Astenozoospermia e infertilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 14/08/2025

Quando falamos em saúde ginecológica e fertilidade feminina, conhecer melhor algumas condições que afetam o sistema reprodutor pode fazer toda a diferença para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz. Esse é o caso da adenomiose e da endometriose — duas doenças que precisam de atenção, especialmente no contexto da infertilidade e da reprodução assistida.

Essas duas doenças têm algumas características semelhantes, como a presença anômala de tecido endometrial fora de seu lugar habitual, que seria na camada interna do útero. Mas será que adenomiose e endometriose são condições iguais?

Entender essas diferenças é essencial para quem está tentando engravidar e/ou sofre com sintomas dolorosos. Preste atenção, pois vamos esclarecer essa dúvida neste post!

Afinal, adenomiose e endometriose são a mesma doença?

Não. Adenomiose e endometriose são doenças distintas. Embora ambas estejam relacionadas ao crescimento de tecido endometrial em locais onde ele não deveria estar, elas apresentam diferenças em relação à localização das lesões. 

Na endometriose, o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, implantando-se em outros órgãos pélvicos, como ovários, tubas uterinas, bexiga e intestino. Já na adenomiose, esse tecido cresce dentro da camada muscular do próprio útero (o miométrio), alterando o volume e a estrutura do órgão.

Vale esclarecer que a parede do útero é constituída por três camadas: o endométrio (revestimento interno); o miométrio (tecido muscular, intermediário); o perimétrio ou camada serosa (mais externo). 

Outro ponto importante a esclarecer é que adenomiose e endometriose, embora sejam doenças diferentes, podem coexistir na mesma paciente.

Conheça cada uma dessas patologias um pouco melhor:

Adenomiose

A adenomiose é caracterizada pela infiltração de tecido endometrial no miométrio. Essa invasão pode provocar o aumento do volume uterino, causar inflamação e interferir na contratilidade do útero.

Os sintomas incluem: 

  • menstruação intensa e prolongada; 
  • cólica menstrual severa; 
  • dor durante a relação sexual; 
  • sensação de pressão ou peso na região pélvica;
  • distensão abdominal.

Em algumas mulheres, a adenomiose pode ser assintomática, sendo descoberta apenas durante exames de imagem solicitados para investigar a infertilidade ou diante da suspeita de outras alterações ginecológicas.

As causas da adenomiose não estão bem estabelecidas, mas acredita-se que alguns procedimentos médicos uterinos e a multiparidade (condição de quem teve duas ou mais gestações) possam ser fatores de risco ao enfraquecer a zona juncional mioendometrial, que separa o endométrio do miométrio, facilitando assim a invasão das células endometriais em sua camada vizinha. Vale ressaltar que, hoje em dia, com a melhora da resolução dos aparelhos de imagem, este diagnóstico é cada vez mais frequente e as causas, cada vez mais indefinidas.

Endometriose

A endometriose é uma condição crônica e inflamatória, na qual o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero. O tecido endometriótico continua respondendo à atividade hormonal, o que provoca crescimento cíclico e sangramento, da mesma forma que ocorre no endométrio intrauterino. Com o tempo, pode ocorrer a formação de aderências cicatriciais, nódulos e cistos nos órgãos lesionados. 

Quando a endometriose apresenta sintomas, os principais incluem: 

  • dor pélvica, inclusive fora do período menstrual (acíclica e crônica); 
  • cólica menstrual que chega a níveis incapacitantes; 
  • dor no fundo da vagina durante a relação sexual (dispareunia de profundidade); 
  • alterações intestinais ou urinárias durante o período menstrual, caso o intestino e a bexiga sejam lesionados;
  • infertilidade.

A endometriose também não tem causas claramente explicadas, mas há várias teorias para justificar seu surgimento. De modo geral, acredita-se que a etiologia da doença envolva fatores anatômicos, imunológicos, genéticos, hormonais e até ambientais. 

Essa é uma das doenças que mais podem afetar a qualidade de vida da mulher, tanto pelas dores intensas quanto pela frustração ao tentar engravidar.

Qual é a relação dessas doenças com a infertilidade?

A relação entre endometriose e infertilidade já é bem conhecida, lembrando que nem toda mulher com endometriose apresenta infertilidade ou necessita tratamento. Já o impacto da adenomiose na fertilidade feminina ainda é objeto de estudos. Entretanto, as duas condições podem interferir nas chances de gravidez.

Os riscos apontados da adenomiose incluem o ambiente uterino inflamatório e alterações na vascularização e na contratilidade do útero, condições que podem prejudicar a implantação do embrião e ocasionar abortamento espontâneo.

A endometriose, por sua vez, pode causar infertilidade devido aos seguintes fatores:

  • formação de aderências que distorcem ou obstruem as tubas uterinas;
  • presença de cisto endometriótico no ovário;
  • ambiente pélvico inflamatório.

Quando buscar os serviços de reprodução assistida?

Os tratamentos de reprodução assistida podem ajudar casais com diferentes fatores de infertilidade, que estão tentando engravidar há pelo menos um ano sem sucesso. Para mulheres com mais de 35 anos, é importante abreviar esse tempo de tentativas e buscar avaliação médica quanto antes, visto que o avanço da idade também é um fator de risco.

Recomenda-se que essas doenças sejam tratadas com abordagens convencionais quando são a única causa de infertilidade, quando a idade da mulher ainda está abaixo de 35 anos e quando há pouco tempo de tentativas de gravidez e também recomenda-se que as técnicas de reprodução assistida sejam vistas como ferramentas aliadas para aumentar as chances de gravidez.

O tratamento é personalizado e depende de diversos fatores, como idade, gravidade dos sintomas, comprometimento dos órgãos e se há outras causas de infertilidade conjugal associadas. Em muitos casos, a fertilização in vitro (FIV) é a melhor estratégia, especialmente quando há danos nas tubas uterinas e nos ovários.

Para mulheres que recebem indicação para qualquer cirurgia de endometriose, principalmente retirada dos cistos ovarianos, é recomendável que se faça primeiramente o congelamento de óvulos ou embriões, pois o procedimento pode afetar a reserva ovariana.

Seja com diagnóstico de adenomiose ou de endometriose, é necessário realizar o acompanhamento médico e receber orientação individualizada sobre as formas de tratamento. Assim, é possível melhorar a qualidade de vida ao diminuir os sintomas e aumentar as chances de gravidez.

Leia nosso texto específico sobre adenomiose e conheça mais detalhes dessa doença!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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