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Investigação da infertilidade e ISCA: qual é a relação?

Por Equipe Origen

Publicado em 30/10/2024

A sigla ISCA refere-se não a um diagnóstico propriamente dito, mas, na realidade, à ausência de um diagnóstico específico para a infertilidade conjugal. Por isso, a “infertilidade sem causa aparente” costuma gerar muita angústia e incerteza no casal que enfrenta dificuldades para conceber.

O que torna tudo mais complexo é que, muitas vezes, essa delimitação pode ter sido resultado de uma investigação diagnóstica superficial, principalmente se feita por não especialistas em infertilidade conjugal, que conclui pela ausência de problemas médicos identificáveis sem realizar todos os exames disponíveis, inclusive os mais específicos.

Ou seja, é importante ter em mente que a ISCA não necessariamente indica a inexistência de causas subjacentes – inclusive tratáveis –, mas que talvez essas causas só sejam detectadas com uma investigação diagnóstica mais profunda.

Por isso, neste artigo exploramos a relação entre a investigação diagnóstica e a ISCA, mostrando os exames padrão e os específicos que podem revelar fatores sutis que impactam a fertilidade, além de oferecer perspectivas e possibilidades de tratamento com a reprodução assistida.

O que é ISCA?

A infertilidade sem causa aparente ou ISCA, como comentamos, é uma condição em que, mesmo após uma extensa investigação médica, não se encontra um diagnóstico conclusivo sobre os fatores que causam a infertilidade em um casal.

Para chegar a essa conclusão, no entanto, é preciso realizar uma profunda análise da saúde global do casal – tanto da mulher quanto do homem –, incluindo também o histórico de saúde familiar de ambos, além do individual.

O diagnóstico de infertilidade é considerado sempre do ponto de vista conjugal e deve estar embasado por uma anamnese detalhada e individualizada, seguida da análise de exames diversos e abrangentes, que forneçam dados concretos sobre a saúde reprodutiva do casal.

Entre os exames mais solicitados, dos mais simples aos mais específicos, destacamos, para a mulher:

  • ultrassonografia pélvica (transvaginal e suprapúbica);
  • histerossonografia;
  • histerossalpingografia (HSG);
  • histeroscopia diagnóstica;
  • dosagem dos hormônios sexuais;
  • dosagem dos hormônios tireoidianos;
  • testes genéticos (como cariótipo);
  • avaliação da reserva ovariana;
  • sorologias para doenças infecciosas, como ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) e rubéola.

E para o homem:

  • espermograma;
  • espermocultura;
  • dosagens dos hormônios sexuais;
  • dosagem dos hormônios tireoidianos;
  • testes genéticos (como cariótipo);
  • teste de fragmentação do DNA espermático;
  • ultrassonografia da bolsa escrotal (para avaliação de varicocele);
  • sorologias para ISTs.

Esses exames buscam avaliar todas as estruturas e processos que participam da fertilidade, identificando não somente problemas mais facilmente associados à infertilidade, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos) para as mulheres e a azoospermia para os homens, mas também alterações mais sutis ou que não produzem sintomas evidentes, como desequilíbrios hormonais e problemas genéticos.

Isso porque a fertilidade é um delicado equilíbrio, em que poucas alterações podem produzir grandes dificuldades ou que pode ser causada por problemas que já foram tratados, como as obstruções dos epidídimos e tubas uterinas após tratamentos para clamídia.

A chave para um diagnóstico mais preciso é entender que a trajetória de cada casal é única e, por isso, a investigação da infertilidade não pode seguir um padrão fechado. A individualização do diagnóstico se reflete no tratamento e é o que permite a adoção de estratégias precisas e direcionadas, aumentando as chances de sucesso na gravidez.

ISCA é um parecer definitivo?

Depende. É preciso considerar que a ISCA não é um diagnóstico em si, mas sim uma situação em que, após uma investigação diagnóstica inicial, não se encontram causas evidentes que explicam a dificuldade do casal em conceber.

Por isso, se você recebeu esse diagnóstico, pode valer a pena buscar uma segunda opinião, principalmente de um especialista em reprodução humana, que possa conduzir uma investigação diagnóstica mais profunda e detalhada.

No entanto, é possível que mesmo assim os motivos pelos quais um casal em idade fértil não consegue engravidar não sejam claramente identificados, o que configura a ISCA de forma mais concreta.

ISCA e reprodução assistida: o que fazer?

Nos casos de ISCA com menos de três anos, tanto a relação sexual programada como a inseminação artificial podem ser utilizadas.

Para casais com ISCA, principalmente de tempo prolongado, a boa notícia é: atualmente, as técnicas de reprodução assistida disponíveis, especialmente a FIV, conseguem interferir em diversas fases do processo reprodutivo, melhorando as chances de concepção mesmo nos casos mais complexos.

Isso porque, nos tratamentos mais tradicionais da FIV, tanto óvulos como espermatozoides são coletados e avaliados meticulosamente para que a fecundação seja reproduzida em laboratório, bem como o desenvolvimento inicial dos embriões, que são posteriormente transferidos para o útero.

Para otimizar as chances de sucesso de cada etapa, a FIV conta ainda com técnicas complementares de alta tecnologia, como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), um procedimento em que um único espermatozoide é selecionado, após o preparo seminal, e injetado diretamente dentro de cada óvulo.

A FIV também permite a realização do PGT (teste genético pré-implantacional), que faz uma análise genética detalhada dos embriões antes da transferência para o útero, com objetivo de selecionar somente aqueles que são geneticamente saudáveis, minimizando os riscos de falha na implantação e aborto espontâneo no início da gestação. Nos casos de ISCA, na maioria das vezes, não é recomendado.

Além disso, antes da transferência embrionária, a mulher também pode passar por um ciclo de preparação uterina, que envolve o uso de medicamentos hormonais para que o endométrio esteja mais receptivo ao embrião, favorecendo a gravidez.

Devemos lembrar que há mais de 40 anos não surgem exames mais definitivos para o diagnóstico da infertilidade, já o tratamento evolui a cada ano, por isso a ISCA apresenta um excelente prognóstico de sucesso.

Para entender ainda melhor o que é ISCA e quais as possibilidades nestes casos, toque neste link e não perca nosso artigo principal sobre o assunto.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.