O que é avaliação da reserva ovariana?
A avaliação da reserva ovariana é importante tanto antes de iniciar um tratamento de reprodução humana quanto para saber como está o estoque de óvulos, permitindo um melhor planejamento reprodutivo.
Os ovários são dois órgãos localizados na pelve feminina, um de cada lado do útero, que se comunicam com a cavidade uterina com o intermédio das trompas ou tubas. São eles os responsáveis por produzir os hormônios sexuais femininos (estrogênio e progesterona) e por armazenar e desenvolver os folículos que contêm os óvulos.
Neste artigo, você verá o que é avaliação da reserva ovariana e qual é a sua importância. Acompanhe!
O que é reserva ovariana?
A reserva ovariana é o conjunto de óvulos que estão guardados nos ovários de uma mulher. Essa reserva passa por redução contínua ao longo da vida, portanto, se for avaliada hoje e daqui a cinco ou dez anos, por exemplo, os resultados serão diferentes.
O homem produz espermatozoides durante a vida, até idade avançada, mas com a mulher isso não acontece. O estoque de óvulos, isto é, a reserva ovariana se forma ainda durante o desenvolvimento do feto feminino. Sendo assim, a menina já nasce com todos os óvulos que poderá liberar no decorrer de sua idade fértil.
A partir da primeira menstruação, ocorre um recrutamento cíclico dos folículos ovarianos para o desenvolvimento e a ovulação, mas somente um ovula em cada ciclo menstrual, enquanto vários se degeneram. Dessa forma, o número de óvulos guardados diminui progressivamente, até a idade em que a mulher atinge a menopausa.
A reserva ovariana não é um indicador da fertilidade feminina, mas um sinal, pois a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem com a idade, tornando a concepção mais difícil. A partir dos 35 anos, a reserva ovariana começa a diminuir mais rapidamente, e essa queda se acentua após os 40 anos.
O que é avaliação da reserva ovariana?
A avaliação da reserva ovariana abrange um conjunto de exames para verificar a quantidade de folículos presentes nos ovários. Pode ser solicitada pelo médico em diversas situações, como:
- dificuldade para engravidar — se a mulher está tentando engravidar há mais de um ano sem sucesso (abaixo de 35 anos ou 6 meses acima dos 37anos), a avaliação da reserva ovariana é um dos métodos indispensáveis na investigação da infertilidade;
- planejamento de gestação futura — hoje, as mulheres podem optar por ter filhos mais tarde, mas é importante avaliar a reserva previamente e contar com a possibilidade de fazer a preservação da fertilidade (congelamento dos óvulos) para ter mais chances de engravidar em anos posteriores;
- histórico familiar de menopausa precoce — diante do histórico familiar de falência ovariana prematura ou diagnóstico de síndrome genética, como a de Turner ou do X frágil, a avaliação da reserva ovariana deve ser feita quanto antes para que a mulher tenha tempo de preservar os óvulos que ainda tem;
- doenças e tratamentos que afetam a reserva ovariana — o endometrioma (endometriose ovariana) e os tratamentos oncológicos são exemplos de condições que podem afetar os ovários. A avaliação da reserva e o congelamento dos óvulos podem ser indicadas antes de cirurgia, quimioterapia e outros tratamentos que ofereçam risco à fertilidade;
- preparação para a fertilização in vitro (FIV) — antes de iniciar um tratamento de reprodução assistida, a avaliação da reserva ovariana é necessária para definir um protocolo individualizado de estimulação ovariana (técnica que utiliza doses ajustadas de medicações hormonais para estimular o desenvolvimento folicular).
Quais exames podem ser feitos para avaliação da reserva ovariana?
A avaliação da reserva ovariana é feita com exames de sangue e de imagem. Os marcadores considerados mais confiáveis e, portanto, os mais utilizados são a contagem de folículos antrais (CFA) e a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH).
A CFA é realizada com o exame de ultrassonografia pélvica transvaginal. Sua finalidade é verificar a quantidade de folículos antrais, isto é, aqueles que já iniciaram seu desenvolvimento nos ovários.
O AMH é um hormônio produzido pelos folículos ovarianos, seus níveis no sangue refletem a reserva ovariana. Níveis mais altos de AMH indicam uma maior reserva.
A dosagem do hormônio folículo-estimulante (FSH), associada ao estradiol, pode complementar a avaliação da reserva ovariana. Esse hormônio é produzido pela hipófise e estimula o crescimento folicular. Níveis elevados de FSH no sangue podem indicar baixa reserva.
O que fazer após o resultado da avaliação?
Os exames fornecem informações sobre a reserva ovariana, mas é importante lembrar que eles não são preditivos de gravidez. Ou seja, uma mulher com baixa reserva ainda pode engravidar, assim como uma mulher com boa quantidade de folículos pode ter dificuldades.
O médico responsável poderá interpretar os exames e considerar outros fatores, como a idade da mulher, seu histórico médico e os resultados de outros exames — inclusive de avaliação da fertilidade masculina, no caso dos casais que já estão tentando ou planejam engravidar em breve.
As possibilidades de conduta após os exames incluem:
- aconselhamento sobre o planejamento familiar e as chances de gestação natural;
- preservação da fertilidade para tentativas futuras;
- tratamento de reprodução assistida, como a indução da ovulação ou a FIV, especialmente quando a reserva ovariana está baixa.
A avaliação da reserva ovariana é um passo importante para mulheres que desejam engravidar. Peça orientação do seu ginecologista ou procure o acompanhamento de um especialista em medicina reprodutiva para saber sobre suas possibilidades.
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