O câncer no útero tem alta prevalência, sendo um dos mais comuns no Brasil. De acordo com o INCA, o câncer de colo de útero, tipo mais comum da doença, atinge cerca de 16.370 mulheres ao ano.
Milhares de casais ficam apreensivos quanto à ocorrência da doença e ao comprometimento da fertilidade. É difícil não associar esses dois fatores, e muitas brasileiras desconhecem as implicações do câncer no útero na capacidade reprodutiva.
O câncer no útero compromete a fertilidade? Existem fatores que preservam essa capacidade de ter filhos? Continue acompanhando nosso post para saber mais sobre o assunto!
O que é o câncer no útero?
Existem dois principais tipos de câncer no útero. O primeiro acomete o colo do útero, ou seja, a parte inferior que se comunica com a vagina. Tem caráter mais comum e precoce. O segundo tipo, o câncer de endométrio, é caracterizado pela presença de células malignas na parte interna superior do útero. No entanto, esse tumor é mais raro em mulheres que estão em idade reprodutiva.
O câncer de endométrio acontece principalmente devido a fatores genéticos e desequilíbrios hormonais, e o câncer de colo de útero geralmente ocorre pela infecção do vírus HPV. Ambos podem apresentar alguns sinais e sintomas relevantes que devem ser investigados. São eles:
- sangramento e corrimento vaginal alterado sem causa aparente;
- dor pélvica;
- perda de peso acelerada;
- sensação de pressão no fundo do abdômen.
Câncer no útero e infertilidade
Agora que já compreendemos o que é o câncer no útero, seus tipos e principais sintomas, qual é a sua relação com a capacidade reprodutiva?
O câncer no útero pode sim comprometer a fertilidade, mas isso não acontece em todas as situações. Existem alguns fatores determinantes para a fertilidade, como:
- idade: quanto mais nova a mulher, maior a chance de preservação da fertilidade;
- tipo de tratamento: radioterapia, quimioterapia e determinadas intervenções podem dificultar ou impedir a possibilidade de ter filhos.
Tratamentos para a preservação da fertilidade
Para as mulheres que serão submetidas a tratamento para o câncer, com uso de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, e que desejam preservar a fertilidade, algumas alternativas podem ser usadas:
Congelamento de óvulos
É possível que os óvulos sejam coletados antes do início do tratamento para câncer. Os folículos são estimulados a crescer, em seguida são aspirados e os óvulos identificados são então congelados por vitrificação. Se houver necessidade, os óvulos podem ser descongelados em um momento futuro e fecundados in vitro (FIV), e os embriões formados serão transferidos para o útero. Se o útero tiver sido removido devido ao tratamento para o câncer, os embriões serão transferidos para um útero de substituição (barriga de aluguel).
Congelamento do tecido ovariano
Antes da cirurgia, uma parte do ovário ou sua totalidade é retirada e congelada. Quando houver o desejo, os fragmentos ovarianos serão reimplantados em tecido subcutâneo. Em seguida, é necessária uma estimulação ovariana para que haja crescimento dos folículos e posterior coleta dos óvulos que serão fecundados in vitro para formação dos embriões e posterior transferência. Trata-se de uma técnica experimental e com resultados ainda muito limitados. Assim, somente deve ser utilizada quando não houver outra alternativa
Como podemos perceber, mulheres que serão submetidas a tratamento de câncer no útero podem ter esperanças quanto à realização do sonho de ter filhos. O sucesso dos tratamentos de preservação depende de diferentes fatores determinantes. Assim, um planejamento adequado com profissionais pode aumentar as chances de concretização da maternidade.
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