Resultante, muitas vezes, de fatores genéticos, assim como estilo de vida inadequado, a obesidade é, sem dúvida, um dos principais distúrbios de saúde enfrentados pela sociedade atual.
O problema já é enfrentado em escala mundial. No Brasil, há aproximadamente 18 milhões de pessoas obesas e, se considerarmos aquelas com sobrepeso, o número é ainda maior, chegando a 70 milhões de pessoas.
Neste contexto, um ponto debatido é a relação entre obesidade e infertilidade. A infertilidade pode ser uma consequência da obesidade? Como o excesso de peso influencia na fertilidade e na gestação? Continue conosco e descubra as verdades e mitos dessa relação.
O que é obesidade?
A obesidade é uma doença crônica, isto é, uma condição incurável que demanda controle contínuo. Ela é caracterizada pelo excesso de gordura armazenada no corpo, provocando uma série de complicações fisiológicas e psicológicas no indivíduo.
A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica adota um parâmetro para classificar os tipos de obesidade e, como referência, utiliza o Índice de Massa Corporal (IMC). A conta é feita dividindo-se o peso do indivíduo pela altura ao quadrado — IMC = Peso/Altura². Essa classificação é utilizada para saber se a pessoa está abaixo ou acima do peso que seria ideal para a sua altura.
É importante destacar que apesar do IMC ser utilizado como parâmetro, ele é apenas um indicador. Devido os diferentes tipos de gorduras e massas existentes, para confirmar o diagnóstico do quadro de obesidade, é indispensável a avaliação médica.
Quais os principais transtornos causados pela obesidade?
O excesso de gordura é considerado a causa de muitas doenças e, por si só, já merece tratamento. A condição desfavorável deste acúmulo no organismo tem aumentado cada vez mais o número de patologias diretamente relacionadas à obesidade.
Invariavelmente, o resultado desse desequilíbrio torna-se fator de risco para doenças como:
- problemas cardiovasculares;
- diabetes tipo 2;
- síndrome metabólica;
- hipertensão;
- disfunções hormonais;
- infertilidade.
Qual a relação entre obesidade e infertilidade?
A obesidade interfere no sucesso da gravidez por concepção natural, levando a riscos à saúde da futura mamãe.
E não são somente as mulheres que têm sua fertilidade prejudicada pelo excesso de peso. O fator obesidade gera uma sobrecarga no organismo e isso acaba desencadeando prejuízos para a vida reprodutiva também dos homens. Entre esses prejuízos fisiológicos estão:
Resistência à insulina
A mulher obesa fica suscetível à anovulação, ou seja, apresenta problemas para desenvolver um folículo a cada ciclo menstrual, uma vez que os altos níveis de insulina alteraram os hormônios sexuais, causando também outros problemas.
Alterações hormonais
No caso dos homens, há uma redução da testosterona, o que leva a uma diminuição da libido e problemas de ereção. Além disso, observa-se o aumento do nível de estradiol, o que interfere na produção de espermatozoides.
As mulheres são prejudicadas da mesma forma que os homens pela obesidade. Porém, o responsável pela infertilidade é o aumento do estrógeno, hormônio sexual secretado pelos ovários, uma vez que existe um aumento da conversão de androgênios em estrogênios pelo tecido gorduroso.
Devido ao excesso de gordura, ocorre um distúrbio em sua fabricação e metabolização, o que interfere na reprodução, gera disfunção na ovulação e, consequentemente, elimina a possibilidade da gravidez.
Gravidez de risco
A obesidade na gravidez pode desencadear a diabetes gestacional e todos os riscos para a mãe e para o feto.
Vale a pena ressaltar que bebês nascidos de mulheres com sobrepeso ou obesas estão mais vulneráveis a ser crianças e adultos obesos e, consequentemente, a desenvolver mais problemas de saúde.
Percebe-se, portanto, a importância de manter a vigilância da obesidade, pois, comprovadamente, os prejuízos oriundos desta patologia são imensuráveis a nossa saúde.
Agora que você conhece um pouco mais sobre a relação entre obesidade e infertilidade, é importante lembrar que a obesidade pode ser controlada. Para isso, é preciso contar com ajuda médica, disposição para a mudança de hábitos e conscientização de que a qualidade de vida deve ser sua prioridade.
Então, o conteúdo ajudou esclarecer as suas dúvidas? Quer continuar entendendo sobre o assunto? Saiba se a fertilidade é mesmo uma corrida contra o tempo!