A tireoide é uma glândula endócrina que fica na parte frontal do pescoço. É formada por dois lobos laterais interligados pelo istmo, que ocupa a parte central, o que confere à glândula o aspecto de uma borboleta ou de um laço. A função tireoidiana é fundamental para vários sistemas do organismo, mas pode ser afetada por doenças como hipertireoidismo e hipotireoidismo.
Controlada pela hipófise, a tireoide secreta hormônios que controlam o metabolismo. Os hormônios tireoidianos atuam em funções importantes do corpo, incluindo: ritmo da queima calórica; frequência cardíaca; manutenção da temperatura; crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; digestão; fertilidade; funções cognitivas; entre outras.
Em condições normais, não é possível sentir a tireoide com a palpação. Quando há um aumento da glândula, formando uma nítida saliência chamada bócio, é sinal de que algo está errado e um médico deve ser consultado. Vários outros sintomas também ajudam na suspeita de alterações tireoidianas, como veremos ao longo do post.
Continue a leitura e entenda o que é hipotireoidismo e de que forma essa doença afeta a fertilidade!
Quais são os hormônios produzidos pela tireoide?
Os hormônios tireoidianos são o T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina ou tetraiodotironina). Ambos regulam o metabolismo e contribuem para o equilíbrio de vários sistemas do organismo. O T4, por si só, tem efeito mais leve no controle da taxa metabólica do corpo, mas é convertido em T3, que é um hormônio mais ativo. Essa conversão ocorre principalmente no fígado, mas também em outros tecidos.
A produção dos hormônios tireoidianos depende do TSH — hormônio estimulante da tireoide, secretado pela hipófise. Em níveis adequados, o T3 e o T4 participam da regulação de quase todos os órgãos, acelerando ou reduzindo suas funções, conforme as demandas do corpo. Portanto, a glândula tem papel fundamental para o equilíbrio de todo o organismo.
De maneira geral, os hormônios T3 e T4 participam das seguintes funções:
- metabolismo de lipídios e carboidratos;
- crescimento e desenvolvimento físico;
- desenvolvimento cerebral;
- funções cognitivas, como atenção, concentração, memória e velocidade do pensamento;
- temperatura do corpo;
- controle do peso corporal;
- oferta e consumo de oxigênio pelos órgãos;
- manutenção da pressão sanguínea e do ritmo cardíaco;
- produção das secreções digestivas;
- motilidade gastrointestinal;
- aumento do tônus muscular;
- regulação dos ciclos menstruais e das funções sexuais.
O que é hipotireoidismo?
Hipotireoidismo é uma doença da tireoide caracterizada pela redução da atividade da glândula. Assim, a deficiência nos níveis dos hormônios tireoidianos lentifica o metabolismo e prejudica as várias funções reguladas por eles.
Homens e mulheres, jovens ou com idade avançada, podem ser afetados pelo hipotireoidismo. No entanto, a prevalência da doença é maior no sexo feminino e após os 60 anos.
As causas dessa disfunção endócrina se dividem em fatores primários e secundários. O hipotireoidismo primário é decorrente de problemas na própria glândula tireoide, como:
- defeitos congênitos, como o subdesenvolvimento da glândula;
- deficiência de iodo — elemento químico que estimula o funcionamento da tireoide;
- tireoidite de Hashimoto — distúrbio autoimune que danifica a tireoide;
- uso de determinados medicamentos que afetam a atividade tireoidiana, incluindo aqueles utilizados no tratamento de hipertireoidismo;
- Produção de autoanticorpos.
Já o hipotireoidismo secundário é causado por falhas na hipófise, visto que essa glândula secreta o hormônio que estimula o funcionamento da tireoide. Exemplos de causas são infecções, traumas e tumores hipofisários.
Quais são os principais sintomas de hipotireoidismo?
Em relação aos sintomas da hipoatividade tireoidiana, há uma longa lista de alterações endócrinas, gastrintestinais, dermatológicas, cognitivas, reprodutivas, entre outras. Para citar os mais comuns, a pessoa pode suspeitar diante das seguintes manifestações:
- aumento do volume da tireoide;
- fadiga, letargia e sonolência;
- diminuição do ritmo dos batimentos cardíacos;
- ganho de peso sem mudanças alimentares ou dificuldade para perder peso;
- inchaço na face;
- pele e cabelos ressecados;
- voz rouca;
- disfunções cognitivas e emocionais, como déficits de atenção, concentração e memória e sintomas depressivos;
- problemas sexuais e reprodutivos.
Por que o hipotireoidismo pode causar infertilidade e como tratar?
As funções do aparelho reprodutor da mulher e do homem também podem ser afetadas pelo hipotireoidismo. No corpo feminino, o desequilíbrio hormonal causa irregularidades menstruais e ausência de ovulação, como também abortos. Já a fertilidade masculina é reduzida devido a falhas na produção ou na qualidade dos espermatozoides, além das dificuldades sexuais como diminuição da libido e disfunção erétil.
Apesar dos inúmeros efeitos negativos da doença, o tratamento do hipotireoidismo é simples e consiste na administração de medicamentos para repor os hormônios tireoidianos. A reposição hormonal pode ser suficiente para restaurar a fertilidade nos casos mais simples. Contudo, quando há mais fatores envolvidos, a exemplo da idade materna avançada, as técnicas de reprodução assistida também são indicadas.
Após avaliação individualizada do casal, as indicações podem incluir: relação sexual programada, inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV). Todas essas técnicas são iniciadas com a estimulação ovariana — procedimento que estimula o desenvolvimento dos óvulos e induz a ovulação, sendo essa uma das funções prejudicadas pelo hipotireoidismo.
Para conhecer os demais fatores que afetam o sistema reprodutor da mulher, leia nosso texto exclusivo sobre infertilidade feminina!