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Hipotálamo: o que é e qual sua relação com a fertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 10/01/2023

A fertilidade parece envolver processos simples, mas é muito complexa. Vários eventos biológicos são necessários antes que o casal consiga confirmar uma gravidez. Sendo assim, é preciso que os órgãos reprodutores e as glândulas endócrinas, incluindo o hipotálamo, estejam funcionando corretamente.

As glândulas endócrinas são responsáveis pela secreção de hormônios, que, por sua vez, enviam sinais químicos de uma região para outra do corpo por meio da corrente sanguínea. Dessa forma, a atividade hormonal estimula funções de diferentes órgãos, promovendo o equilíbrio dos sistemas do organismo.

Confira, neste post, o que é hipotálamo e de que forma ele participa da fertilidade!

O que é hipotálamo?

O hipotálamo é uma pequena estrutura endócrina situada no diencéfalo, na base do cérebro. Participa de atividades do sistema nervoso simpático e parassimpático, regulando funções como sono, sede, apetite, temperatura corporal, pressão arterial e comportamento sexual.

A principal função hipotalâmica é a liberação de hormônios que estimulam e inibem a hipófise, outra glândula endócrina que age sobre vários órgãos, inclusive os reprodutores. Podemos dizer que o hipotálamo é o elo que integra os sistemas nervoso e endócrino.

Entre as substâncias hipotalâmicas que agem sobre a hipófise anterior (adeno-hipófise), estão:

  • hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) — estimula a secreção dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), que promovem a atividade das gônadas (testículos e ovários);
  • hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) e hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH) — regulam (estimulam e inibem) o desenvolvimento dos tecidos do corpo;
  • hormônio liberador de tireotropina (TRH) — faz a hipófise secretar prolactina e o hormônio tireoestimulante (TSH), que age sobre a tireoide;
  • dopamina — inibe a secreção de prolactina;
  • hormônio liberador de corticotropina (CRH) — estimula a secreção do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH), que ativa as glândulas adrenais ou suprarrenais.

Já as substâncias sintetizadas no hipotálamo, mas secretadas pela neuro-hipófise são a ocitocina, que estimula as contrações uterinas, e a vasopressina, que atua como hormônio antidiurético, controlando a quantidade de água excretada pelos rins.

Qual é a relação do hipotálamo com a fertilidade?

Em determinado momento da vida, aproximadamente entre os 10 e os 14 anos, o hipotálamo começa a secretar GnRH, dando início à puberdade e à vida reprodutiva.

A fertilidade feminina depende da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-ovários (HHO). O ciclo reprodutivo da mulher começa com a ação hipotalâmica, a partir da liberação do GnRH. Respondendo a essa estimulação hormonal, a hipófise secreta os hormônios gonadotróficos, que recebem essa denominação porque estimulam as funções das gônadas.

FSH e LH agem juntos para promover o funcionamento ovariano. Assim, os ovários iniciam o desenvolvimento de vários folículos e um deles cresce o suficiente para ovular. Dentro de cada folículo ovariano existe um óvulo, mas nem todos alcançam o estágio de ovulação.

O hipotálamo também age indiretamente na preparação do útero, pois, como consequência da atividade do eixo HHO, ocorre a secreção dos hormônios ovarianos. Estrogênio e progesterona são as substâncias responsáveis por deixar o endométrio em condições fisiologicamente propícias para receber um embrião.

O tecido endometrial é a camada interna do útero. O hormônio estrogênio ativa a proliferação das células para aumentar a espessura desse tecido, enquanto a progesterona tem atividade secretória, o que promove a inibição estrogênica e a reorganização celular, deixando o endométrio receptivo para a implantação embrionária.

Voltando ao processo ovulatório: o estrogênio começa a ser secretado pelos folículos ovarianos enquanto crescem, iniciando o preparo uterino. Então, na metade do ciclo menstrual, cerca de duas semanas após o início da menstruação, ocorre um pico de LH que causa a maturação do folículo ovariano mais desenvolvido, assim como sua ruptura.

A ovulação acontece com a ruptura folicular e a consequente liberação do óvulo que estava armazenado. Depois disso, as células que formavam o folículo dão origem ao corpo-lúteo, que permanece no ovário e produz mais estrogênio, além de altas doses de progesterona.

O processo é semelhante no organismo masculino. A atividade do eixo hipotalâmico- hipofisário-gonadal envolve a secreção de GnRH que estimula a liberação de FSH e LH, os quais promovem a produção de testosterona nos testículos — hormônio necessário para a produção dos espermatozoides e para o desenvolvimento e manutenção das características físicas e sexuais do homem.

O que pode afetar o hipotálamo e causar infertilidade?

Disfunções no hipotálamo podem aumentar ou diminuir a liberação e a pulsatilidade do GnRH. Por consequência, a atividade da hipófise também é alterada, desregulando as funções gonadais. As causas de problemas hipotalâmicos incluem:

  • presença de tumor;
  • trauma craniano;
  • hiperinsulinemia;
  • doenças infiltrativas;
  • radioterapia;
  • uso de determinados medicamentos, esteroides anabolizantes e outras drogas;
  • anorexia nervosa;
  • excesso de exercícios físicos;
  • estresse;
  • ovários policísticos.

É preciso, então, investigar e tratar as disfunções hipotalâmicas para normalizar a atividade do eixo hipotálamo-hipófise e restaurar a fertilidade. O tratamento também pode precisar de técnicas de reprodução assistida, se a dificuldade de engravidar espontaneamente persistir.

A técnica escolhida depende dos fatores de infertilidade de cada casal. Quando existe somente uma disfunção no hipotálamo interferindo na ovulação, por exemplo, é possível solucionar a condição com estimulação ovariana associada à relação sexual programada ou à inseminação artificial. Já quando há problemas mais complexos envolvidos, a fertilização in vitro (FIV) é a indicação.

Para mais informação sobre infertilidade, leia o texto “Como descobrir se sou infértil” e veja o que observar e como proceder!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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