Sinequias podem causar infertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 13/11/2025

As sinequias uterinas são aderências ou faixas de tecido cicatricial que se formam dentro do útero. Essa alteração pode passar despercebida por algum tempo, mas é capaz de impactar a fertilidade feminina.

Quando há muitas aderências, ocluindo a cavidade do útero, as sinequias dão origem à chamada síndrome de Asherman, uma condição mais grave, que está associada à infertilidade e, às vezes, outros sintomas.

Entender o que são as sinequias uterinas, como surgem e de que forma podem afetar a fertilidade é importante para quem está tentando engravidar ou planeja iniciar um tratamento de reprodução assistida. Então, continue a ler o post para obter essas informações!

O que causa as sinequias uterinas?

As sinequias uterinas podem surgir como consequência de uma lesão no endométrio — o tecido que reveste a parede uterina por dentro. Essas aderências podem variar em número, espessura e extensão, comprometendo parcial ou totalmente a cavidade do útero.

As principais causas da formação das sinequias uterinas são as lesões endometriais, portanto os fatores de risco incluem os procedimentos médicos realizados no útero, tais como:

  • curetagem após aborto ou parto;
  • cirurgias para retirada de pólipos endometriais e miomas submucosos;
  • infecções e inflamações intrauterinas, como a endometrite;
  • uso de DIU;
  • partos complicados, que necessitam de várias intervenções durante o trabalho.

As sinequias provocam sintomas?

Em muitos casos, as sinequias uterinas são assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando os sintomas aparecem, eles costumam estar relacionados a alterações no fluxo menstrual e dificuldades para engravidar.

Os sinais e sintomas podem ocorrer sobretudo na síndrome de Asherman, quando as aderências são extensas, múltiplas e o útero fica mais comprometido. Nesse caso, a mulher pode apresentar:

  • redução do fluxo menstrual (hipomenorreia) ou ausência de menstruação (amenorreia);
  • cólica intensa e dor pélvica;
  • dificuldade para engravidar ou abortamento.

Sendo assim, as mulheres que apresentam alterações menstruais após procedimentos uterinos e que enfrentam dificuldades para engravidar devem considerar a possibilidade de buscar avaliação médica para descobrir se desenvolveram sinequias uterinas e síndrome de Asherman.

Como é o tratamento?

O tratamento das sinequias uterinas depende da extensão e localização das aderências, bem como da presença de sintomas e da intenção de engravidar da paciente. A abordagem mais utilizada é a histeroscopia cirúrgica, um procedimento minimamente invasivo que permite visualizar e remover as faixas de tecido com precisão.

Durante a histeroscopia, o especialista introduz um instrumento com uma pequena câmera acoplada pelo colo do útero e, com o auxílio de pinças e tesouras que são inseridas em compartimentos do histeroscópio, faz a liberação das aderências, restaurando a anatomia normal da cavidade uterina.

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para evitar a recidiva das aderências durante o processo de cicatrização.

Para mulheres que desejam engravidar, o tratamento das sinequias uterinas pode ser o primeiro passo para restaurar a fertilidade. Após a correção cirúrgica, muitas conseguem iniciar uma gestação de forma espontânea.

No entanto, em casos mais severos ou quando há outros fatores associados à infertilidade do casal, a reprodução assistida é uma alternativa. Técnicas como a fertilização in vitro (FIV) podem ser indicadas para aumentar as chances de gestação, especialmente se houver idade materna avançada ou outras condições que dificultam a concepção natural.

Quando investigar?

Como as sinequias uterinas nem sempre provocam sintomas, dificilmente a mulher vai desconfiar de uma alteração e procurar avaliação médica devido a essa suspeita. Contudo, recomenda-se procurar um especialista diante de alterações menstruais e dificuldade para engravidar.

Além da avaliação clínica, o médico poderá solicitar exames específicos conforme a hipótese diagnóstica. Dosagens hormonais, ultrassonografia pélvica ou em 3D ou 4D histerossonografia e histerossalpingografia são exames geralmente solicitados na investigação de alterações ginecológicas.

Tratando-se de infertilidade — caracterizada pela ausência de gravidez após 12 meses de tentativa em casais com menos de 35 anos ou 6 meses acima desta idade —, a avaliação é do casal. Isso quer dizer que, mesmo que a mulher seja a primeira a buscar ajuda médica devido a sinais como as alterações menstruais, seu parceiro também deve ser incluído na investigação diagnóstica.

É importante, portanto, que tanto a mulher quanto o homem realizem exames, pois ambos podem apresentar fatores que dificultam a concepção e que ainda não foram corretamente diagnosticados.

Assim, com base nos resultados de uma avaliação detalhada e personalizada, é possível definir o melhor caminho para cada casal, isto é, fazer a escolha mais adequada dos tratamentos das condições diagnosticadas e, se necessário, das técnicas de reprodução assistida.

As sinequias uterinas, sobretudo quando dão origem à síndrome de Asherman, estão entre as possíveis causas de infertilidade conjugal — assim como outras doenças uterinas, disfunções ovulatórias, obstrução tubária, endometriose, alterações masculinas etc.

Ou seja, são diversas as condições que podem interferir nas chances de gravidez do casal, mas uma investigação detalhada pode levar a bons resultados. É importante sempre ficar atento à idade da mulher e à reserva ovariana, pois são os principais fatores prognósticos de sucesso dos tratamentos.

Para concluir: alterações menstruais após procedimentos uterinos, dificuldades para engravidar ou abortos recorrentes são sinais de alerta importantes. Nesse contexto, identificar e tratar as sinequias uterinas pode ajudar a restaurar a fertilidade.

Se você suspeita que é infértil ou deseja entender melhor quais são os possíveis fatores que podem prejudicar sua saúde reprodutiva, leia agora nosso texto sobre infertilidade feminina!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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