Os testículos são as gônadas masculinas, as glândulas sexuais responsáveis pela produção de espermatozoides. Como eles desempenham um papel fundamental no sistema reprodutor do homem, é importante conhecer condições que podem afetar negativamente suas funções, como as implicações de uma torção testicular.
Esse problema não se relaciona diretamente com a infertilidade. Na verdade, trata-se de uma emergência urológica com sintomas que incluem dor súbita e intensa, inchaço e endurecimento do órgão. Se não tratada rapidamente, a torção pode levar à perda do testículo.
A depender da gravidade dessas lesões e da eventual necessidade de remoção do testículo, a capacidade de produzir espermatozoides é prejudicada, impactando negativamente a fertilidade masculina.
Leia este texto para conhecer essa condição e suas repercussões!
Qual é a importância dos testículos para a fertilidade?
Os testículos são os órgãos nos quais ocorre a gametogênese, isto é, a produção dos gametas masculinos (espermatozoides). Eles se desenvolvem nos túbulos seminíferos e adquirem motilidade nos epidídimos, ductos localizados na parte posterior dos testículos.
Também é nas gônadas que ocorre a produção mais abundante de testosterona, o principal hormônio masculino. Esse andrógeno desempenha um papel essencial no desenvolvimento e na manutenção de características sexuais secundárias, tais como os aspectos físicos associados ao sexo masculino, a função erétil e a libido.
Portanto, os testículos são os responsáveis pela disponibilidade e qualidade das células reprodutivas, bem como pelo equilíbrio hormonal necessário para o funcionamento adequado do sistema reprodutor. Condições testiculares podem afetar essas atividades e, consequentemente, reduzir a capacidade fértil do homem.
O que é torção testicular?
A condição chamada de torção testicular ocorre quando há uma rotação do cordão espermático em seu próprio eixo, causando o estrangulamento do testículo. Embora possa ocorrer em qualquer idade, ela geralmente afeta adolescentes e jovens adultos.
A torção pode acontecer por vários motivos e até mesmo sem causa aparente (torção idiopática), mas são fatores de risco comuns:
- anomalias anatômicas que aumentam a propensão à torção, como um cordão espermático mais longo do que o normal;
- traumas testiculares, como lesões esportivas e acidentes;
- exercícios físicos vigorosos;
- crescimento rápido dos testículos durante a puberdade, quando o espaço dentro do escroto pode aumentar e facilitar a torção.
A torção é considerada uma emergência urológica e a janela terapêutica é bastante estreita. Isto é, o intervalo de tempo ideal para tratar a condição é breve: considera-se que, após 8 horas, o índice de salvamento testicular cai consideravelmente.
Isso porque o estrangulamento do cordão leva a uma obstrução do retorno venoso e, consequentemente, há interrupção do suprimento de sangue no testículo afetado. O retardo na correção está associado a infarto testicular e necrose, o que impossibilita o salvamento do órgão e leva à perda do testículo afetado.
Em alguns casos, é possível realizar a correção da torção manualmente, mas em geral o tratamento envolve um procedimento cirúrgico (orquidopexia). O principal objetivo é desfazer a torção do cordão espermático, permitindo a restauração do fluxo sanguíneo ao testículo afetado. Quando já há danos significativos, a remoção do órgão (orquiectomia) é necessária.
Quais são os sintomas e o tratamento da torção testicular?
Os principais sintomas são a dor súbita e aguda, o inchaço e o endurecimento do testículo afetado. Também pode ocorrer posicionamento horizontal e ascensão testicular. Ainda, alguns pacientes podem sentir náuseas e mal-estar.
Essas manifestações exigem a busca por atendimento médico imediato e, em geral, a avaliação clínica é suficiente para o diagnóstico, até mesmo devido à necessidade de intervenção rápida. No entanto, em alguns casos pode ser necessário realizar uma ultrassonografia com Doppler colorido da bolsa escrotal para confirmar a torção.
O que fazer se a infertilidade for uma consequência da torção testicular?
Mesmo com a correção da torção, pode haver repercussões na produção das células reprodutivas. O ideal é que homens com histórico dessa condição realizem um exame de espermograma para verificar se a quantidade de espermatozoides produzidos está adequada.
No entanto, é importante destacar que, mesmo quando é necessário realizar a cirurgia para retirada do testículo afetado, o homem ainda pode ser fértil, visto que o testículo restante continua a produzir gametas e testosterona.
Alguns casos de torção testicular, porém, estão associados à infertilidade, sobretudo quando, além da perda de um testículo, há algum grau de atrofia no órgão contralateral. Isso ocorre principalmente quando a causa da torção foi um defeito anatômico, que pode ser um problema bilateral.
Se fertilidade é reduzida, as técnicas de reprodução assistida são indicadas e podem contornar a dificuldade de concepção natural. Após avaliação individual e realização de exames para verificar quais são os problemas no funcionamento reprodutivo, a técnica adequada é recomendada caso a caso. Algumas das possibilidades são:
- a FIV com espermatozoides próprios ejaculados ou mediante seleção e coleta por meio de recuperação espermática ou a utilização de espermatozoides doados (doação de sêmen) em procedimentos de inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV);
- e com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (FIV ICSI).
Cada técnica tem uma taxa de sucesso, mas em geral os resultados são promissores. Desse modo, as repercussões de uma torção testicular ou outras condições que afetam a fertilidade masculina não impedem a realização do sonho de ter filhos.
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