procedimento porque tem outros problemas relacionados à fertilidade.
Em alguns casos, podem ser indicadas técnicas de reprodução assistida no lugar da cirurgia para tentar a reversão de laqueadura.
Quais são as condições da reversão
Para avaliar se a reversão de laqueadura é a melhor opção para a paciente, é preciso analisar outras questões relacionadas à fertilidade da mulher e do parceiro. Se os dois forem considerados férteis ou tiverem problemas de fertilidade que possam ser tratados, é possível que a paciente seja uma candidata ao procedimento.
Entre os fatores que podem influenciar no sucesso da reversão de laqueadura estão o tipo de esterilização realizada, a idade da mulher no momento do procedimento e à época em que fez a laqueadura, bem como o tempo decorrido desde a esterilização.
De maneira geral, a reversão de laqueadura é indicada para mulheres de até 35 anos de idade e que fizeram a esterilização há no máximo cinco anos. No entanto, o procedimento não costuma ser indicado se o casal pretende ter menos de um filho.
Reversão de laqueadura ou reprodução assistida
Outra opção a ser considerada pelas mulheres que têm o desejo de ter filhos depois de já terem feito a laqueadura é a FIV (fertilização in vitro). Nessa técnica de reprodução assistida, os gametas femininos (óvulos) e masculinos (espermatozoides) são coletados para que a etapa de fertilização seja feita em laboratório e, posteriormente, os embriões são colocados diretamente no útero da mulher. Dessa forma, não há a necessidade das tubas uterinas no processo.
Dependendo das condições de fertilidade da mulher e os outros fatores mencionados acima, a reversão de laqueadura pode não ser suficiente para que o casal consiga a tão sonhada gravidez, tendo que recorrer posteriormente à FIV. Por isso, em alguns casos, a reprodução assistida pode ser a indicação inicial.
Dessa forma, antes de decidir pela cirurgia para reversão de laqueadura ou pela FIV, é essencial fazer toda a investigação necessária, de acordo com a orientação do seu médico, e avaliar as vantagens e desvantagens de cada técnica. Para saber mais sobre reversão de laqueadura, toque aqui.