A fertilidade masculina é um tema de extrema importância quando se trata de planejamento familiar e saúde reprodutiva, já que a qualidade do esperma desempenha um papel crucial nesse processo, afetando diretamente as chances de concepção.
Por isso, a oligozoospermia – baixa concentração de espermatozoides no sêmen – é um problema que pode afetar a fertilidade masculina e dificultar a concepção de um filho.
Neste texto, veremos que, com ajuda do espermograma, é possível diagnosticar a oligozoospermia e buscar opções de tratamento adequadas.
Conheça melhor todos os componentes do sêmen
O sêmen, também conhecido como esperma, é uma mistura complexa de fluidos e células que desempenham funções fundamentais na reprodução humana. É composto por espermatozoides e líquidos glandulares provenientes de glândulas específicas – como veremos a seguir.
Espermatozoides
Os espermatozoides são as principais células do sêmen e desempenham um papel crucial na reprodução. Eles são produzidos nos testículos por meio de um processo chamado espermatogênese.
A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos dos testículos, uma região em que as células germinativas passam por diversas etapas de divisão celular, maturação e diferenciação, resultando na formação dos espermatozoides.
Após sua formação nos túbulos seminíferos, os espermatozoides são conduzidos pelos epidídimos, onde adquirem a capacidade de se mover ativamente. Em seguida, são transportados pelos ductos deferentes, que são os canais responsáveis por integrar os espermatozoides ao sêmen, para a ejaculação.
Já que essas células reprodutivas têm como função fertilizar o óvulo para a concepção, quando ocorre a ejaculação, os espermatozoides são liberados no canal vaginal, onde iniciam sua jornada em direção ao óvulo, normalmente nas tubas uterinas.
Líquidos glandulares
Além dos espermatozoides, o sêmen contém líquidos glandulares provenientes de três principais glândulas: a próstata, as glândulas bulbouretrais e as vesículas seminais.
Essas estruturas produzem as secreções que formam a parte viscosa do sêmen, veículo para os espermatozoides, e são compostas por nutrientes e substâncias que ajudam a manter a viabilidade e a mobilidade dessas células.
As glândulas bulbouretrais ainda liberam um líquido lubrificante, para neutralizar possíveis resíduos de urina na uretra, protegendo os espermatozoides, e as vesículas seminais contribuem com um fluido rico em frutose, que fornece energia para os espermatozoides. O líquido prostático também contribui para a motilidade e a sobrevivência dos espermatozoides, criando um ambiente alcalino que neutraliza a acidez vaginal.
Os líquidos glandulares, juntamente com os espermatozoides, formam o sêmen, que é ejaculado durante a relação sexual.
O espermograma avalia diversos parâmetros seminais
O espermograma é um exame laboratorial, que avalia diversos parâmetros seminais, fornecendo informações valiosas sobre a qualidade do esperma e a saúde reprodutiva do homem.
Alguns dos principais parâmetros analisados incluem:
- concentração de espermatozoides: refere-se à quantidade de espermatozoides presentes por mililitro de sêmen ejaculado;
- motilidade dos espermatozoides: avalia a capacidade de movimentação dessas células, distinguindo entre espermatozoides de movimento rápido-progressivo (que se movem de forma rápida e em linha reta) e espermatozoides de movimento lento-progressivo (que se movem mais lentamente e/ou em trajetórias não lineares);
- vitalidade dos espermatozoides: verifica a porcentagem de espermatozoides vivos no sêmen ejaculado. Costuma ser avaliada por corantes que distinguem as células vivas das mortas;
- morfologia dos espermatozoides: analisa a forma e estrutura dessas células, avaliando a porcentagem de espermatozoides com morfologia normal em relação aos defeituosos.
A oligozoospermia pode ser diagnosticada pelo espermograma
A oligozoospermia é um termo utilizado para descrever a condição na qual há uma redução significativa na contagem de espermatozoides presente no sêmen ejaculado. Essa condição pode ser diagnosticada pelo espermograma, que avalia a concentração de espermatozoides, como comentamos.
Com base na gravidade da diminuição da contagem espermática, a oligozoospermia pode ser classificada em três categorias principais: leve, moderada e severa, com causas variadas:
- fatores genéticos;
- alterações hormonais;
- distúrbios testiculares, como a criptorquidia (quando um ou ambos os testículos não descem para a bolsa escrotal) ou a orquite (inflamação dos testículos);
- ISTs (infecções sexualmente transmissíveis);
- exposição a substâncias tóxicas;
- hábitos de vida pouco saudáveis, como consumo excessivo de álcool e tabagismo;
- obesidade;
- medicamentos;
- varicocele.
Lembrando que o diagnóstico preciso da oligozoospermia e a identificação das suas causas requerem uma avaliação médica completa, confirmação com pelo menos 2 espermogramas com intervalo mínimo de 60 dias e pode incluir exames adicionais.
Oligozoospermia e infertilidade masculina
A oligozoospermia está diretamente associada à infertilidade masculina porque a fertilização bem-sucedida requer uma quantidade adequada de espermatozoides saudáveis para alcançar o óvulo e disputar a entrada nesta célula.
Durante o processo de reprodução, os espermatozoides precisam percorrer um trajeto relativamente longo, passando pelo trato reprodutivo feminino até chegarem às tubas uterinas, onde a fertilização acontece. Nesse caminho, eles enfrentam diversos obstáculos, como o muco cervical e o ambiente ácido da vagina, que desafiam sua sobrevivência.
Assim, quando a contagem de espermatozoides está abaixo dos níveis normais, como na oligozoospermia, a probabilidade de que uma quantidade suficiente deles alcance o óvulo diminui consideravelmente, prejudicando o sucesso da fecundação.
A reprodução assistida pode ser uma saída para infertilidade por oligozoospermia
A reprodução assistida é um dos principais tratamentos para superar a infertilidade causada pela oligozoospermia precisamente pela possibilidade do preparo seminal. Esse processo pode ser parte integrante das técnicas de IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), indicadas para infertilidade masculina.
O preparo seminal é um procedimento em que os espermatozoides são coletados de uma amostra de sêmen obtida por masturbação. Essa amostra é submetida a uma série de etapas de processamento, como a centrifugação, a fim de separar e concentrar os espermatozoides de melhor qualidade para serem utilizados nas técnicas de IA e FIV com ICSI.
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