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Posso ser infértil se já tiver um filho?

Por Equipe Origen

Publicado em 30/10/2024

A resposta para essa pergunta é sim: ter um filho não garante necessariamente que um casal ou uma pessoa com outro parceiro ou parceira terá outro. Muitas pessoas se surpreendem ao se descobrirem inférteis mesmo após terem tido um filho anteriormente.

Isso pode acontecer principalmente porque diversas condições de saúde, que não foram um problema na primeira gravidez, podem surgir ou se agravar com o tempo, afetando a fertilidade – como uma idade avançada dos pais, por exemplo.

Neste texto, exploramos as possíveis razões pelas quais alguém pode enfrentar dificuldades para engravidar mesmo já tendo filhos e mostramos as opções de diagnóstico e tratamento disponíveis, e como buscar apoio adequado.

A infertilidade pode ser congênita ou não

Pode ser mais fácil imaginar a infertilidade como uma condição congênita, ou seja, a pessoa nasce com alguma alteração que a impede de ter filhos, mas essa não é a única forma de ser infértil. Na medicina, dividimos a infertilidade em dois tipos, de acordo com o momento em que a dificuldade de conceber aparece:

  • Infertilidade primária: pode ser congênita ou não e se manifesta antes de o homem ou a mulher ter filhos;
  • Infertilidade secundária: costuma ser adquirida e se manifesta depois que o homem ou a mulher já tiveram ao menos um filho.

Nas mulheres, as causas mais comuns da infertilidade primária são os distúrbios ovulatórios, que podem ser resultado de condições como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), problemas na tireoide ou hiperprolactinemia. A FOP (falência ovariana prematura) aparentemente vem aumentando nas últimas décadas.

Além disso, mulheres com endometriose podem desenvolver endometriomas (cistos nos ovários, que também impedem a ovulação) e obstruções nas tubas, que prejudicam a fecundação e favorecem gestações ectópicas.

Nos homens, as causas de infertilidade primária geralmente estão relacionadas à produção inadequada de espermatozoides e incluem problemas como baixa contagem de espermatozoides, morfologia anormal e motilidade reduzida, que podem ser causados por fatores genéticos, varicocele, infecções, desequilíbrios hormonais e exposição a toxinas.

Muita coisa acontece entre um filho e outro

O tempo é uma das principais coisas que acontecem entre um filho e outro e a idade é um dos fatores mais significativos na infertilidade secundária feminina. À medida que as mulheres envelhecem, a qualidade e a quantidade de óvulos diminuem e com 37 anos a mulher já pode encontrar dificuldades mais relevantes para engravidar, mesmo já tendo filhos antes.

O tempo também pode favorecer doenças metabólicas, como diabetes e hipertensão (em homens e mulheres), com potencial para prejudicar a fertilidade e, nas mulheres, também condições que resultam de desequilíbrios hormonais e tendem a piorar com o tempo, como miomas uterinos e a própria endometriose.

Considerando que o parto – principalmente quando há complicações – também é um evento uterino com potencial para deixar lesões que podem evoluir para endometrite, sinequias e cicatrizes aderências, podemos dizer que simplesmente por já ter filhos, a mulher pode ter dificuldades crescentes de ter o segundo e os seguintes.

Em relação aos homens, o tempo tem menos efeito, mas também pode diminuir a qualidade dos espermatozoides, principalmente quando há um cotidiano pouco saudável – má alimentação, rotina inadequada de sonos, muito estresse, sedentarismo, tabagismo e uso exagerado do álcool – favorecendo uma redução na contagem e a qualidade dos espermatozoides.

Em ambos, as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), especialmente clamídia e gonorreia, podem causar inflamação e cicatrizes nos ductos reprodutivos (tubas uterinas e epidídimos), prejudicando a liberação dos gametas e, com isso, impedindo a fecundação.

A infertilidade é um diagnóstico conjugal

É importante ter em mente que a infertilidade é um diagnóstico conjugal porque envolve a saúde reprodutiva e a compatibilidade de ambos os parceiros. Por isso, quando um casal enfrenta dificuldades para conceber, o problema pode estar relacionado a fatores masculinos, femininos ou, em muitos casos, a uma combinação de ambos.

Por exemplo, um homem com baixa contagem de espermatozoides pode não ter problemas para ter filhos com uma mulher muito fértil, enquanto outra mulher com uma fertilidade moderada pode não conseguir engravidar com o mesmo parceiro.

Por isso, mudar de parceiro ou parceira pode mudar as perspectivas sobre a fertilidade, que passa a depender das novas combinações de fatores biológicos e de saúde reprodutiva neste novo casal.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

Dependendo das causas da infertilidade secundária, alguns tratamentos podem ajudar a restabelecer a fertilidade, mas muitas vezes o casal recebe indicação para reprodução assistida.

Uma das técnicas mais comuns é a IA (inseminação artificial), em que os espermatozoides são coletados, selecionados e inseridos diretamente no útero, durante o período fértil. Esta abordagem é indicada para casais com problemas leves de fertilidade masculina e também para mulheres com alguma dificuldade de ovulação. Deve-se sempre levar em consideração a idade da mulher, pois as taxas de sucesso caem drasticamente com a idade. As taxas de sucesso podem chegar a até 25%.

Outra técnica é a FIV (fertilização in vitro), mais complexa e abrangente, em que os óvulos são coletados e fertilizados com espermatozoides do parceiro em um laboratório, gerando embriões que são observados e transferidos diretamente para o útero. Diferentemente da IA, a FIV é indicada para casais com problemas mais acentuados de infertilidade masculina ou feminina (idade, por exemplo) e é a técnica de maior sucesso da reprodução assistida, podendo chegar até a 60% de sucesso.

Além dessas técnicas, a FIV também oferece a chance de engravidar com ajuda da ovodoação e doação de sêmen, indicadas quando um dos parceiros não pode fornecer gametas.

Ainda pela FIV, a gestação de substituição ou útero de substituição (antigamente conhecida como barriga de aluguel) é uma alternativa para mulheres que não podem carregar uma gravidez devido a problemas de saúde, ausência do útero ou condições médicas que tornam a gravidez arriscada. Nesse caso, outra mulher carrega e dá à luz a criança para o casal.

Toque neste link e conheça melhor o que é a FIV.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.