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O que é ZyMot e por que é utilizada na reprodução assistida?

Por Equipe Origen

Publicado em 21/01/2025

Especialmente nas últimas décadas, a medicina reprodutiva tem se beneficiado dos avanços tecnológicos e aprimorado suas técnicas para atender mesmo os casos mais complexos de infertilidade, especialmente no que diz respeito aos procedimentos sobre a qualidade do sêmen, como é o caso do preparo seminal.

Um desses avanços é o ZyMot, uma técnica para seleção de espermatozoides sem ou baixa fragmentação do DNA espermático, indicada somente quando há altas taxas de anormalidade e em alguns casos de oligozoospermia ou astenozoospermia.

Neste artigo, vamos apresentar a técnica e mostrar porque ela oferece mais benefícios ao sucesso dos tratamentos com reprodução assistida, nestes casos, se comparada aos procedimentos tradicionais.

O que é ZyMot?

O ZyMot é uma técnica inovadora na área da medicina reprodutiva que facilita a seleção de espermatozoides com menos fragmentação do DNA espermático para tratamentos com FIV (fertilização in vitro) e IA (inseminação artificial).

Diferentemente dos métodos tradicionais de preparo seminal, que utilizam centrifugação para processar o sêmen, o ZyMot emprega uma placa microfluídica descartável para realizar a seleção dos espermatozoides que conseguem passar pelos microporos da placa e alcançar a outra extremidade.

Essa técnica simula o percurso natural dos espermatozoides até o óvulo, selecionando aqueles com maior potencial para fecundação, além de apresentar menores níveis de fragmentação do DNA, se comparada com as técnicas tradicionais de centrífuga.

Quando a técnica ZyMot é indicada?

Nem todo tratamento com FIV recebe indicação para seleção de espermatozoides pelo ZyMot. Esta técnica é especialmente indicada nas situações em que há uma alta porcentagem de células reprodutivas geneticamente danificadas, identificadas pelo espermograma e pelo teste de fragmentação do DNA espermático, ou em alguns casos de astenozoospermia e oligozoospermia.

Oligozoospermia e astenozoospermia

Oligozoospermia é uma condição caracterizada por uma baixa contagem de espermatozoides no ejaculado, ou seja, quando há menos de 15 milhões de células reprodutivas por mililitro de sêmen, enquanto a astenozoospermia é uma diminuição da motilidade total a níveis inferiores a 40%.

A concentração reduzida de espermatozoides pode comprometer o sucesso das tentativas de engravidar por vias naturais, mas também pode diminuir as chances de sucesso dos próprios tratamentos de reprodução assistida, incluindo a FIV.

O ZyMot é indicado para esses casos porque permite uma seleção mais eficaz de espermatozoides saudáveis, ajudando a superar a baixa contagem aumentando as chances de sucesso dos tratamentos como um todo.

Fragmentação do DNA espermático

Cada espermatozoide é composto por três partes: o flagelo, que confere motilidade, a peça intermediária, onde estão as mitocôndrias que fornecem energia às células, e a cabeça que contém principalmente o DNA. A integridade da cabeça dos espermatozoides, portanto, é fundamental para a conservação do DNA e, assim, para uma fecundação bem sucedida e a produção de um embrião saudável.

Quando a amostra de sêmen contém uma grande quantidade de espermatozoides com fragmentação do DNA, o homem pode não conseguir engravidar a parceira, o casal pode passar por perdas gestacionais precoces e recorrentes, que chamamos abortamento de repetição, ou mesmo ter problemas no desenvolvimento da gravidez.

Nesse contexto, a principal indicação do ZyMot é feita para casos de alta fragmentação do DNA espermático porque somente os espermatozoides móveis e majoritariamente íntegros conseguem ultrapassar as barreiras estabelecidas pelos microporos e alcançar a outra extremidade da placa microfluídica.

Como a técnica ZyMot funciona?

O processo começa com a coleta da amostra de sêmen por masturbação ou recuperação espermática e sua incubação à temperatura ambiente para permitir a liquefação, o que facilita o manuseio e o processamento posterior.

Após a liquefação, parte da amostra é cuidadosamente inserida na placa ZyMot, que possui canais microfluídicos especialmente projetados para simular o ambiente natural do trato reprodutivo feminino, pelo qual os espermatozoides precisam passar para alcançar o óvulo.

Em alguns minutos, os espermatozoides com melhor motilidade e menor fragmentação do DNA conseguem nadar através desses microporos, enquanto os gametas menos adequados são retidos, e alcançar a extremidade oposta da qual foram depositados inicialmente e são coletados para o tratamento com FIV e IA.

Com esse mecanismo, o ZyMot oferece uma seleção mais precisa e eficiente dos espermatozoides em comparação com os métodos tradicionais que utilizam centrifugação, resultando em uma melhor performance e maiores taxas de sucesso nos tratamentos para infertilidade.

Em quais procedimentos a ZyMot pode ser utilizada?

A princípio, a técnica ZyMot pode ser utilizada em dois procedimentos de reprodução assistida, a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) e a IA (inseminação artificial), desde que o casal tenha indicação para abordagem especial para oligozoospermia, astenozoospermia ou fragmentação do DNA espermático.

FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide)

Na FIV com ICSI, o processo começa com a estimulação hormonal da mulher para promover o desenvolvimento de múltiplos óvulos. Após a maturação dos folículos ovarianos, é realizada a coleta dos óvulos através de um procedimento de punção folicular.

Simultaneamente, a amostra de sêmen é coletada do parceiro ou do doador e submetida ao ZyMot. Os espermatozoides selecionados são então injetados diretamente nos óvulos maduros utilizando uma micropipeta, diminuindo as chances de erro nessa etapa do procedimento.

Após a fertilização, o processo é semelhante ao da FIV tradicional: os embriões resultantes são cultivados em ambiente controlado por alguns dias e o embrião mais viável é transferido para o útero, com a expectativa de gerar uma gravidez bem-sucedida.

IA (inseminação artificial)

Na IA, o tratamento começa com uma estimulação ovariana leve, com baixas doses hormonais, específicas para otimizar a ovulação de apenas um óvulo. Quando o momento da ovulação se aproxima, o parceiro realiza a coleta de sêmen e a amostra é processada pelo ZyMot, aprimorando a seleção dos espermatozoides.

Os espermatozoides selecionados são então introduzidos diretamente no útero da mulher através de um cateter fino, durante o período fértil controlado, e espera-se que a fecundação aconteça como na reprodução por vias naturais, nas tubas uterinas – com o embrião sendo direcionado para o útero alguns dias depois.

Após a inseminação, a mulher é monitorada para avaliar a eficácia do procedimento e confirmar a gravidez.

Entenda mais sobre a FIV tocando neste link e acessando nosso conteúdo completo sobre o assunto.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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