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Gravidez com mioma: é possível?

Por Equipe Origen

Publicado em 05/12/2022

Mioma é uma condição muito mais comum do que parece. Acredita-se que até 80% das mulheres podem desenvolver algum tipo de mioma durante a idade fértil, principalmente a partir dos 40 anos. Entretanto, nem todas são diagnosticadas, uma vez que se trata de um problema silencioso, em muitos casos.

Quando falamos que mioma é um tumor, isso gera dúvidas e apreensão entre as portadoras. Nesse sentido, surgem vários mitos, como em relação aos sintomas e à infertilidade feminina.

Embora essa condição possa, sim, provocar sintomas fortes e dificultar a gravidez, isso não acontece com todas as mulheres. Então, para esclarecer as possíveis dúvidas, preparamos este post.

Acompanhe as informações que reunimos e descubra se é possível engravidar com mioma!

O que são miomas?

Miomas são tumores benignos, isto é, não apresentam risco de evoluir para um câncer. São formados por músculo liso e se desenvolvem a partir da camada intermediária da parede do útero, chamada de miométrio.

Apesar de se originarem no tecido miometrial, os miomas podem crescer em diferentes direções, invadindo a camada interna do útero (endométrio) ou se projetando para a parte externa (superfície serosa). Assim, de acordo com o local em que se desenvolvem, os nódulos são classificados como intramurais, submucosos ou subserosos.

Os intramurais são os que crescem dentro da parede uterina. Os submucosos se projetam para a cavidade do útero, distorcendo o tecido endometrial. Os subserosos se desenvolvem em direção à camada externa.

Um mioma pode aparecer sozinho ou em multiplicidade. O tamanho também é variável, alguns são bem pequenos, enquanto outros crescem de modo anormal, podendo causar distorção uterina e distensão abdominal e pressionar os órgãos próximos.

Outros possíveis sintomas dos miomas são sangramento uterino anormal (que pode levar à anemia), dor e sensação de peso no baixo abdome. As manifestações clínicas estão relacionadas ao tamanho e à localização dos nódulos. Contudo, a maioria das portadoras é assintomática.

A causa exata dos miomas é desconhecida, mas aspectos genéticos estão relacionados. Exposição prolongada ao hormônio estrogênio, antecedentes familiares, obesidade e nuliparidade (condição da mulher que nunca engravidou) são fatores de risco.

O tratamento pode ser feito com medicamentos hormonais ou cirurgia por histeroscopia (para os submucosos) e videolaparoscopia (para os intramurais e subserosos). A conduta terapêutica depende dos sintomas, do tamanho e número de miomas, além dos planos reprodutivos da paciente.

Apesar de ser uma condição comum, nem todas as mulheres ficam inférteis e poucas necessitam de cirurgia.

Por que o mioma pode causar infertilidade?

O único tipo de mioma que chega a causar infertilidade é o submucoso. Isso acontece porque, como vimos, esse nódulo cresce em direção ao endométrio, e é nessa camada uterina que o embrião se prende para iniciar a gravidez.

Então, a presença de miomas ou de outras alterações estruturais na parte interna do útero, a exemplo dos pólipos, modifica a superfície endometrial, dificultando a implantação embrionária. Miomas maiores ou múltiplos podem provocar abortamento espontâneo, pois interferem no desenvolvimento gestacional.

Eventualmente, miomas intramurais com componente submucoso também oferecem risco à fertilidade e à evolução da gravidez. Além disso, tumores muito volumosos — dos três tipos — podem causar distorção anatômica do útero, o que também é arriscado para a gestação.

É possível engravidar com mioma?

Acabamos de esclarecer que são poucos os miomas que, efetivamente, prejudicam a fertilidade feminina. Sendo assim, podemos afirmar que, sim, há chances de engravidar tendo um mioma. Inclusive, muitas mulheres que são diagnosticadas com essa condição conseguem levar uma gestação a termo, sem complicações.

No entanto, diante do diagnóstico de mioma, é importante fazer um bom acompanhamento médico para avaliar minuciosamente o quadro, identificar a localização e o tamanho do tumor e avaliar os riscos obstétricos. Tumores grandes, múltiplos e submucosos estão associados à redução da fertilidade, bem como à dificuldade de ter uma gravidez saudável e mantê-la até o final.

Mioma e infertilidade estão associados pelos seguintes fatores:

  • alteração endometrial e falha de implantação;
  • mudanças na contratilidade muscular uterina que podem levar a abortamento;
  • suprimento sanguíneo prejudicado, o que também afeta a nidação.

Em relação às possíveis intercorrências durante a gravidez, a mulher pode passar por:

  • cólicas;
  • sangramentos;
  • descolamento da placenta;
  • parto prematuro;
  • dificuldades no trabalho de parto e necessidade de cesárea;
  • hemorragia pós-parto.

Como é o tratamento dos miomas?

Muitas vezes, os miomas não precisam de tratamento, pois não provocam sintomas e não apresentam riscos à saúde da mulher. A tendência é que regridam espontaneamente, principalmente com a chegada da menopausa, devido à redução do hormônio estrogênio.

Quando os miomas são sintomáticos e a paciente não tem intenção de engravidar, o tratamento é feito com medicamentos hormonais que controlam as dores e o sangramento anormal e previnem o crescimento dos tumores.

A cirurgia de miomectomia, que prevê somente a remoção dos tumores, é indicada para os casos de miomas volumosos, sintomas intensos que não melhoram com a medicação e objetivo de gravidez. Em situações específicas, também é possível fazer uma histerectomia — cirurgia para retirada do útero.

Mulheres com mioma e infertilidade podem, ainda, contar com a reprodução assistida. A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais promissora diante de alterações uterinas.

Aprofunde suas informações com a leitura do nosso texto principal sobre mioma!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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