Por muito tempo, quando o casal não conseguia ter filhos, a mulher era a única apontada como infértil. Após décadas de pesquisas no campo da medicina reprodutiva, foram descobertas inúmeras condições que provocam infertilidade masculina, como a azoospermia. Hoje, sabe-se que ambos os parceiros precisam passar por investigação diagnóstica diante da dificuldade de reprodução natural.
Inflamações nos órgãos reprodutores, desequilíbrio hormonal, lesões e tumores nos testículos são apenas alguns dentre os diversos problemas que prejudicam as funções reprodutivas do homem. Na longa lista das causas de infertilidade masculina, a azoospermia é um dos quadros que necessita de atenção.
Leia atentamente as informações que reunimos neste texto e entenda o que é azoospermia e como essa condição pode ser identificada!
O que é azoospermia?
Azoospermia significa ausência de espermatozoides no líquido seminal. Homens que apresentam esse problema podem ejacular um volume normal de fluídos, mas sem a presença das células reprodutivas.
É importante diferenciarmos os termos para tornar a explicação mais clara: sêmen, ou esperma, refere-se ao líquido que é ejaculado diante de estimulação sexual; espermatozoides são os gametas masculinos, isto é, células que carregam a composição genética necessária para que ocorra a reprodução.
Em 1 ml de sêmen devem existir pelo menos 15 milhões de espermatozoides, segundo os parâmetros definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, não é possível identificar as células sexuais a olho nu. Somente uma análise microscópica pode confirmar a existência dos gametas no líquido seminal.
A azoospermia é denominada como obstrutiva ou não obstrutiva, de acordo com as causas associadas. O quadro obstrutivo ocorre quando há alguma barreira no caminho que os espermatozoides percorrem no aparelho sexual masculino. Já os casos não obstrutivos estão relacionados a falhas na produção das células reprodutivas.
Quais são as causas e os sintomas da azoospermia?
A azoospermia obstrutiva é resultante de inflamações no trato genital — muitas delas causadas por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) —, bem como de traumas e lesões nos órgãos do aparelho reprodutivo. Tumores e hérnias, anormalidades congênitas e cirurgia de vasectomia também causam as obstruções.
Nos casos de azoospermia não obstrutiva, a origem do problema pode estar em alguma disfunção hormonal. Alterações genéticas e imunológicas, exposição frequente à radiação e tratamentos quimioterápicos são outras possíveis causas. Contudo, uma das possíveis condições que interferem na produção de espermatozoides é a varicocele — doença caracterizada pelo aparecimento de varizes na bolsa testicular, devido a falhas no retorno venoso.
Em relação à sintomatologia, a azoospermia em si não provoca sintomas, mas é possível notar manifestações das doenças associadas, como dor nos testículos, secreção peniana, dificuldades urinárias, entre outros indícios.
Portanto, o sinal mais evidente da azoospermia é a infertilidade masculina. Se não ocorrer uma gravidez dentro de um ano de relações sexuais sem o uso de contraceptivos, o casal é considerado infértil e precisa de acompanhamento médico para descobrir quais fatores estão impedindo a concepção.
Como o problema pode ser identificado?
A principal ferramenta diagnóstica utilizada para identificar a azoospermia é o espermograma. O exame consiste nas análises macroscópica e microscópica de uma amostra de esperma. No primeiro momento, são observadas as características físicas do sêmen, como coloração, volume, densidade e pH.
A investigação microscópica obtém dados sobre a quantidade de espermatozoides existentes — por ml de líquido e na amostra total —, além de avaliar a morfologia e a motilidade dos gametas.
Após identificar a ausência de células reprodutivas no sêmen, ainda é necessário aprofundar a investigação diagnóstica a fim de detectar as condições associadas à azoospermia. Nesse percurso, dosagens hormonais, testes genéticos, ultrassonografia da bolsa escrotal e ressonância magnética da pelve direcionam o diagnóstico final.
Quais são as possibilidades de tratamento?
O tratamento é definido a partir da identificação das causas da azoospermia. Doenças infecciosas, por exemplo, são tratadas com antibióticos. Disfunções hormonais necessitam de medicamentos à base de hormônios. Já a varicocele é corrigida cirurgicamente, dependendo do grau das varizes. Da mesma forma, outras condições dependem de intervenções específicas.
A fim de viabilizar os planos de gravidez do casal, as técnicas de reprodução assistida são alternativas eficazes. Casos de azoospermia se enquadram como fatores graves de infertilidade masculina, sendo a fertilização in vitro (FIV) a técnica mais indicada nessas ocasiões.
Para coletar os espermatozoides, são realizadas técnicas de recuperação espermática, a partir das quais é possível retirar os gametas dos testículos (onde são produzidos) ou dos epidídimos (onde ficam armazenados).
Após a coleta, os espermatozoides passam por preparação seminal e os de melhor qualidade são selecionados para fertilizar os óvulos da parceira do paciente. A fertilização ocorre por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Com essa técnica, é possível injetar uma célula masculina dentro de cada ovócito viável para concepção.
Assim, casais diagnosticados com infertilidade devido à azoospermia encontram possibilidades de ter filhos biológicos com a ajuda das técnicas avançadas que complementam a fertilização in vitro.
Para obter outras informações a respeito do tema abordado, leia também nosso texto institucional sobre azoospermia!