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Câncer e infertilidade: saiba mais sobre essa relação e como preservar a sua fertilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 19/06/2024

O câncer é uma doença desafiadora e que pode afetar significativamente a vida do indivíduo com esse diagnóstico. Além dos impactos físicos e emocionais, há uma relação preocupante entre câncer e infertilidade que representa mais um fator negativo para o(a) paciente que ainda pretende ter filhos.

Há centenas de tipos de câncer, que atingem quase todas as partes do corpo humano. Trata-se de um conjunto de doenças caracterizadas pelo crescimento incontrolável de células atípicas, as quais se agrupam e formam tumores malignos que destroem os tecidos. Em estágios avançados, as células cancerosas invadem órgãos vizinhos e podem até se alastrar para áreas distantes do local de origem do tumor — processo conhecido como metástase.

Neste post, vamos abordar duas circunstâncias em que ocorre a relação entre câncer e infertilidade: doenças malignas que podem se desenvolver nos órgãos reprodutores, como câncer de ovário e câncer de testículo; e tratamentos oncológicos, de forma geral, como quimioterapia, que podem também afetar a fertilidade devido aos efeitos colaterais adversos.

Confira todas essas informações ao longo do post e conheça as possibilidades para a preservação da fertilidade!

Quais tipos de câncer oferecem riscos à fertilidade?

Os tumores que afetam os órgãos reprodutores podem ter impacto direto na fertilidade, como os cânceres de ovário e de testículo. Esses órgãos são as gônadas, isto é, as glândulas produtoras de gametas ou células reprodutivas: os ovários desenvolvem os óvulos e os testículos produzem os espermatozoides.

O crescimento de tumores malignos nas gônadas leva à perda de tecido ovariano ou testicular saudável, que contém as células germinativas necessárias para dar origem aos gametas maduros. Além disso, há prejuízos na produção dos hormônios sexuais — estrogênio e progesterona, na mulher; testosterona, no homem —, que são essenciais para o funcionamento do sistema reprodutor.

Um problema nesses tipos de câncer é a sintomatologia inicial, que pode ser confundida com a de outras disfunções. Por exemplo, não há exames para a detecção precoce do câncer de ovário como há para os cânceres de mama e de colo do útero. Sendo assim, o diagnóstico pode chegar tardiamente, quando já é necessário fazer uma ooforectomia (retirada do ovário). Em casos muito avançados, a cirurgia exige a remoção dos dois ovários, das tubas uterinas e do útero, além de partes de estruturas adjacentes.

O câncer de colo do útero, embora possa ser prevenido com exames regulares de Papanicolau, também pode comprometer a capacidade reprodutiva quando não é diagnosticado e tratado em tempo. Isso porque a perda de parte do colo uterino está associada à dificuldade de “segurar” a gravidez, ocasionando abortamento espontâneo.

Outros tumores do aparelho reprodutor não estão diretamente associados à infertilidade, por exemplo: o câncer de endométrio (parte interna do corpo do útero) e o câncer de próstata.

Por que tratamentos de câncer podem deixar os pacientes inférteis?

Além dos tumores que causam danos aos tecidos das gônadas, os tratamentos oncológicos de ação química sistêmica (quimioterapia) ou com radiação local (radioterapia) são agressivos para as células saudáveis e podem alterar as funções reprodutivas.

Esses tratamentos podem resultar em infertilidade temporária ou permanente, dependendo do tipo de câncer, da idade da(o) paciente, da terapia empregada e das doses utilizadas.

A quimioterapia tem efeitos sistêmicos, contendo a alta proliferação celular no corpo inteiro. No entanto, ainda não há fármacos que diferenciam completamente as células saudáveis e doentes, de modo que podem ocorrer efeitos adversos em vários sistemas do organismo.

No sistema reprodutor, as células germinativas, que estão em constante processo de proliferação, são atingidas, prejudicando a produção ou o amadurecimento dos gametas. O sistema endócrino também sofre alterações, desequilibrando os níveis dos hormônios que coordenam as funções reprodutivas.

A radioterapia tem ação localizada, portanto, os prejuízos à fertilidade ocorrem principalmente quando há radiação na pelve, onde estão localizados os órgãos reprodutores. O tratamento radioterápico na região craniana também pode levar à infertilidade, uma vez que tem efeitos diretos no hipotálamo e na hipófise, que são responsáveis pela liberação dos hormônios que estimulam as gônadas.

Em síntese, os tratamentos oncológicos estão associados à infertilidade feminina devido a efeitos como: redução dos folículos ovarianos; comprometimento da qualidade dos óvulos; desequilíbrio hormonal; falência ovariana prematura (menopausa precoce); alterações nas características do endométrio uterino (tecido onde ocorre a implantação do embrião).

Nos homens, a quimioterapia e a radioterapia podem: destruir parcial ou completamente as células de linhagem germinativa; impedir que os espermatozoides cresçam e amadureçam, afetando sua motilidade e morfologia; danificar o DNA espermático, formando gametas com baixo potencial fecundativo ou que podem gerar embriões frágeis e com alterações cromossômicas. Além disso, cirurgias em órgãos como próstata, reto e intestino grosso podem lesionar nervos e causar anejaculação (ausência de ejaculação).

Como fazer a preservação oncológica da fertilidade?

Pacientes com diagnóstico de câncer e que desejam ter filhos no futuro precisam ser orientados sobre as opções para a preservação da fertilidade existentes na reprodução assistida.

Para os homens, indica-se o congelamento de sêmen. O material será descongelado e utilizado em um tratamento com inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV), quando houver intenção de engravidar sua parceira.

Para as mulheres, a preservação oncológica da fertilidade é feita somente para prosseguir com a FIV. Os óvulos são puncionados dos ovários e coletados em laboratório, após o tratamento hormonal para estimulação ovariana. Futuramente, esses óvulos serão descongelados e fertilizados, gerando embriões que serão transferidos para o útero da paciente.

Outras estratégias são: criopreservação de embriões já pré-desenvolvidos, uma opção para pessoas em relacionamento estável e com intenção de formar família com o parceiro atual; congelamento de tecidos gonádicos, nos casos de pacientes oncológicos muito jovens, que ainda não podem congelar gametas maduros.

A relação entre câncer e infertilidade não deve ser subestimada. A informação de que a(o) paciente não poderá mais ter filhos devido à doença tem consequências emocionais significativas. É aconselhável conversar com um profissional de medicina reprodutiva e se informar sobre todas as possibilidades de preservação da fertilidade.

Confira o texto sobre infertilidade feminina e conheça as várias outras causas dessa condição!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.