As suprarrenais ou adrenais são glândulas endócrinas localizadas na cavidade abdominal. As duas denominações são encontradas na literatura médica. A duplicidade de nomes decorre da disposição anatômica, pois o prefixo supra indica que as glândulas estão acima dos rins, enquanto o prefixo ad revela que estão próximas aos rins.
Essas glândulas medem cerca de 5 cm e apresentam duas regiões distintas: a medula (parte central) e o córtex (camada externa). Cada parte é responsável pela produção de diferentes hormônios.
O córtex adrenal constitui até 90% da glândula, sendo subdividido em outras três partes: glomerulosa, fasciculada e reticular. Novamente, cada uma dessas regiões secreta substâncias endócrinas específicas. Já a medula produz hormônios que respondem aos estímulos do sistema nervoso.
Leia o post completo e entenda de que forma as suprarrenais e a fertilidade estão relacionadas!
Quais são os hormônios produzidos pelas suprarrenais?
As glândulas suprarrenais têm papel central nos mecanismos que ocorrem para adaptar o organismo humano ao meio externo. Assim, suas funções incluem a regulação de diversos processos fisiológicos a partir da produção de hormônios, atuando junto com as demais glândulas endócrinas e com o sistema nervoso autônomo.
Na medula das suprarrenais, são produzidos os hormônios adrenalina e noradrenalina, que regulam o sistema nervoso autônomo agindo sobre funções como respiração e frequência cardíaca.
Na região cortical das adrenais, são secretados diferentes hormônios pelas três zonas distintas:
- a zona glomerulosa produz aldosterona, que tem ação reguladora dos níveis de sódio e potássio do corpo;
- a zona fasciculada secreta cortisol, hormônio que participa da resposta ao estresse, além de regular o metabolismo de açúcares e lipídios;
- a zona reticular libera hormônios esteroides androgênicos, como dehidroepiandrosterona (DHEA) e seu sulfato (SDHEA) e androstenediona.
Esses esteroides androgênicos são precursores da testosterona, principal hormônio sexual masculino. DHEA, SDHEA e androstenediona também são convertidos nos tecidos periféricos em estrógenos, hormônios femininos.
Por que a testosterona é tão importante para a fertilidade?
Embora em quantidade muito menor, a testosterona também circula no organismo feminino, tendo função relacionada ao desejo sexual e desenvolvimento e manutenção da massa magra, como também interfere na qualidade dos óvulos. Além disso, como os andrógenos são convertidos em estrógenos, a testosterona pode ser convertida e agir de forma indireta no ciclo menstrual e na preparação uterina.
No homem, a testosterona é fundamental para as características sexuais secundárias e para a produção das células reprodutivas, além de estimular a potência sexual. Em resumo, o hormônio tem as seguintes funções no organismo masculino:
- formação dos órgãos genitais na fase embrionária;
- amadurecimento sexual na puberdade;
- desenvolvimento e manutenção de características masculinas como voz grossa, pelos faciais e corporais, constituição muscular etc.;
- produção e amadurecimento de espermatozoides;
- estímulo da libido e da ereção.
Afinal, qual é a relação entre suprarrenais e fertilidade?
Um fato interessante sobre a relação entre suprarrenais, testosterona e fertilidade masculina é que o homem se mantém fértil por mais tempo que a mulher, mas, ainda assim, seus níveis hormonais reduzem após os 50 anos, podendo caracterizar um quadro de andropausa ou insuficiência androgênica.
A infertilidade feminina por idade começa a ser um fator preocupante a partir dos 35 anos. Isso ocorre porque a mulher não tem produção de óvulos ao longo da vida, ela nasce com a reserva ovariana pronta. Assim, os ciclos ovulatórios ocorrem mês após mês levando à redução contínua da reserva.
A produção de espermatozoides ocorre até depois dos 50 anos do homem, sob estímulo de testosterona e dos hormônios hipofisários FSH e LH. Por sua vez, como vimos, a testosterona tem os hormônios das suprarrenais como precursores.
O pico de circulação de DHEA e SDHEA, por exemplo, se dá na faixa dos 20 aos 30 anos. Depois disso, também acontece uma diminuição lenta e gradual dessas substâncias, de forma que, após duas ou três décadas, há um impacto na produção de testosterona e dos espermatozoides. Além disso, a redução dos andrógenos afeta a libido e a potência sexual.
Como a infertilidade é tratada na reprodução assistida?
Os casais que não conseguem confirmar uma gravidez espontânea podem precisar dos serviços de reprodução assistida. Vários exames são realizados, inclusive dosagens hormonais, de forma que a avaliação minuciosa ajude a definir um tratamento que aumente as chances de concepção.
Em casos simples, como disfunções ovulatórias, quando a mulher tem menos de 35 anos, boa reserva ovariana e tubas uterinas permeáveis, além de o homem não ter alterações espermáticas, é possível engravidar com estimulação ovariana associada à relação sexual programada.
A inseminação artificial é outra técnica de baixa complexidade preferencialmente indicada para mulheres jovens e com tubas pérvias. No entanto, essa opção também é útil para casos de alterações masculinas leves e reprodução de casais homoafetivos femininos ou outras situações que precisem de doação de sêmen.
A fertilização in vitro (FIV) é a técnica indicada para os problemas mais complexos, como idade materna avançada, baixa reserva ovariana, obstrução tubária e alterações masculinas moderadas ou graves, até mesmo azoospermia (ausência de espermatozoides no líquido seminal).
Quando a FIV é realizada devido a fatores masculinos, o tratamento pode incluir procedimentos de recuperação espermática para coleta dos gametas e injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) para fecundação dos óvulos.
Aproveite sua visita e faça a leitura do nosso texto principal sobre infertilidade masculina para conhecer as possíveis causas!