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Doenças sexualmente transmissíveis e infertilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 25/02/2021

Uma das principais e mais graves consequências das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) é a possibilidade de causar infertilidade feminina e infertilidade masculina, mesmo após o tratamento realizado e os microrganismos causadores destas doenças já erradicados. Isso quer dizer que as sequelas das DSTs podem levar à infertilidade.

Como é muito comum que essas doenças sejam assintomáticas, especialmente logo após a contaminação e nas fases iniciais, homens e mulheres podem demorar para identificar alterações que motivem a busca por atendimento médico – e esta demora é um dos principais fatores que contribuem para aumentar os riscos de infertilidade por DSTs.

A prevenção destas doenças normalmente só pode ser feita com o uso regular de preservativos.

Este texto traz informações importantes sobre a real relação entre as DSTs e as possibilidade de infertilidade conjugal, bem como seus principais sintomas, para que possam ser identificadas de forma precoce e tratadas a tempo.

O que são DSTs?

As DSTs, ou doenças sexualmente transmissíveis, são assim agrupadas segundo a principal – embora não única – via de contágio e transmissão: relações sexuais sem o uso de preservativos (camisinhas feminina e masculina).

Estas doenças são sempre causadas por microorganismos, incluindo vírus, bactérias, fungos e protozoários, e, embora cada DST manifeste sintomas específicos, alguns sinais gerais podem ser identificados.

A presença de secreção vaginal e peniana com odor alterado, coceira genital, sangramento e dor durante as relações sexuais e também ao urinar, podem indicar a presença de DSTs, ainda que na maior parte dos casos as fases iniciais da contaminação sejam assintomáticas.

Isso faz com que homens e mulheres possam demorar mais para buscar tratamento, permitindo que as infecções se espalhem pelo trato reprodutivo, podendo atingir as estruturas superiores, como útero, tubas uterinas, ovários, peritônio, epidídimos e os próprios testículos.

Como as DSTs podem causar infertilidade?

Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de infertilidade conjugal pela contaminação por DSTs é a demora em buscar tratamento, por isso vamos conhecer um pouco melhor as principais doenças sexualmente transmissíveis, que podem prejudicar a capacidade para ter filhos:

  • Clamídia;
  • Gonorreia;
  • Sífilis;

Clamídia

Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, a clamídia é uma das DSTs mais frequentemente associadas à infertilidade e assintomática na maior parte dos casos.

As primeiras estruturas parasitadas pela bactéria normalmente são o canal vaginal e o colo do útero, nas mulheres, e a uretra masculina.

Nos tecidos parasitados pela bactéria podem restar, mesmo após o tratamento, cicatrizes que prejudicam as funções das estruturas afetadas. Quando o tratamento não é feito de forma precoce, a infecção pode evoluir para estruturas superiores, que também podem apresentar cicatrizes após o tratamento.

Quando essas cicatrizes estão localizadas no endométrio e nas tubas uterinas, podem levar à infertilidade feminina por falhas na receptividade endometrial e por obstrução tubária, enquanto nos homens, a infertilidade é provocada pela obstrução dos epidídimos ou do cordão espermático como um todo, levando à azoospermia obstrutiva e infertilidade.

Gonorreia

Com sintomas e consequências bastante semelhantes ao que encontramos na clamídia, a gonorreia também é uma DST bacteriana, provocada pelo contato com a bactéria Neisseria gonorrhoeae, em que mais uma vez não se observa sintomas na maior parte dos casos.

A infecção gonocócica também pode levar à formação de aderências que obstruem as tubas e dificultam a implantação, mesmo após o tratamento, assim como observamos na clamídia.

Sífilis

A sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum, figura entre as DSTs mais temidas da população sexualmente ativa, principalmente pelos riscos de morte que a doença traz, se não tratada a tempo, infertilidade e por perdas gestacionais.

Esta doença se manifesta em três principais fases, com sintomas e consequências específicos, e intercaladas por períodos em que a doença fica latente: sem sintomas e sem a capacidade de transmissão.

A principal consequência da sífilis para a fertilidade afeta especialmente a capacidade reprodutiva das mulheres, que podem passar por perdasgestacionais decorrentes da infecção ativa, e também porque a doença pode atravessar a barreira placentária e contaminar o bebê, levando à problemas graves e à morte.

Quais os tratamentos e possibilidades para quem deseja engravidar?

O diagnóstico para a identificação dos agentes microbianos que provocam as DSTs é feito normalmente com a testagem sanguínea ou análise laboratorial das secreções vaginal e peniana.

É importante lembrar que as infecções bacterianas – como clamídia, gonorreia e sífilis – podem ser erradicadas com tratamento antibiótico, realizado com medicamentos administrados em doses únicas ou durante um período continuado, que dura em média 7 dias.

As parcerias daqueles que foram diagnosticados com DSTs devem também passar pelos exames e tratamento, para controle e prevenção de eventos de recontaminação.

Contudo, especialmente nos casos em que, mesmo após o tratamento, homens e mulheres continuam apresentando dificuldades para engravidar em decorrência das DTSs, também a reprodução assistida pode ser indicada.

A FIV (fertilização in vitro) é a técnica que se mostra mais adequada e abrangente, sendo indicada para os casos em que as tubas uterinas e epidídimos estão obstruídos.

Leia mais sobre as consequências das DSTs para a fertilidade tocando este link.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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