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Posso engravidar tendo miomas?

Por Equipe Origen

Publicado em 23/02/2021

A importância da integridade uterina para que a gestação ocorra é largamente conhecida pelas pessoas, e isso leva muitas vezes à conclusão de que qualquer comorbidade presente neste órgão – como os miomas uterinos – possa obrigatoriamente provocar infertilidade feminina.

Os miomas uterinos são tumores benignos que se manifestam nas diversas camadas da parede uterina, compostos basicamente por células semelhantes às encontradas no miométrio, embora de consistência mais fibrosa.

O crescimento dessas massas tumorais pode ser estimulado pela ação dos estrogênios, hormônios que participam do ciclo reprodutivo – o que leva os miomas a serem mais prevalentes nas mulheres em idade reprodutiva – e são produzidos naturalmente pelo organismo, fazendo desta uma doença progressiva.

Embora exista algum risco para a fertilidade, este depende principalmente da localização dos miomas e do estadiamento da doença, e os casos de infertilidade grave por miomas uterinos são sensivelmente menos frequentes.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e conheça melhor os miomas uterinos e quais formas dessa doença podem realmente afetar a fertilidade das mulheres.

Quais são os tipos de miomas uterinos?

A classificação dos miomas uterinos depende principalmente da localização dessas massas tumorais entre as três camadas de tecido que compõem a parede uterina, enquanto a intensidade dos sintomas está mais associada ao estadiamento da doença, ou seja, à quantidade e ao tamanho dos miomas.

Os sintomas dos miomas uterinos também são específicos de cada tipo, vamos conhecer um pouco melhor as diferentes formas de manifestação dos miomas e suas especificidades.

Subserosos

Esse tipo de miomas localiza-se no perimétrio, camada serosa que separa o útero da cavidade pélvica, onde encontra-se não somente o útero, mas também os ovários, tubas uterinas, bexiga e intestinos.

Quando sintomático, os miomas subserosos podem provocar aumento do volume uterino e compressão das demais estruturas pélvicas, levando a sintomas específicos como problemas com a micção, incontinência urinária e constipação intestinal.

Os efeitos desse tipo de mioma sobre a fertilidade das mulheres são mínimos e somente em casos muito graves podem provocar deformações na anatomia uterina que levam a gestações de risco.

Intramurais

Os miomas intramurais são assim chamados por estarem localizados dentro da parede (miométrio), isto é, camada intermediária entre o perimétrio e o endométrio.

Duas das principais funções do miométrio devem-se à sua capacidade elástica e contrátil: a adaptação do útero ao crescimento do bebê e as contrações que auxiliam o parto. O aparecimento dos miomas nessa região pode prejudicar essas funções, embora isso só aconteça com nódulos múltiplos e de grandes dimensões.

Ainda que a maior parte dos casos de miomas – de todos os tipos – seja assintomática, os sinais específicos dos miomas intramurais incluem alterações no fluxo menstrual e aumento do volume uterino e da sensibilidade da região pélvica ao toque.

Submucosos

O endométrio é o tecido que reveste a cavidade uterina, composto por células estromáticas e glandulares, que respondem aos estímulos hormonais dos estrogênios e da progesterona, respectivamente aumentando a taxa de multiplicação celular e estratificando estas células.

Este processo de espessamento tecidual é chamado preparo endometrial e sua função é habilitar o útero para receber o embrião, caso a fecundação aconteça. Quando a fecundação não acontece, a queda na concentração dos hormônios sexuais faz com que o endométrio descame e seja expelido em forma de menstruação.

Os miomas submucosos, estão localizados no endométrio e, por isso, interferem diretamente no processo de preparo endometrial, podendo levar à infertilidade e aumentar o risco de abortamento. Podem alteram o fluxo menstrual e levar ao SUA (sangramento uterino anormal).

Posso engravidar tendo miomas?

Embora seja mais difícil conseguir a gestação nos casos de miomas submucosos, essa é a forma da doença que oferece mais riscos à fertilidade das mulheres.

Na maior parte dos casos, a mulher consegue engravidar por vias naturais sem maiores problemas, porém é aconselhável que o pré-natal seja feito considerando especialmente a condição de portadora de miomas, para que o seu desenvolvimento seja bem acompanhado.

Assim, como mencionamos, este é o tipo de mioma que mais afeta a fertilidade das mulheres, seja por impedir a implantação embrionária, seja por provocar perdas gestacionais precoces e repetidas, levando a um quadro de aborto de repetição.

É possível tratar os miomas?

Os miomas uterinos podem ser abordados de três formas principais, que dependem principalmente da intensidade manifestada pelos sintomas e dos desejos reprodutivos da mulher.

Para os casos mais leves, que não apresentam sintomas e quando os miomas são pequenos e pouco numerosos, recomenda-se uma abordagem expectante, com o monitoramento do desenvolvimento dessas massas tumorais.

Quando a mulher apresenta sinais leves e não tem planos de engravidar a curto prazo, é possível controlar os sintomas com medicamentos hormonais.

Os casos mais graves, em que a mulher apresenta sintomas muito intensos, pode ser necessário realizar a miomectomia, ou a retirada cirúrgica dos miomas, normalmente por videolaparoscopia e histeroscopia cirúrgica.

A intervenção cirúrgica neste órgão oferece riscos à fertilidade das mulheres, já que lesões, especialmente no endométrio, podem formar aderências que dificultam ainda mais a implantação embrionária.

Em casos em que os miomas ocupam uma grande parte do útero e que não existe a alternativa cirúrgica, as técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas para as mulheres que desejam engravidar – especialmente a FIV (fertilização in vitro), com útero de substituição, que permite realizar o preparo endometrial em outra mulher que conduzirá a gestação em seu lugar.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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