Uma das mudanças mais notáveis que ocorre durante a gravidez é o peso, que naturalmente aumenta. O corpo busca se adaptar às necessidades nutricionais e, entre várias transformações, acontece o aumento das mamas, do volume sanguíneo, a formação da placenta e do próprio feto.
Entretanto, o peso que a mulher apresenta antes de engravidar, conhecido como peso pré-gestacional, também tem extrema importância para que a gravidez transcorra de forma saudável.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é calculado de acordo com o peso e altura da mulher, e resultados muito acima ou abaixo do ideal podem representar consequências negativas para a gestante e para o bebê.
Acompanhe nosso post e entenda como e por que calculamos esse índice, assim como a importância de atingir o IMC ideal para engravidar.
Definição e cálculo do IMC
O IMC se dá pela equação que divide o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) de um indivíduo. O Ministério da Saúde indica que o cálculo é utilizado para avaliar um dos aspectos do estado nutricional. O resultado é analisado, para adultos, de acordo com os seguintes parâmetros:
- baixo peso: IMC menor que 18,5;
- peso adequado: IMC entre 18,5 e 25;
- sobrepeso: IMC entre 25 e 30;
- obesidade: IMC maior que 30.
Cálculo do IMC para gestantes
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, existem classificações que relacionam o índice de massa corporal com a semana gestacional.
Dessa forma, é possível calcular, a partir do IMC da mulher que está tentando engravidar, qual é o ganho de peso recomendado para os três trimestres da gestação, de acordo com a sua situação — baixo peso, adequado, sobrepeso ou obesidade.
É muito importante, portanto, que o peso inicial esteja dentro do recomendado, desde o início da gravidez. A avaliação clínica deve ser realizada para evitar complicações gestacionais e detectar riscos nutricionais e, assim, permitir que o profissional da saúde siga a conduta adequada em cada caso.
Mulheres com baixo peso
Mulheres com baixo peso devem adotar uma dieta balanceada para suprir as demandas materno-fetais e atingir o IMC ideal para engravidar. Nesses casos, é fundamental que o ganho de peso seja monitorado.
Mulheres que têm uma porcentagem muito baixa de gordura e baixo peso podem ter dificuldade de engravidar, uma vez que é necessária uma porcentagem mínima para a produção adequada de hormônios. Assim, mulheres com peso muito baixo podem até não ter ciclos menstruais regulares.
Condições maternas como anemia e desnutrição são relacionadas ao maior risco e complicações em mães e bebês, assim como a uma maior probabilidade de aborto, nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e enfermidades durante a fase adulta.
É fato que mulheres com baixo peso precisam ganhar mais peso durante as semanas subsequentes ao início da gravidez. A Vigilância Alimentar e Nutricional orienta que essas gestantes devem ganhar entre 12,5 kg e 18 kg até o fim da gestação.
Contudo, cada caso é particular e a conduta clínica deve se adequar às necessidades da mulher. Normalmente adota-se uma dieta hipercalórica, mas é fundamental que ela seja saudável e equilibrada.
O Ministério da Saúde elaborou uma Caderneta da Gestante com orientações para uma alimentação que garanta o crescimento adequado do bebê. Vale a pena conferir.
Mulheres com sobrepeso e obesidade
As mulheres acima do peso, sobretudo que têm obesidade, também devem ficar atentas. Nesses casos, além da condição pré-gestacional, o ganho de peso durante a gravidez pode ser excessivo, o que acarreta mais complicações na saúde da mãe e do bebê.
Mulheres que têm uma porcentagem muito elevada de gordura e obesidade podem ter dificuldade de engravidar. A gordura excessiva pode interferir na produção hormonal, impedindo a ovulação. Mulheres com peso muito elevado podem não ter ciclos menstruais regulares e passar por períodos de amenorreia.
Diabetes gestacional, hipertensão arterial, macrossomia (excesso de peso em recém-nascidos), pré-eclâmpsia e parto por cesárea são as principais complicações. Além disso, é maior o risco de os filhos dessas mulheres serem obesos quando crianças e adultos.
Mais uma vez é importante ressaltar a necessidade da avaliação nutricional e acompanhamento antes e depois da gestação. A dieta adotada não pode ser extremamente restritiva. Os alimentos devem ser escolhidos de forma a garantir a ingestão de diversos nutrientes.
Tanto o peso insuficiente quanto o excessivo, durante os períodos anteriores e na gestação, têm extrema importância para a gravidez, assim como a avaliação do estado nutricional da mulher. Desse modo, a assistência de médicos e nutricionistas tem o potencial de fazer toda a diferença na busca do IMC ideal para engravidar.
Agora que você já compreendeu a importância de avaliar o IMC para a gravidez, descubra a relação entre fertilidade e obesidade!