Como é feito o exame físico na investigação da infertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 26/09/2025

A infertilidade afeta cerca de 15 a 25% das pessoas em idade reprodutiva, e suas causas podem estar relacionadas a fatores hormonais, anatômicos, entre outros. Para encontrar as condições subjacentes, é preciso realizar uma investigação completa, cuidadosa e sempre personalizada, norteada por: anamnese, exame físico e técnicas diagnósticas complementares.

O exame físico na investigação da infertilidade pode revelar muitas informações importantes para direcionar os passos seguintes do acompanhamento médico. Essa inspeção é realizada logo na primeira consulta com o especialista. 

Neste artigo, você verá como é feito o exame físico na investigação da infertilidade, o que ele pode mostrar e como contribui para definir os melhores caminhos de diagnóstico e tratamento. Leia com atenção!

O que é infertilidade e quando procurar um médico?

A infertilidade é definida como a dificuldade de engravidar após 12 meses de tentativas regulares (com relações sexuais frequentes e sem métodos contraceptivos). Nesse contexto, também pode ser considerado infértil o casal que confirma a gestação, mas não consegue levar adiante — são os casos de abortamento espontâneo.

Após o período de 12 meses sem sucesso no propósito de concepção, é aconselhável procurar avaliação médica. Para mulheres com mais de 35 anos, esse tempo de espera recomendado cai para 6 meses, já que o fator idade tem impacto direto na fertilidade feminina. 

Diversas condições podem interferir na fertilidade: disfunções hormonais, alterações anatômicas, doenças inflamatórias, distúrbios imunológicos ou genéticos, além de condições desconhecidas — infertilidade sem causa aparente (ISCA).

É importante que as pessoas entendam que a infertilidade é conjugal, ou seja, não deve ser atribuída apenas à mulher ou ao homem. Ambos devem ser examinados desde o início da investigação diagnóstica.

Como funciona a primeira consulta com o especialista?

A primeira consulta com o médico especialista em reprodução humana é o ponto de partida para construir uma visão completa do casal, com foco em esclarecer causas, expectativas e possibilidades de tratamento. Essa consulta inclui dois momentos essenciais: a anamnese e o exame físico da mulher.

A anamnese é uma conversa clínica aprofundada, em que o médico reúne o máximo possível de informações sobre o histórico médico e reprodutivo de ambos os parceiros, condições de saúde geral, estilo de vida etc.

Veja alguns exemplos de pontos que podem ser investigados: 

  • tempo de tentativas de gravidez;
  • regularidade das relações sexuais do casal;
  • padrão dos ciclos menstruais; 
  • histórico de abortos espontâneos ou gestações anteriores; 
  • histórico de infecções genitais;
  • cirurgias prévias nos órgãos reprodutores; 
  • uso de medicamentos ou hormônios; 
  • diagnóstico de doenças, como distúrbios autoimunes, endometriose, miomas, SOP, varicocele e outras;
  • diagnóstico de síndrome genética na família;
  • hábitos de vida (alimentação, atividades físicas, padrão de sono, estresse, tabagismo etc.).

Essa etapa ajuda a garantir a personalização da investigação da infertilidade e do plano terapêutico. Afinal, cada caso é único, estão é importante entender o contexto clínico e emocional do casal para propor estratégias individualizadas.

Após a anamnese, o médico, que geralmente também é ginecologista, pode realizar o exame físico na mulher, que complementa a avaliação inicial com dados objetivos e pode revelar alterações importantes. Já o exame físico masculino pode ser feito por um urologista.

Como o exame físico é feito na investigação da infertilidade?

Tanto a mulher quanto o homem podem passar pelo exame físico na investigação da infertilidade, com foco na identificação de alterações anatômicas, sinais de distúrbios hormonais, infecções e outras condições associadas a disfunções reprodutivas. 

O exame físico da mulher inclui:

  • avaliação geral — verificação de peso corporal, presença de sinais clínicos de alterações hormonais, como hirsutismo (crescimento anormal de pelos), acne, entre outros;
  • exame abdominal — palpação para verificar se existe dor à mobilização do útero ou dos anexos uterinos, além da presença de nódulos ou massas pélvicas;
  • exame ginecológico — inspeção da vulva, vagina e colo do útero, com auxílio de um espéculo. É possível observar sinais de doenças genitais, como secreção cervical anormal ou presença de verrugas e feridas;
  • coleta de material para exames complementares, como Papanicolau, se necessário. 

O exame físico masculino, feito com o urologista, pode identificar sinais de condições relacionadas a problemas na produção e no transporte dos espermatozoides.

A avaliação geral considera também o índice de massa corporal (IMC), a distribuição de pelos corporais, presença de ginecomastia (crescimento anormal das mamas), desenvolvimento muscular, entre outros aspectos.

O exame genital do homem envolve:

  • inspeção da genitália externa (pênis e testículos); 
  • palpação dos testículos para avaliar volume, simetria e presença de dor;
  • investigação de varicocele, caracterizada pela dilatação das veias (varizes testiculares);
  • coleta de amostra de secreção peniana, se houver.

O que o exame físico pode revelar?

O exame físico na investigação da infertilidade pode revelar alterações sutis ou evidentes. Esses achados podem sugerir a presença de doenças estruturais uterinas, endometriose profunda, infecções genitais, atrofia testicular, varicocele palpável ou outras anormalidades.

Com base nos resultados da anamnese e do exame físico, o médico define quais exames laboratoriais ou de imagem devem ser solicitados, além de avaliar a necessidade de encaminhamento para outros especialistas.

Os exames complementares podem incluir ultrassonografia pélvica, histerossalpingografia, dosagens hormonais, espermograma, ultrassonografia escrotal com Doppler, entre outros. A indicação é personalizada.

O exame físico, como visto, é uma etapa importante da investigação da infertilidade, muitas vezes já realizado antes de o casal comparecer a uma clínica de reprodução humana. Ele pode revelar sinais de doenças nos órgãos reprodutores e orientar a escolha dos demais recursos laboratoriais e de imagem, guiando o percurso diagnóstico.

Confira agora nosso texto que aborda as principais causas de infertilidade feminina!



Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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