A videolaparoscopia representa um marco na medicina moderna, especialmente no tratamento de doenças e condições associadas à infertilidade feminina.
Como técnica cirúrgica minimamente invasiva, permite o diagnóstico e tratamento de diversas condições de saúde com incisões reduzidas, provocando menos dor, tendo menor risco de complicações e oferecendo uma recuperação mais rápida.
Sua importância é grande, pois não apenas transforma o manejo de doenças complexas, como a endometriose e a infertilidade, como também eleva os padrões de cuidado ao ser uma opção menos traumáticas, ampliando as possibilidades de intervenções cirúrgicas eficazes.
Neste texto, vamos falar sobre como a videolaparoscopia é realizada, especialmente no contexto de recuperação da fertilidade e preparação para tratamentos com reprodução assistida.
Videolaparoscopia para tratamento de condições que afetam a fertilidade

A videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva utilizada no tratamento de condições que afetam a fertilidade feminina, incluindo miomas intramurais e subserosos, que podem ser removidos para restaurar a fertilidade. Os miomas submucosos, por outro lado, geralmente são retirados por histeroscopia cirúrgica.
A hidrossalpinge, caracterizada pelo acúmulo de fluido nas tubas uterinas e que costuma causar obstrução tubária, também pode ser tratada pela videolaparoscopia para restaurar a função reprodutiva. Outra condição comum que pode ser abordada por esse procedimento é a endometriose. A remoção das lesões, quando indicada, pode melhorar um pouco as chances de gravidez.
A remoção de aderências cicatriciais, que podem prejudicar a fertilidade, também pode ser abordada pela videolaparoscopia.
Além disso, a videolaparoscopia é fundamental para tratar situações emergenciais, como a gravidez ectópica, que exige intervenção rápida, e para corrigir malformações do sistema reprodutor, como útero septado e problemas tubários.
A videolaparoscopia também é amplamente empregada no tratamento cirúrgico de câncer ginecológico, permitindo histerectomias, salpingectomias e ooforectomias, sendo uma alternativa menos invasiva.
Também pode ser indicada para a retirada de massas pélvicas, tumores e cistos ovarianos associados à infertilidade.
Como a videolaparoscopia é realizada?
A videolaparoscopia é um procedimento cirúrgico e por isso exige uma preparação cuidadosa e a execução de várias etapas durante a cirurgia, bem como cuidados pós-operatórios para garantir a recuperação da paciente.
Preparação pré-cirúrgica
Antes da cirurgia, a mulher passa por uma avaliação médica detalhada, que inclui uma anamnese completa, exames físicos e exames de imagem, como ultrassonografia tradicional ou específica e ressonância magnética, para identificar as condições a serem tratadas e garantir que esteja apta para o procedimento.
A realização de exames laboratoriais, como hemograma, testes de coagulação e outros exames específicos costuma ser indicada para avaliar a saúde geral da mulher e identificar possíveis riscos.
A paciente recebe toda a orientação que deve ser seguida antes do exame.
O procedimento cirúrgico
No dia da cirurgia, a mulher é levada ao centro cirúrgico e recebe a anestesia geral, garantindo que fique inconsciente e não tenha dor durante o procedimento.
Durante a cirurgia, a paciente fica em uma mesa cirúrgica, geralmente em decúbito dorsal (deitada de costas), com os braços posicionados ao longo do corpo. O anestesista monitora os sinais vitais durante todo o procedimento.
Após a anestesia fazer efeito, o cirurgião faz uma pequena incisão, geralmente próxima ao umbigo, por onde um trocarte (um tubo oco) é inserido. Isso permite a introdução de uma câmera (laparoscópio) que transmite imagens em tempo real para um monitor. Outras pequenas incisões (geralmente entre 5 e 15 mm) podem ser feitas na região abdominal para a inserção de outros instrumentos cirúrgicos.
Em seguida, a cavidade abdominal é insuflada com dióxido de carbono (CO₂), para criar um espaço de trabalho. Isso levanta a parede abdominal e proporciona uma melhor visualização dos órgãos.
Com a câmera e os instrumentos inseridos, o cirurgião pode visualizar os órgãos pélvicos em um monitor e realizar as intervenções necessárias, como a remoção de miomas, tratamento de endometriose e lise de aderências, entre outros procedimentos, dependendo da condição diagnosticada.
Após a conclusão dos procedimentos, o CO₂ é removido e as incisões são suturadas.
Recuperação pós-cirúrgica
Após o término da cirurgia, a mulher é transferida para a sala de recuperação, onde a equipe de enfermagem monitora seus sinais vitais e a recuperação da anestesia.
A alta depende da recuperação e das orientações médicas, e a paciente é instruída a observar sinais de complicações, como dor intensa, febre ou sangramentos.
É recomendável que ela descanse e evite atividades nas duas semanas seguintes e utilize analgésicos e anti-inflamatórios, que podem ser prescritos para o manejo da dor.
A maioria das pacientes pode retomar suas atividades normais dentro de duas semanas, embora a recuperação total possa levar mais tempo. As orientações médicas devem ser seguidas para garantir uma cicatrização adequada e evitar complicações.
Videolaparoscopia antes da reprodução assistida: quais as vantagens?
Um dos principais benefícios da videolaparoscopia é a possibilidade de tratar condições que estejam afetando a fertilidade. Ao corrigir problemas como aderências, miomas e obstruções tubárias, a videolaparoscopia pode ajudar a restaurar ou melhorar a função reprodutiva, sempre levando em consideração a idade da mulher para avaliação do risco-benefício. Em casos de endometriose ou cirurgias que podem afetar o ovário, o congelamento de óvulos ou embriões é altamente recomendado antes da cirurgia
Em alguns casos, isso não apenas aumenta as chances de uma gestação espontânea, mas também pode otimizar o ambiente para procedimentos de reprodução assistida como a fertilização in vitro (FIV), tornando-os mais eficazes.
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