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ISTs: quais podem afetar a fertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 21/12/2021

A terminologia Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) foi substituída por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), devido à possibilidade de que as infecções sejam transmitidas sem que os portadores apresentem sinais e sintomas de alguma doença. Aliás, muitas dessas condições são assintomáticas a princípio, mas podem deixar sequelas, inclusive infertilidade.

As ISTs se manifestam de forma diferente em homens e mulheres, mas, em ambos os casos, os órgãos reprodutores podem ser afetados. Nem sempre as alterações são identificadas e tratadas de forma precoce, configurando um obstáculo nas tentativas de gravidez do casal.

Confira, agora, as informações que reunimos neste post sobre ISTs: o que são, como podem afetar a fertilidade e quais as formas de tratamento.

O que são ISTs?

ISTs são infecções causadas por microrganismos — vírus, bactérias e outros tipos de patógenos — que podem ser transmitidas de uma pessoa para outra durante o contato sexual, se um dos parceiros estiver infectado e o casal não utilizar preservativo.

O índice de contágio ainda é bastante alto no mundo todo, mesmo que os riscos sejam amplamente divulgados. Uma das razões para isso é que a infecção pode ser assintomática ou demorar semanas para se manifestar, de forma que o portador, sem desconfiar de sua condição, continua propagando o agente infeccioso.

Com ou sem sintomas, as ISTs são perigosas e precisam ser tratadas o quanto antes. O diagnóstico é feito a partir da avaliação da história clínica do paciente, exame físico, exames de sangue e análise de amostras do material coletado na região genital.

Diversos tipos de ISTs podem ser detectados com os exames — clamídia, gonorreia, sífilis, herpes, HPV, HIV, hepatite, entre outras —, embora nem todas possam progredir para problemas de fertilidade.

Quais ISTs podem afetar a fertilidade?

Entre as ISTs, as mais associadas à infertilidade, tanto feminina quanto masculina, são clamídia e gonorreia. Os danos causados nos órgãos reprodutores podem obstruir a passagem dos gametas, aumentar o risco de gestação ectópica, afetar a receptividade uterina, entre outros efeitos.

ISTs e infertilidade feminina

Os impactos das ISTs nas mulheres incluem processos inflamatórios em vários órgãos, muitas vezes de forma concomitante. Em grande parte dos casos, a mulher retarda a busca por diagnóstico e tratamento, uma vez que essas infecções não desenvolvem sintomas significativos no organismo feminino.

Quando infectada, a mulher pode sentir: dor na parte inferior do abdômen, semelhante às cólicas; corrimento vaginal com aspecto alterado; dor durante a relação sexual; entre outros sintomas que também aparecem em outras doenças ginecológicas.

A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma das possíveis consequências das ISTs nas mulheres e uma das principais causas de infertilidade feminina por obstrução tubária. No quadro geral, a portadora de DIP pode apresentar peritonite, cervicite, endometrite, salpingite e ooforite — respectivamente, inflamações que acometem peritônio pélvico, colo do útero (cérvice), camada interna do útero (endométrio), tubas uterinas e, em casos mais raros, se estendem até os ovários.

Endometrite e salpingite são as condições que afetam diretamente a fertilidade feminina. O endométrio é o tecido onde o embrião se implanta para iniciar a gestação, mas as alterações teciduais provocadas pela inflamação resultam em falhas de implantação.

A salpingite, inflamação nas tubas uterinas, pode se agravar e provocar hidrossalpinge — acúmulo de líquido no interior das tubas. Nessas condições, a movimentação dos gametas é prejudicada, assim como o transporte do embrião, caso ocorra a fecundação. Portanto, o risco de gravidez ectópica também existe.

ISTs e infertilidade masculina

Nos homens, as ISTs podem apresentar mais sintomas, sobretudo a gonorreia. As manifestações incluem:

  • dor no órgão genital;
  • prurido;
  • secreção peniana;
  • relação sexual ou ejaculação dolorosas;
  • dor ou ardência para urinar;
  • presença de sangue na urina.

As infecções podem se desenvolver em várias partes do sistema reprodutor masculino, que é composto por testículos, epidídimos, vasos deferentes, próstata, vesículas seminais e uretra. Todos esses órgãos têm importante papel no processo de produção e transporte dos gametas, bem como na composição do líquido seminal.

Brevemente, podemos relembrar que os espermatozoides são produzidos nos testículos e ficam armazenados nos epidídimos. Com a estimulação sexual, eles são transportados pelos vasos deferentes e passam a compor o sêmen quando se juntam aos fluídos da próstata e da vesícula seminal. Por fim, esse líquido percorre o canal uretral e é introduzido no corpo da mulher com a ejaculação.

As ISTs podem deixar sequelas nesses órgãos, uma vez que o processo inflamatório desencadeia a formação de cicatrizes que obstruem o transporte dos espermatozoides. Além disso, quando os testículos são acometidos, a produção e a qualidade das células sexuais também podem ser afetadas.

Os possíveis diagnósticos de doenças masculinas associadas às ISTs são: epididimite, prostatite e uretrite — inflamação nos epidídimos, na próstata e na uretra, respectivamente. Quando a infecção dos epidídimos se espalha para os testículos, o quadro é chamado de orquiepididimite. Vale também esclarecer que as prostatites nem sempre são causadas por ISTs.

Como tratar as ISTs e a infertilidade?

As ISTs são tratadas com antibióticos específicos, de acordo com o patógeno identificado. Quando o tratamento é seguido corretamente e de forma precoce, os efeitos na fertilidade não são tão graves. No entanto, quando as consequências incluem as doenças que mencionamos nos órgãos reprodutores, é preciso contar com as técnicas da reprodução assistida.

A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais indicada diante de fatores graves de infertilidade, como obstrução tubária, problemas uterinos e azoospermia — ausência de espermatozoides no sêmen, muitas vezes decorrente de obstruções do trato genital masculino.

Mesmo que a FIV seja uma técnica com altas taxas de sucesso, é importante que as ISTs sejam completamente eliminadas antes do tratamento para engravidar.

Complemente suas informações. Leia também nosso texto específico sobre infecção por clamídia.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.